31 janeiro 2007
O homem que mordeu o cão
Escreve-me uma senhora de São Francisco, preocupada com o facto de, no centro da freguesia, ser habitual um "Pit Bull" passear o dono sem coleira nem açaimo.
Esse e outros quadrúpedes – tenho-os também ao pé de casa, infelizmente – sabem que tal raça de dono é considerada perigosa.
Sabem ainda que, com a entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 314/2003, de 17 de Dezembro, em Portugal passou a ser obrigatório colocar um açaimo funcional e conduzir o animal à trela na via pública.
Qualquer animal, diz a lei, seja rafeiro ou "Pit Bull".
A mesma lei determina que as "câmaras municipais, no âmbito das suas competências, podem criar zonas ou locais próprios para a permanência e circulação de cães e gatos, estabelecendo as condições em que esta se pode fazer sem os meios de contenção" previstos na lei.
Claro que muitos autarcas – como os nossos – concedem prioridade a outras questões e nunca se incomodaram o suficiente em criar essas zonas seguras. Se nem os parques infantis os preocupam, queriam que se incomodassem com espaços para donos dos bichos?
Os animais também não desconhecem constituir contra-ordenação a falta de açaimo e trela, punível pelo presidente da junta de freguesia da área da prática da infracção com coima cujo montante mínimo é de 25 euros e máximo de 3.740 euros.
Não, não me enganei. O que a lei diz é mesmo isso: além da Guarda Nacional Republicana, da Polícia de Segurança Pública e demais entidades policiais, de segurança e administrativas, também os presidentes de juntas de freguesia têm o dever de assegurar a fiscalização do cumprimento das normas constantes do citado diploma e suas disposições regulamentares.
Ora, se aos presidentes de junta de freguesia também foi atribuída competência para instruir os processos de contra-ordenação e aplicar as coimas previstas, revertendo até a favor dessas autarquias o respectivo produto desde que seus agentes levantem os autos e instruam os processos, recomendo à minha correspondente e a outros interessados na matéria que lembrem à D. Susana Almeida e aos Srs. António Almeirim e Estêvão Boieiro as suas obrigações legais.
Se não há polícias suficientes para outras encomendas prioritárias e os irracionais não respeitam os direitos alheios, quererão os presidentes de junta de freguesia pôr os donos na ordem?
Nisto faço como São Tomé.
30 janeiro 2007
Salvem o poder local!
Há cinco dias, a maioria dos presidentes de câmara do distrito foi ao Governo Civil de Setúbal protestar contra "o crescente desinvestimento na região de Setúbal por parte da administração central".
A julgar pelas imagens por mim observadas, terão comparecido dez chefes de edilidade eleitos pela CDU e faltaram três eleitos pelo PS (Alcácer do Sal, Grândola e Montijo), embora a iniciativa se tenha inserido, alegadamente, no âmbito da Associação de Municípios do Distrito de Setúbal, na qual estão inscritos todos os municípios da região.
O protesto faz todo o sentido. Mas discordo da redacção, o que poderá explicar a aparente falta de unanimidade.
Estranho duas coisas: que nas imagens estejam visivelmente ausentes eleitos do PS e no documento sejam omissas as assinaturas, ficando sem se saber se assinaram os 13 ou apenas a dezena da CDU.
Politicamente é relevante apurar se esta tomada de posição foi unânime ou se, embora maioritária, apresenta contornos nitidamente partidários, tanto mais que – autarcas à parte – nas organizações que compareceram frente ao governo civil há claro predomínio do Partido Comunista.
Chamem-lhes "forças vivas" ou o que quiserem, porque sem a compreensão e o apoio do povo autêntico – o principal interessado e prejudicado – dificilmente iniciativas deste jaez produzirão os efeitos pretendidos. Pelo contrário, propiciarão reacções contraproducentes como a da governadora civil.
Vem a talhe de foice recordar que os autarcas deste distrito têm um sério problema entre mãos, relativamente ao qual não vejo nenhuma acção positiva: o povo revela crescente indiferença pelo poder local e em seis concelhos a abstenção está acima de 50%.
Repare-se na abstenção verificada nas últimas eleições locais no distrito de Setúbal (entre parêntesis o nome da força política que elegeu o actual chefe da edilidade):
Alcácer do Sal (PS), 38,8%
Alcochete (CDU), 38,7%
Almada (CDU), 51,87%
Barreiro (CDU), 46,2%
Grândola (PS), 31,7%
Moita (CDU), 50,6%
Montijo (PS), 52,9%
Palmela (CDU), 52,2%
Santiago do Cacém (CDU), 41,7%
Seixal (CDU), 53,4%
Sesimbra (CDU), 49,1%
Setúbal (CDU), 50,9%
Sines (CDU), 42,3%
Em três décadas, a abstenção verificada em Alcochete teve a seguinte evolução:
1976 - 30,5%
1979 - 23,4%
1982 - 23,8%
1985 - 31,5%
1989 - 32,5%
1993 - 31,6%
1997 - 38,6%
2001 - 37,8%
2005 - 38,7%
Somem-se os cerca de 1.300 residentes que nunca mudaram o seu recenseamento eleitoral para Alcochete e chegar-se-á facilmente à conclusão que três em cada cinco munícipes estão-se nas tintas para o poder local que temos.
A julgar pelas imagens por mim observadas, terão comparecido dez chefes de edilidade eleitos pela CDU e faltaram três eleitos pelo PS (Alcácer do Sal, Grândola e Montijo), embora a iniciativa se tenha inserido, alegadamente, no âmbito da Associação de Municípios do Distrito de Setúbal, na qual estão inscritos todos os municípios da região.
O protesto faz todo o sentido. Mas discordo da redacção, o que poderá explicar a aparente falta de unanimidade.
Estranho duas coisas: que nas imagens estejam visivelmente ausentes eleitos do PS e no documento sejam omissas as assinaturas, ficando sem se saber se assinaram os 13 ou apenas a dezena da CDU.
Politicamente é relevante apurar se esta tomada de posição foi unânime ou se, embora maioritária, apresenta contornos nitidamente partidários, tanto mais que – autarcas à parte – nas organizações que compareceram frente ao governo civil há claro predomínio do Partido Comunista.
Chamem-lhes "forças vivas" ou o que quiserem, porque sem a compreensão e o apoio do povo autêntico – o principal interessado e prejudicado – dificilmente iniciativas deste jaez produzirão os efeitos pretendidos. Pelo contrário, propiciarão reacções contraproducentes como a da governadora civil.
Vem a talhe de foice recordar que os autarcas deste distrito têm um sério problema entre mãos, relativamente ao qual não vejo nenhuma acção positiva: o povo revela crescente indiferença pelo poder local e em seis concelhos a abstenção está acima de 50%.
Repare-se na abstenção verificada nas últimas eleições locais no distrito de Setúbal (entre parêntesis o nome da força política que elegeu o actual chefe da edilidade):
Alcácer do Sal (PS), 38,8%
Alcochete (CDU), 38,7%
Almada (CDU), 51,87%
Barreiro (CDU), 46,2%
Grândola (PS), 31,7%
Moita (CDU), 50,6%
Montijo (PS), 52,9%
Palmela (CDU), 52,2%
Santiago do Cacém (CDU), 41,7%
Seixal (CDU), 53,4%
Sesimbra (CDU), 49,1%
Setúbal (CDU), 50,9%
Sines (CDU), 42,3%
Em três décadas, a abstenção verificada em Alcochete teve a seguinte evolução:
1976 - 30,5%
1979 - 23,4%
1982 - 23,8%
1985 - 31,5%
1989 - 32,5%
1993 - 31,6%
1997 - 38,6%
2001 - 37,8%
2005 - 38,7%
Somem-se os cerca de 1.300 residentes que nunca mudaram o seu recenseamento eleitoral para Alcochete e chegar-se-á facilmente à conclusão que três em cada cinco munícipes estão-se nas tintas para o poder local que temos.
29 janeiro 2007
Dantes era assim
24 janeiro 2007
Até as crianças, senhores!
Sempre que vejo cenas como a ilustrada acima – dois miúdos sobre patins, brincando em plena via pública – lembro-me que os autarcas desta terra, supostamente gloriosos pelos elefantes brancos que por aí plantam, nunca foram crianças nem se preocupam o suficiente com a juventude.
Observo inúmeros miúdos no meio da rua – em patins, em trotineta, em "skate" e a brincar com carros telecomandados, como se fosse esse o sítio seguro para o fazer – por não haver espaço adequado a tais actividades lúdicas.
Há muitos terrenos devolutos e já deveria ter sido construído um parque seguro e adequado a essas e outras actividades de lazer dos mais novos, possivelmente no eixo das três freguesias para que o maior número pudesse usufruir desse equipamento.
Lamentavelmente, os autarcas de Alcochete não notaram ainda que, entre 1997 e 2004, por força das licenças de construção que têm emitido às mãos cheias, a população abaixo dos 15 anos cresceu mais de 60%.
A miopia tê-los-á ainda feito ignorar que, no caso da população com mais de 64 anos, no mesmo período o aumento foi muitíssimo superior: mais do dobro!
23 janeiro 2007
22 janeiro 2007
O pintor Augusto Rodrigues
Faleceu o pintor alcochetano Augusto Rodrigues (D.N.-23/01/1920 - D.F.-14/01/2007), mais conhecido entre nós por Augusto Gaguinho.
A última vez que falei com o Augusto foi numa tarde do Verão passado à entrada da ponte-cais. Pareceu-me que o emérito pintor dialogava com o pôr-do-sol porque só deu pela minha aproximação quando o saudei.
A cor era o fascínio deste homem sempre jovial que pintou durante décadas centenas de embarcações lançadas aoTejo. Os fragateiros pediam-lhe que pintasse os temas da devoção deles nas anteparas da popa. Milagrosamente apareciam Nossa Senhora da Atalaia, Nossa Senhora da Vida, o padroeiro São João Baptista, etc. Foram estes painéis que converteram Augusto Rodrigues num verdadeiro celebrante pictórico de tudo o que é canto nesta nossa terra.
Quando são dados os nomes mais estapafúrdios a artérias de Alcochete, seria bom que os autarcas se envergonhassem e num rasgo de corajosa lucidez baptizassem uma rua com o nome do artista querido de todos os seus conterrâneos.
A última vez que falei com o Augusto foi numa tarde do Verão passado à entrada da ponte-cais. Pareceu-me que o emérito pintor dialogava com o pôr-do-sol porque só deu pela minha aproximação quando o saudei.
A cor era o fascínio deste homem sempre jovial que pintou durante décadas centenas de embarcações lançadas aoTejo. Os fragateiros pediam-lhe que pintasse os temas da devoção deles nas anteparas da popa. Milagrosamente apareciam Nossa Senhora da Atalaia, Nossa Senhora da Vida, o padroeiro São João Baptista, etc. Foram estes painéis que converteram Augusto Rodrigues num verdadeiro celebrante pictórico de tudo o que é canto nesta nossa terra.
Quando são dados os nomes mais estapafúrdios a artérias de Alcochete, seria bom que os autarcas se envergonhassem e num rasgo de corajosa lucidez baptizassem uma rua com o nome do artista querido de todos os seus conterrâneos.
Mais duas catedrais de consumo
Para alguns ainda será novidade estarem a caminho duas novas catedrais de consumo em Alcochete.
A primeira, com 1.050m2 de área, é já bem visível na confluência da pomposa variante com a estrada da Atalaia, em Alcochete.
Dizem-me que aquele edifício com aspecto de armazém, naquele local, tem surpreendido muita gente. A mim já nada me espanta.
Para que não haja mais surpresas, consulte-se aqui a lista das superfícies comerciais autorizadas até 20/10/2006, ao abrigo da Lei n.º 12/2004, de 30 de Março.
Se se reparar nos campos 764 a 772 do documento, referem-se todos a Alcochete. E com uma simples subtracção tudo se esclarece: quem de 9 lojas licenciadas tira sete já existentes, sobram duas. Aquela em construção e outra ainda maior, com 1.499m2, que aparecerá aí qualquer dia.
Estava "apontada para reabilitar um antigo espaço comercial, servindo uma nova e crescente área habitacional do concelho". São só vantagens... Não sejam pobres e mal agradecidos. Vá, agradeçam a S.ªs Ex.ªs. Chapelada neles!
Saiba-se que as catedrais de consumo com área até 2.999m2 são autorizadas por comissões municipais, constituídas por representantes da Associação de Comércio e Serviços do Distrito de Setúbal, assembleias e câmaras municipais envolvidas, associação de consumidores DECO e Direcção-Regional da Empresa.
Creio que, há pouco mais de um ano, terei lido um programa eleitoral autárquico que prometia "revitalização do comércio tradicional", "incentivar a formação e a qualificação dos serviços prestados pelos estabelecimentos locais de comércio", "acções promocionais de rua com vista à dinamização e revitalização do comércio tradicional", "criar incentivos para a promoção visual dos pontos de venda de comércio tradicional" e "estudar, em articulação com o comércio e os serviços locais, a implementação do Passaporte Alcochete, como incentivo à sua utilização, em articulação com espaços e eventos culturais e desportivos".
Li esse programa eleitoral, tenho a certeza. E desculpem não me lembrar a quem pertencia e se os proponentes foram ou não eleitos. Quem votou neles que trate disso.
Muito mais importante é reparar-se que, por causas jamais estudadas, minimizadas ou resolvidas, na última década encerraram no centro histórico de Alcochete dezenas de estabelecimentos, como o de electrodomésticos cuja fachada reproduzo na imagem acima.
A imagem tem pouco mais cinco anos e, quem passar hoje pelo Largo da República, verá que a frente da loja continua intocável. Só a porta está encerrada, embora o interior continue repleto de mercadoria. A realidade crua é o papel colado na porta: «trespassa-se».
21 janeiro 2007
Pérolas de Alcochete
Este anúncio – nunca por mim reproduzido embora o tenha registado em arquivo há pouco mais de cinco anos – foi retirado, salvo erro, de um programa das Festas do Barrete Verde e das Salinas dos anos 60.
Ainda hoje, na Rua da Praça, no centro histórico de Alcochete, existe a placa indicativa da oficina do alfaiate Tancredo.
No livro «Alcochete», da autoria de Lurdes Féria com magníficas imagens de Ana Paula Carvalho, de Maio de 1999 e publicado pela Estar-editora (Lisboa), há uma fotografia de Tancredo Inácio Cachola a trabalhar na sua oficina. Lugar de destaque é dado a um ferro de engomar muito antigo.
20 janeiro 2007
19 janeiro 2007
Estar alerta é fundamental (3)
Uma semana após ter escrito isto, volto ao assunto porque há um pequeno desenvolvimento no caso do aumento da criminalidade em Alcochete: o chefe do Estado-Maior da GNR promete reforçar o efectivo de pessoal no posto da vila.
Escrevi (e não me enganei) tratar-se de pequeno desenvolvimento porque o tenente-coronel Henrique Ribeiro confirma ao jornal que mais polícia não chega, tal como referi no segundo texto desta série.
Recordo as suas palavras: "tem existido algum incremento da criminalidade" [em Alcochete], sobretudo devido a factores como o desemprego e alteração dos valores éticos e morais. Estes surgem "associados ainda às problemáticas da toxicodependência e de alguma precariedade da condições de vida". Tudo isto "tem contribuído para o clima de insegurança" que atinge Alcochete e outros concelhos do país.
Como os efeitos de nenhum destes problemas – e de outros a que não aludiu mas se conhecem bem – são atenuados apenas com maior presença policial na rua, é premente que a sociedade demonstre a sua insatisfação com as piedosas preocupações manifestadas pelos órgãos autárquicos (das da assembleia municipal só soube esta semana, embora a sessão se tenha realizado a 28 de Dezembro findo).
Eleitos locais, instituições, colectividades, cidadãos e polícias, em conjunto, terão de fazer algo mais. E depressa!
Escrevi (e não me enganei) tratar-se de pequeno desenvolvimento porque o tenente-coronel Henrique Ribeiro confirma ao jornal que mais polícia não chega, tal como referi no segundo texto desta série.
Recordo as suas palavras: "tem existido algum incremento da criminalidade" [em Alcochete], sobretudo devido a factores como o desemprego e alteração dos valores éticos e morais. Estes surgem "associados ainda às problemáticas da toxicodependência e de alguma precariedade da condições de vida". Tudo isto "tem contribuído para o clima de insegurança" que atinge Alcochete e outros concelhos do país.
Como os efeitos de nenhum destes problemas – e de outros a que não aludiu mas se conhecem bem – são atenuados apenas com maior presença policial na rua, é premente que a sociedade demonstre a sua insatisfação com as piedosas preocupações manifestadas pelos órgãos autárquicos (das da assembleia municipal só soube esta semana, embora a sessão se tenha realizado a 28 de Dezembro findo).
Eleitos locais, instituições, colectividades, cidadãos e polícias, em conjunto, terão de fazer algo mais. E depressa!
Rótulos:
desemprego,
GNR,
insegurança,
toxicodependência
Cauções de volta, já!
Este assunto também tem a ver com os residentes em Alcochete, os mais antigos dos quais vão ter direito, finalmente, ao fim de oito anos, à devolução do valor das cauções impostas pelo município ao celebrar com eles contratos de abastecimento de água.
Em três mandatos autárquicos andei às voltas com este assunto, porque a câmara nunca me devolveu 50 euros de cauções que mantinha em seu poder.
Agora terá de os devolver com juros contados desde 1999, segundo o disposto no Decreto-Lei n.º 195/99, de 8 de Junho, que o governo acaba de alterar impondo regras ainda mais severas.
Atente-se no antepenúltimo parágrafo da notícia do CM referenciada acima: "Ficam também obrigados a devolver as respectivas cauções os municípios ou as empresas municipais, a quem tenha sido concessionado o respectivo serviço. Se não conseguirem devolver, terão de elaborar as listas de clientes".
Agora basta esperar pela publicação do decreto do governo, para que nos seis meses posteriores o município se decida a resolver um problema que poderia ter sido solucionado há muito mais tempo e, segundo creio, gastando menos que hoje.
Em três mandatos autárquicos andei às voltas com este assunto, porque a câmara nunca me devolveu 50 euros de cauções que mantinha em seu poder.
Agora terá de os devolver com juros contados desde 1999, segundo o disposto no Decreto-Lei n.º 195/99, de 8 de Junho, que o governo acaba de alterar impondo regras ainda mais severas.
Atente-se no antepenúltimo parágrafo da notícia do CM referenciada acima: "Ficam também obrigados a devolver as respectivas cauções os municípios ou as empresas municipais, a quem tenha sido concessionado o respectivo serviço. Se não conseguirem devolver, terão de elaborar as listas de clientes".
Agora basta esperar pela publicação do decreto do governo, para que nos seis meses posteriores o município se decida a resolver um problema que poderia ter sido solucionado há muito mais tempo e, segundo creio, gastando menos que hoje.
18 janeiro 2007
Petição para descontos na ponte Vasco da Gama (2)
Em apenas quatro dias, a lista de interessados em subscrever uma petição ao parlamento para que sejam concedidos descontos nas portagens da ponte Vasco da Gama aumentou em mais de 50%.
Mas são necessários muitíssimos mais porque a petição só será aceite no parlamento com o mínimo de 4.000 assinaturas.
Porque, mais de uma vez, escrevi aqui sobre um outro assunto relacionado com essa ponte (ver último texto), parece-me oportuno referir que, decorridos mais de oito anos após a abertura da travessia ao tráfego, foi enfim instalado (embora não estivesse ainda em funcionamento há três dias) um painel avisador do Instituto de Estradas, no IC3, entre o nó de Alcochete e o acesso à ponte.
Já era tempo de se lembrarem de quem habita por estes lados porque, uma vez mais, esta manhã, voltou a haver tráfego bloqueado no sentido Sul-Norte devido a acidente.
17 janeiro 2007
Recomendações oportunas
Recomendo a leitura atenta deste texto do blogue «A-Sul» (dedicado a temas ambientais, do Seixal em especial e da margem Sul em geral), porque o assunto me parece pertinente e ainda porque nestas autarquias pontifica gente do PCP.
Um partido que deveria escolher melhor os seus autarcas ou, pelo menos, exigir-lhes coerência.
Também recomendo a leitura de um suplemento de oito páginas publicado na edição de hoje do «Diário de Notícias», focando a dicotomia entre crescimento e desenvolvimento em alguns concelhos da margem Sul do Tejo, entre eles o de Alcochete.
Desse suplemento há apenas um texto introdutório disponível na versão electrónica do jornal, que vale a pena ler.
Dele destaco o seguinte parágrafo: "Na autarquia de Alcochete, e apesar dos pedidos do DN para a disponibilização de dados e de um técnico para caracterizar o concelho, não obtivemos resposta até ontem".
Infelizmente, os textos do blogue e do jornal confirmam tudo o que tenho escrito aqui. Parece-me evidente, uma vez mais, que apenas a pressão da comunidade alcochetana poderá alterar o rumo perigoso que a gestão local tem seguido na nossa terra.
As pessoas devem comentar e reclamar junto dos órgãos próprios das autarquias, dar público testemunho dessas intervenções em jornais, na rádio e nos blogues e divulgar o teor das respostas recebidas. A circulação dessa informação contribuirá para que mais gente desperte e a intervenção popular deixe de ser uma excepção a que poucos têm a coragem de se expor.
Quanto à falta de colaboração que a nossa autarquia deu ao jornal, tenho um único comentário a fazer agora porque, anteriormente, escrevi dezenas de textos sobre o assunto: por estas e outras desatenções semelhantes, Alcochete só costuma ser notícia nos órgãos de comunicação nacionais pelos piores motivos.
A comunicação social tem agendas próprias. A local pode ser condicionada por interesses autárquicos, porque quase sempre depende amplamente deles. A nacional nunca se verga, salvo casos muito pontuais.
Se as autarquias desrespeitam as agendas dos meios de informação nacionais e se os autarcas desconhecem como aproveitar as raras oportunidades surgidas para estabelecer e consolidar relações com jornalistas desses órgãos de comunicação, normalmente quando precisam deles, por conveniência própria, encontrarão a porta fechada.
Haja alguém que dê formação aos nossos autarcas sobre comunicação e relações públicas porque, aparentemente, ao fim de um ano de mandato a errar ainda não aprenderam nada.
Um partido que deveria escolher melhor os seus autarcas ou, pelo menos, exigir-lhes coerência.
Também recomendo a leitura de um suplemento de oito páginas publicado na edição de hoje do «Diário de Notícias», focando a dicotomia entre crescimento e desenvolvimento em alguns concelhos da margem Sul do Tejo, entre eles o de Alcochete.
Desse suplemento há apenas um texto introdutório disponível na versão electrónica do jornal, que vale a pena ler.
Dele destaco o seguinte parágrafo: "Na autarquia de Alcochete, e apesar dos pedidos do DN para a disponibilização de dados e de um técnico para caracterizar o concelho, não obtivemos resposta até ontem".
Infelizmente, os textos do blogue e do jornal confirmam tudo o que tenho escrito aqui. Parece-me evidente, uma vez mais, que apenas a pressão da comunidade alcochetana poderá alterar o rumo perigoso que a gestão local tem seguido na nossa terra.
As pessoas devem comentar e reclamar junto dos órgãos próprios das autarquias, dar público testemunho dessas intervenções em jornais, na rádio e nos blogues e divulgar o teor das respostas recebidas. A circulação dessa informação contribuirá para que mais gente desperte e a intervenção popular deixe de ser uma excepção a que poucos têm a coragem de se expor.
Quanto à falta de colaboração que a nossa autarquia deu ao jornal, tenho um único comentário a fazer agora porque, anteriormente, escrevi dezenas de textos sobre o assunto: por estas e outras desatenções semelhantes, Alcochete só costuma ser notícia nos órgãos de comunicação nacionais pelos piores motivos.
A comunicação social tem agendas próprias. A local pode ser condicionada por interesses autárquicos, porque quase sempre depende amplamente deles. A nacional nunca se verga, salvo casos muito pontuais.
Se as autarquias desrespeitam as agendas dos meios de informação nacionais e se os autarcas desconhecem como aproveitar as raras oportunidades surgidas para estabelecer e consolidar relações com jornalistas desses órgãos de comunicação, normalmente quando precisam deles, por conveniência própria, encontrarão a porta fechada.
Haja alguém que dê formação aos nossos autarcas sobre comunicação e relações públicas porque, aparentemente, ao fim de um ano de mandato a errar ainda não aprenderam nada.
16 janeiro 2007
Melhorias nas finanças locais
Embora somente publicada no «Diário da República» desta segunda-feira, entrou em vigor no passado dia 1 a Lei n.º 2/2007 do parlamento, a denominada Lei das Finanças Locais, que revoga a Lei n.º 42/98, de 6 de Agosto.
Recomendo a leitura atenta da lei porque introduz profundas alterações na gestão financeira das autarquias, porque amplia o seu poder tributário quando tenham participação nas receitas do Estado e ainda porque os órgãos municipais passam a ter novos deveres de informação aos munícipes.
Realço na lei os seguintes aspectos:
Artigo 4.º
(...)
"5 – O princípio da transparência orçamental traduz-se na existência de um dever de informação mútuo entre o Estado e as autarquias locais, como garantia da estabilidade orçamental e da solidariedade recíproca, bem como no dever de estas prestarem aos cidadãos, de forma acessível e rigorosa, informação sobre a sua situação financeira.
"6—O princípio da transparência na aprovação e execução dos orçamentos dos municípios e das freguesias aplica-se igualmente à informação financeira respeitante às associações de municípios ou de freguesias, bem como às entidades que integram o sector empresarial local, concessões municipais e parcerias público-privadas".
Art.º 14.º
(...)
"4 – A assembleia municipal pode, por proposta da câmara municipal, deliberar lançar uma taxa reduzida de derrama para os sujeitos passivos com um volume de negócios no ano anterior que não ultrapasse € 150.000".
Sabe-se ser intenção do governo, no âmbito da racionalização dos serviços públicos administrativos, adoptar medidas para a fusão de autarquias locais, verificando-se que no art.º 33.º desta lei é já incentivada a fusão de freguesias, mediante a concessão pelo Estado de uma majoração de 10% no Fundo de Financiamento das Freguesias que se fusionem.
Relativamente às dívidas das autarquias, é também introduzida importante alteração através do art.º 38.º, segundo o qual a câmara municipal passa a ser obrigada a apresentar à assembleia municipal, juntamente com as contas anuais, uma informação fundamentada e um plano de resolução dos débitos a fornecedores, nunca podendo a liquidação desses débitos ultrapassar o final do mandato dos órgãos autárquicos. Assim, teoricamente, acabam desculpas com a "pesada herança".
Por outro lado, saúdo o facto dos órgãos municipais passarem a ser obrigados, a partir deste momento – e, inclusive, relativamente às contas de 2006 – a uma maior transparência em matéria de informação financeira prestada aos munícipes.
Assim, o art.º 49.º da nova Lei das Finanças Locais estatui o seguinte:
"Publicidade
"1 – Os municípios devem disponibilizar, quer em formato papel em local visível nos edifícios da câmara municipal e da assembleia municipal quer no respectivo sítio na Internet:
"a) Os mapas resumo das despesas segundo as classificações económica e funcional e das receitas segundo a classificação económica;
"b) Os valores em vigor relativos às taxas do IMI e de derrama sobre o IRC;
"c) A percentagem da participação variável no IRS, nos termos do artigo 20.º;
"d) Os tarifários de água, saneamento e resíduos quer o prestador do serviço seja o município, um serviço municipalizado, uma empresa municipal, intermunicipal, concessionária ou um parceiro privado no âmbito de uma parceria público-privada;
"e) Os regulamentos de taxas municipais;
"f) O montante total das dívidas desagregado por rubricas e individualizando os empréstimos bancários.
"2 – As autarquias locais, as respectivas associações e as entidades do sector empresarial local devem disponibilizar no respectivo sítio na Internet os documentos previsionais e de prestação de contas referidos na presente lei, nomeadamente:
"a) Os planos de actividades e os relatórios de actividades dos últimos dois anos;
"b) Os planos plurianuais de investimentos e os orçamentos, bem como os relatórios de gestão, os balanços e a demonstração de resultados, inclusivamente os consolidados, os mapas de execução orçamental e os anexos às demonstrações financeiras, dos últimos dois anos;
"c) Os dados relativos à execução anual dos planos plurianuais".
Infelizmente esta lei não obriga ainda municípios e freguesias a serem absolutamente transparentes em matéria financeira perante os cidadãos eleitores, mas pelo menos deram-se mais alguns passos na direcção certa.
Recomendo a leitura atenta da lei porque introduz profundas alterações na gestão financeira das autarquias, porque amplia o seu poder tributário quando tenham participação nas receitas do Estado e ainda porque os órgãos municipais passam a ter novos deveres de informação aos munícipes.
Realço na lei os seguintes aspectos:
Artigo 4.º
(...)
"5 – O princípio da transparência orçamental traduz-se na existência de um dever de informação mútuo entre o Estado e as autarquias locais, como garantia da estabilidade orçamental e da solidariedade recíproca, bem como no dever de estas prestarem aos cidadãos, de forma acessível e rigorosa, informação sobre a sua situação financeira.
"6—O princípio da transparência na aprovação e execução dos orçamentos dos municípios e das freguesias aplica-se igualmente à informação financeira respeitante às associações de municípios ou de freguesias, bem como às entidades que integram o sector empresarial local, concessões municipais e parcerias público-privadas".
Art.º 14.º
(...)
"4 – A assembleia municipal pode, por proposta da câmara municipal, deliberar lançar uma taxa reduzida de derrama para os sujeitos passivos com um volume de negócios no ano anterior que não ultrapasse € 150.000".
Sabe-se ser intenção do governo, no âmbito da racionalização dos serviços públicos administrativos, adoptar medidas para a fusão de autarquias locais, verificando-se que no art.º 33.º desta lei é já incentivada a fusão de freguesias, mediante a concessão pelo Estado de uma majoração de 10% no Fundo de Financiamento das Freguesias que se fusionem.
Relativamente às dívidas das autarquias, é também introduzida importante alteração através do art.º 38.º, segundo o qual a câmara municipal passa a ser obrigada a apresentar à assembleia municipal, juntamente com as contas anuais, uma informação fundamentada e um plano de resolução dos débitos a fornecedores, nunca podendo a liquidação desses débitos ultrapassar o final do mandato dos órgãos autárquicos. Assim, teoricamente, acabam desculpas com a "pesada herança".
Por outro lado, saúdo o facto dos órgãos municipais passarem a ser obrigados, a partir deste momento – e, inclusive, relativamente às contas de 2006 – a uma maior transparência em matéria de informação financeira prestada aos munícipes.
Assim, o art.º 49.º da nova Lei das Finanças Locais estatui o seguinte:
"Publicidade
"1 – Os municípios devem disponibilizar, quer em formato papel em local visível nos edifícios da câmara municipal e da assembleia municipal quer no respectivo sítio na Internet:
"a) Os mapas resumo das despesas segundo as classificações económica e funcional e das receitas segundo a classificação económica;
"b) Os valores em vigor relativos às taxas do IMI e de derrama sobre o IRC;
"c) A percentagem da participação variável no IRS, nos termos do artigo 20.º;
"d) Os tarifários de água, saneamento e resíduos quer o prestador do serviço seja o município, um serviço municipalizado, uma empresa municipal, intermunicipal, concessionária ou um parceiro privado no âmbito de uma parceria público-privada;
"e) Os regulamentos de taxas municipais;
"f) O montante total das dívidas desagregado por rubricas e individualizando os empréstimos bancários.
"2 – As autarquias locais, as respectivas associações e as entidades do sector empresarial local devem disponibilizar no respectivo sítio na Internet os documentos previsionais e de prestação de contas referidos na presente lei, nomeadamente:
"a) Os planos de actividades e os relatórios de actividades dos últimos dois anos;
"b) Os planos plurianuais de investimentos e os orçamentos, bem como os relatórios de gestão, os balanços e a demonstração de resultados, inclusivamente os consolidados, os mapas de execução orçamental e os anexos às demonstrações financeiras, dos últimos dois anos;
"c) Os dados relativos à execução anual dos planos plurianuais".
Infelizmente esta lei não obriga ainda municípios e freguesias a serem absolutamente transparentes em matéria financeira perante os cidadãos eleitores, mas pelo menos deram-se mais alguns passos na direcção certa.
15 janeiro 2007
Outra restauração, por favor
No 109.º aniversário da restauração do concelho de Alcochete é oportuno recordar que, em 1895, quando ocorreu a integração forçada no município hoje denominado de Montijo, a crise financeira do Estado era tão preocupante como a actual. E a da autarquia não era menor.
Subsiste a perigosa possibilidade de o tempo voltar para trás, a menos que os cidadãos se consciencializem do seu poder supremo, se organizem e forcem futuros candidatos a autarcas a mudar de paradigma.
Os actuais eleitos são incapazes de regenerar o sistema e o municipalismo em Alcochete, nos últimos anos, tem sido desastroso, demagogo, despesista, opaco, suicida, castrador social e servil do tijolo e do cimento.
Sobretudo desde que, há dois ou três anos, o Estado deixou de financiar "elefantes brancos", o nosso município transformou-se em mera repartição de subsidio-dependências e de licenciamento de construção, revelando-se incapaz, sequer, de cuidar dos canteiros situados a 25 metros da porta dos Paços do Concelho.
Basta consultar as actas das reuniões camarárias dos primeiros dez meses do ano passado, disponíveis na Internet, para comprovar que nos distanciámos, crescentemente, da função constitucional atribuída aos municípios. Todavia, no segundo semestre foram notórios os reforços orçamentais para despesas com pessoal. Os municípios existem para isto?
Quem estiver consciente dos riscos e temer a repetição da História terá de contribuir para o aparecimento de pessoas e de ideias novas.
Gente que não se vergue nem seja presa fácil de interesses imobiliários e políticos.
Gente que tenha a coragem de reduzir o quadro de pessoal e as despesas correntes do município, porque as receitas estão em queda e é necessário libertar recursos para satisfazer inúmeras necessidades básicas ainda existentes no concelho.
Gente consciente de que os munícipes não pedem impossíveis, mas somente o mínimo: respeito pelas pessoas, qualidade de vida e infra-estruturas bem dimensionadas e funcionais.
Gente que informe os cidadãos com rigor, transparência e oportunidade; que não ridicularize a oposição mas respeite os seus direitos, aceite a cooperação e lhe conceda espaço nos órgãos informativos do município.
Gente que faça prevalecer o interesse colectivo e se comprometa a valorizar o investimento realizado pelas famílias em habitação própria.
Gente que preserve o ambiente e obrigue a que os espaços verdes preencham a maior parte das áreas a lotear ou a licenciar para construção; que garanta fiscalização eficaz e o respeito pelas normas técnicas, de segurança e funcionais das construções.
Que analise seriamente e contribua para a resolução dos inúmeros problemas induzidos pelo crescimento populacional explosivo, tais como o abastecimento de água, a recolha de efluentes, a segurança, os transportes públicos, a carência de infra-estruturas de saúde, de infantários e de escolas, de parques infantis em condições e de áreas públicas adequadas às necessidades da população juvenil.
Se se conseguir isto, pelo menos, então valerá a pena o foguetório.
14 janeiro 2007
Petição para descontos na ponte Vasco da Gama
Pessoa que não conheço – Domingos Carreiro, residente em Montijo – pede-me que, através deste blogue, dê conhecimento da existência do seu blogue «Descontos Iguais», no qual divulga a iniciativa de recolher assinaturas para uma petição a entregar ao parlamento, pedindo a imposição na ponte Vasco da Gama dos mesmos descontos vigentes na ponte 25 de Abril.
Enquanto se mantiver activo e visivelmente actualizado, «Descontos Iguais» constará da coluna da esquerda.
Pelo que escrevi aqui e aqui há meses, e ainda porque, sem qualquer justificação conhecida, o valor das portagens na Vasco da Gama continua a subir a mais do dobro da inflação estimada pelo governo, concordo com a petição.
São necessárias 4.000 assinaturas e, em cerca de duas semanas, inscreveram-se pouco mais de meia centena de subscritores da petição
Seja solidário(a): retransmita esta informação a amigos, familiares e vizinhos.
Os autarcas dos municípios de Alcochete e de Montijo não fazem nada por esta iniciativa da sociedade civil?
Enquanto se mantiver activo e visivelmente actualizado, «Descontos Iguais» constará da coluna da esquerda.
Pelo que escrevi aqui e aqui há meses, e ainda porque, sem qualquer justificação conhecida, o valor das portagens na Vasco da Gama continua a subir a mais do dobro da inflação estimada pelo governo, concordo com a petição.
São necessárias 4.000 assinaturas e, em cerca de duas semanas, inscreveram-se pouco mais de meia centena de subscritores da petição
Seja solidário(a): retransmita esta informação a amigos, familiares e vizinhos.
Os autarcas dos municípios de Alcochete e de Montijo não fazem nada por esta iniciativa da sociedade civil?
13 janeiro 2007
Escola de luto
É muito triste Alcochete justificar notícia em órgãos de comunicação nacionais apenas pelas piores razões.
Isto ocorre sistematicamente, sei como se atenuaria (pelo menos) mas quem dispõe dos meios suficientes para tratar disso faz de conta que nada tem a ver com o assunto.
Por agora, há a lamentar sobretudo a morte do jovem aluno da Escola Secundária, caso que ontem abalou a comunidade discente e docente e a própria vizinhança.
Em minha modesta opinião, esta escola não tem sido bafejada pela sorte. Quando tal sucede a comunidade deve unir-se em torno da mesma.
Isto ocorre sistematicamente, sei como se atenuaria (pelo menos) mas quem dispõe dos meios suficientes para tratar disso faz de conta que nada tem a ver com o assunto.
Por agora, há a lamentar sobretudo a morte do jovem aluno da Escola Secundária, caso que ontem abalou a comunidade discente e docente e a própria vizinhança.
Em minha modesta opinião, esta escola não tem sido bafejada pela sorte. Quando tal sucede a comunidade deve unir-se em torno da mesma.
12 janeiro 2007
Estar alerta é fundamental (2)
Finalmente, há reacção institucional ao aumento da criminalidade no concelho de Alcochete, assunto que me desagradou bastante abordar, novamente, há pouco mais de uma semana, neste texto.
Já o fizera antes, a 25 de Agosto passado, quando um assalto inédito teve direito a notícia num jornal nacional.
Pelos dois comentários que o meu último texto suscitou, depreendia-se haver algo mais que boatos.
Enfim, o próprio chefe da edilidade teve de reconhecer num órgão de comunicação social que a qualidade de vida em Alcochete vai de mal a pior por causa da insegurança.
Todavia, as preocupações do autarca não resolvem coisa alguma, tal como a insegurança nunca é apenas um problema dos polícias. Ainda que o posto da GNR de Alcochete tivesse 50 guardas, a criminalidade não diminuiria.
O problema essencial reside no facto de, em apenas sete anos, a população ter aumentado mais de 50%, sem que jamais se tenham acautelado os problemas que esse crescimento suscita.
Recordo-me que, há meia dúzia de anos, a GNR demorava escassos dias a deter o autor de dois ou três assaltos. Depois passavam-se meses sem nada a assinalar.
Hoje o assunto é muito mais complexo e delicado, devendo ser analisado e estudado, com determinação e empenho, no seio do Conselho Municipal de Segurança.
É desse órgão que devem partir propostas, sugestões e soluções de envolvimento de cidadãos, de famílias, de bairros, de freguesias, de escolas, de instituições de solidariedade social, de autarquias, de meios de comunicação e de polícias.
Ao contrário do que tem sido noticiado, entendo que a acção desse órgão não deve limitar-se à apresentação de propostas à câmara e à assembleia municipal.
Tendo nele assento representantes autárquicos, a sua acção deve ser exercida directamente e nunca depender de conveniências políticas. Mas devem ser-lhe facultados meios suficientes, nomeadamente do município e das juntas de freguesia, para o envolvimento e o diálogo com os principais interessados: os cidadãos.
Se o Conselho Municipal de Segurança tivesse saído do papel há mais tempo e se fosse um órgão interventivo e empenhado, talvez hoje não houvesse uma crescente onda de assaltos que ninguém consegue já iludir ou ocultar.
Estão em risco, por agora, bens patrimoniais de quem se refugiou em Alcochete supondo ser possível haver um paraíso. Havia, de facto. Mas como se limitaram a "betonizar" e a cruzar os braços relativamente a riscos colaterais há muito conhecidos e estudados, o paraíso depressa acabou e as coisas complicaram-se.
Obviamente, se nada for feito qualquer dia teremos a lamentar muito pior.
Já o fizera antes, a 25 de Agosto passado, quando um assalto inédito teve direito a notícia num jornal nacional.
Pelos dois comentários que o meu último texto suscitou, depreendia-se haver algo mais que boatos.
Enfim, o próprio chefe da edilidade teve de reconhecer num órgão de comunicação social que a qualidade de vida em Alcochete vai de mal a pior por causa da insegurança.
Todavia, as preocupações do autarca não resolvem coisa alguma, tal como a insegurança nunca é apenas um problema dos polícias. Ainda que o posto da GNR de Alcochete tivesse 50 guardas, a criminalidade não diminuiria.
O problema essencial reside no facto de, em apenas sete anos, a população ter aumentado mais de 50%, sem que jamais se tenham acautelado os problemas que esse crescimento suscita.
Recordo-me que, há meia dúzia de anos, a GNR demorava escassos dias a deter o autor de dois ou três assaltos. Depois passavam-se meses sem nada a assinalar.
Hoje o assunto é muito mais complexo e delicado, devendo ser analisado e estudado, com determinação e empenho, no seio do Conselho Municipal de Segurança.
É desse órgão que devem partir propostas, sugestões e soluções de envolvimento de cidadãos, de famílias, de bairros, de freguesias, de escolas, de instituições de solidariedade social, de autarquias, de meios de comunicação e de polícias.
Ao contrário do que tem sido noticiado, entendo que a acção desse órgão não deve limitar-se à apresentação de propostas à câmara e à assembleia municipal.
Tendo nele assento representantes autárquicos, a sua acção deve ser exercida directamente e nunca depender de conveniências políticas. Mas devem ser-lhe facultados meios suficientes, nomeadamente do município e das juntas de freguesia, para o envolvimento e o diálogo com os principais interessados: os cidadãos.
Se o Conselho Municipal de Segurança tivesse saído do papel há mais tempo e se fosse um órgão interventivo e empenhado, talvez hoje não houvesse uma crescente onda de assaltos que ninguém consegue já iludir ou ocultar.
Estão em risco, por agora, bens patrimoniais de quem se refugiou em Alcochete supondo ser possível haver um paraíso. Havia, de facto. Mas como se limitaram a "betonizar" e a cruzar os braços relativamente a riscos colaterais há muito conhecidos e estudados, o paraíso depressa acabou e as coisas complicaram-se.
Obviamente, se nada for feito qualquer dia teremos a lamentar muito pior.
Tenho dúvidas
Não sei que mais me surpreende na primeira parte desta notícia:
1. A ingenuidade do edil alcochetano?
2. A incapacidade em compreender que a teta do Estado secou?
3. O desconhecimento do papel insubstituível das autarquias na verdadeira promoção da qualidade de vida dos seus munícipes?
4. O convencimento de que todas as pessoas são estúpidas e que o populismo bacoco é a melhor política para continuar a enganar patos bravos?
Já não há paciência para conversa da treta, mormente quando os problemas se acumulam, muitos deles ocasionados por longo e inexplicável imobilismo em matérias que não dependem do dinheiro existente mas do dinamismo da acção e da capacidade de iniciativa.
Quanto à segunda parte da notícia, tenho um único comentário a fazer: pelo respeito devido a quem, durante 19 anos, esteve à frente do município, parece-me de muito mau gosto (para dizer o mínimo) que uma câmara dirigida por autarcas da CDU atribua o mais alto galardão municipal a um correligionário. Nomeadamente porque tal ocorre quando essa força política detém a maioria e o homenageado preside à Assembleia Municipal.
Assim não há reconhecimento verdadeiro nem justiça. É pura distribuição de prebendas a amigos.
Fique claro que não discordo da homenagem mas somente da sua oportunidade.
E de duas uma: ou a existência do galardão é injustificada por a terra ser pequena e escassear quem o mereça ou ninguém esteve para se incomodar a estudar e descobrir quem fosse oportuno homenagear.
1. A ingenuidade do edil alcochetano?
2. A incapacidade em compreender que a teta do Estado secou?
3. O desconhecimento do papel insubstituível das autarquias na verdadeira promoção da qualidade de vida dos seus munícipes?
4. O convencimento de que todas as pessoas são estúpidas e que o populismo bacoco é a melhor política para continuar a enganar patos bravos?
Já não há paciência para conversa da treta, mormente quando os problemas se acumulam, muitos deles ocasionados por longo e inexplicável imobilismo em matérias que não dependem do dinheiro existente mas do dinamismo da acção e da capacidade de iniciativa.
Quanto à segunda parte da notícia, tenho um único comentário a fazer: pelo respeito devido a quem, durante 19 anos, esteve à frente do município, parece-me de muito mau gosto (para dizer o mínimo) que uma câmara dirigida por autarcas da CDU atribua o mais alto galardão municipal a um correligionário. Nomeadamente porque tal ocorre quando essa força política detém a maioria e o homenageado preside à Assembleia Municipal.
Assim não há reconhecimento verdadeiro nem justiça. É pura distribuição de prebendas a amigos.
Fique claro que não discordo da homenagem mas somente da sua oportunidade.
E de duas uma: ou a existência do galardão é injustificada por a terra ser pequena e escassear quem o mereça ou ninguém esteve para se incomodar a estudar e descobrir quem fosse oportuno homenagear.
Adeus casa própria (2)
Continuo a ler alertas relevantes para quem tem casa própria ou pensa vendê-la e/ou adquiri-la.
A propósito de outra notícia sobre o mesmo tema, publicada noutro jornal, há três dias tinha escrito aqui sobre o assunto. No essencial as versões coincidem.
Insisto: os autarcas não podem continuar com a política da betonização. Chegou a hora de arcarem com as consequências dela.
Na próxima segunda-feira (15 de Janeiro, aniversário da restauração do concelho), abordarei este assunto em pormenor.
A propósito de outra notícia sobre o mesmo tema, publicada noutro jornal, há três dias tinha escrito aqui sobre o assunto. No essencial as versões coincidem.
Insisto: os autarcas não podem continuar com a política da betonização. Chegou a hora de arcarem com as consequências dela.
Na próxima segunda-feira (15 de Janeiro, aniversário da restauração do concelho), abordarei este assunto em pormenor.
11 janeiro 2007
Diálogo radiofónico via Net
João Marafuga, meu companheiro neste blogue, fixou para o próximo dia 16 (terça-feira), pelas 16h00, no «BlogTalkRadio», um diálogo interactivo de 30 minutos com interessados na discussão de problemas relacionados com a política local de Alcochete.
Nesta página poderá ser encontrada a informação necessária sobre o modo de participar e/ou acompanhar essa emissão.
Seguirei a emissão com natural curiosidade.
Nesta página poderá ser encontrada a informação necessária sobre o modo de participar e/ou acompanhar essa emissão.
Seguirei a emissão com natural curiosidade.
Desafio aos munícipes de Alcochete (2)
Escrevi isto há mês e meio e nada sucedeu, que eu saiba.
Por isso insisto: há na Rua Ciprião de Figueiredo, em Alcochete, um edifício classificado, há muitos anos, como de interesse arquitectónico municipal, acerca do qual foi anunciado, recentemente, pelo vice-presidente da câmara, estar decidida a sua demolição.
Há pouco mais de dois anos evitei essa destruição e continuo a não contemporizar com políticas de "bulldozer", que tudo arrasam a pretexto de uma suposta crise financeira nunca devidamente explicada.
O edifício em causa será datado de uma época próxima da da restauração do concelho (1898), cuja celebração anual os autarcas com funções executivas gostam imenso de organizar a 15 de Janeiro para se autopromoverem.
No entanto, quando convém borrifam-se para marcos da memória colectiva.
Haja o que houver, doa a quem doer, o património classificado é para respeitar e os autarcas têm o dever legal de o preservar.
Insisto: desafio os munícipes a reagirem da forma que entenderem justa e necessária. E quanto antes, para que não seja tarde demais!
Há legislação suficiente para a câmara expropriar ou tomar posse administrativa desta jóia, dispõe da capacidade financeira necessária para tratar do realojamento temporário da única locatária, assim como meios para assumir directamente a recuperação e exploração do precioso imóvel até ter sido ressarcida das despesas inerentes.
P.S. - A imagem acima é datada de 11/9/2001. Veja-se como estava então o edifício e compare-se com o estado actual.
Por isso insisto: há na Rua Ciprião de Figueiredo, em Alcochete, um edifício classificado, há muitos anos, como de interesse arquitectónico municipal, acerca do qual foi anunciado, recentemente, pelo vice-presidente da câmara, estar decidida a sua demolição.
Há pouco mais de dois anos evitei essa destruição e continuo a não contemporizar com políticas de "bulldozer", que tudo arrasam a pretexto de uma suposta crise financeira nunca devidamente explicada.
O edifício em causa será datado de uma época próxima da da restauração do concelho (1898), cuja celebração anual os autarcas com funções executivas gostam imenso de organizar a 15 de Janeiro para se autopromoverem.
No entanto, quando convém borrifam-se para marcos da memória colectiva.
Haja o que houver, doa a quem doer, o património classificado é para respeitar e os autarcas têm o dever legal de o preservar.
Insisto: desafio os munícipes a reagirem da forma que entenderem justa e necessária. E quanto antes, para que não seja tarde demais!
Há legislação suficiente para a câmara expropriar ou tomar posse administrativa desta jóia, dispõe da capacidade financeira necessária para tratar do realojamento temporário da única locatária, assim como meios para assumir directamente a recuperação e exploração do precioso imóvel até ter sido ressarcida das despesas inerentes.
P.S. - A imagem acima é datada de 11/9/2001. Veja-se como estava então o edifício e compare-se com o estado actual.
10 janeiro 2007
Regulamento do museu municipal
Começa hoje a contar o prazo de 30 dias para a recepção de comentários a uma proposta de alteração do regulamento do Museu Municipal de Alcochete.
Já anteriormente escrevi aqui e aqui sobre o assunto e reafirmo que me preocupa mais a escassa dimensão do núcleo-sede do Museu Municipal que o regulamento.
Talvez os especialistas tenham outra opinião e oxalá façam chegar os seus comentários oportunos ao município.
Já anteriormente escrevi aqui e aqui sobre o assunto e reafirmo que me preocupa mais a escassa dimensão do núcleo-sede do Museu Municipal que o regulamento.
Talvez os especialistas tenham outra opinião e oxalá façam chegar os seus comentários oportunos ao município.
09 janeiro 2007
Plantai árvores e não prédios
Este programa das Nações Unidas pretende plantar, no ano corrente, pelo menos, mil milhões de árvores em todo o mundo.
Trata-se de uma iniciativa cuja importância me dispenso de enaltecer, pois até as crianças conhecem as vantagens em plantar árvores.
Vamos no 9.º dia de 2007 e ainda não li, em parte alguma, qualquer informação sobre o impacte desta iniciativa em Alcochete.
Vá lá, acordem. E depressa. As árvores plantam-se na época chuvosa.
Pelas minhas contas, para cumprir a sua parte nesta campanha os alcochetanos terão de plantar, no mínimo, 1.855 árvores (aprox. uma árvore por cada 8 habitantes).
Mas onde encontrar espaço disponível para tanta árvore se andam a construir, apressadamente, nos sítios mais imprevisíveis?
Adeus casa própria
Recomendo vivamente – sobretudo aos proprietários de habitações, aos que pretendem vender usadas e aos que pensam adquirir novas – a leitura desta notícia esclarecedora.
Várias vezes escrevi aqui sobre este assunto e verifico agora que as minhas observações locais coincidem com a realidade noticiada:
1. Há mais casas à venda (novas e usadas) que pessoas à procura delas;
2. 70% das casas à venda são usadas;
3. O endividamento das famílias, baseado na hipoteca de habitação própria, dificulta o negócio imobiliário.
Ou seja: quem pretenda vender casa usada só o conseguirá abaixo do preço de aquisição (tal como sucede nos automóveis).
Na prática, tal significa que deixou de ser interessante, tanto do ponto de vista financeiro como da valorização do património familiar, adquirir casa própria.
Agora imaginem as repercussões que tudo isto terá, porque há apenas três anos existe uma nova lei de tributação do património que valorizou o valor fiscal dos imóveis urbanos em cerca de 60% do seu valor comercial à época.
Porém, na prática esse valor comercial é já hoje inferior e tende a diminuir com o passar do tempo, pelo que cidadãos, Estado e autarquias têm um sério problema para resolver.
Várias vezes escrevi aqui sobre este assunto e verifico agora que as minhas observações locais coincidem com a realidade noticiada:
1. Há mais casas à venda (novas e usadas) que pessoas à procura delas;
2. 70% das casas à venda são usadas;
3. O endividamento das famílias, baseado na hipoteca de habitação própria, dificulta o negócio imobiliário.
Ou seja: quem pretenda vender casa usada só o conseguirá abaixo do preço de aquisição (tal como sucede nos automóveis).
Na prática, tal significa que deixou de ser interessante, tanto do ponto de vista financeiro como da valorização do património familiar, adquirir casa própria.
Agora imaginem as repercussões que tudo isto terá, porque há apenas três anos existe uma nova lei de tributação do património que valorizou o valor fiscal dos imóveis urbanos em cerca de 60% do seu valor comercial à época.
Porém, na prática esse valor comercial é já hoje inferior e tende a diminuir com o passar do tempo, pelo que cidadãos, Estado e autarquias têm um sério problema para resolver.
Ainda sobre hospital de Montijo
Esta moção esclarece, a meu ver suficientemente, algo que a maioria dos cidadãos desconhecia: quanto se investiu, de 1943 até hoje, em infra-estruturas do Hospital Distrital de Montijo.
O dinheiro ali empregue era dos nossos antepassados e também meu e vosso, estando em risco de ser tudo deitado ao lixo.
Hoje é dispensável, assim decidiu um ministério que começa por mandar encerrar as urgências do hospital, baseado numa recomendação técnica que mais não é que um fato talhado à medida da visão redutora dos cuidados de saúde a prestar aos cidadãos.
Agora vão à bruxa ou deitem as cartas e os búzios para adivinhar o que sucederá a seguir à infra-estrutura hospitalar.
O dinheiro ali empregue era dos nossos antepassados e também meu e vosso, estando em risco de ser tudo deitado ao lixo.
Hoje é dispensável, assim decidiu um ministério que começa por mandar encerrar as urgências do hospital, baseado numa recomendação técnica que mais não é que um fato talhado à medida da visão redutora dos cuidados de saúde a prestar aos cidadãos.
Agora vão à bruxa ou deitem as cartas e os búzios para adivinhar o que sucederá a seguir à infra-estrutura hospitalar.
08 janeiro 2007
O isqueiro e a pesca desportiva
No tempo da "outra senhora" havia uma celebérrima lei que obrigava os portugueses a pagar uma licença de uso e posse de isqueiro, a pretexto da defesa da indústria fosforeira nacional.
Agora, quando até os fósforos vêm da China, "esta senhora" criou legislação com a qual diz pretender pôr na ordem uns energúmenos – maioritariamente velhos, inúteis e reformados – que supostamente delapidam os recursos piscícolas ao darem banho à minhoca.
O mais estranho é que a clara maioria não pesca coisa alguma e o acto de alimentar peixes com minhoca, casulo, sardinha ou camarão era mero pretexto para umas horas de amena cavaqueira, evitando o síndroma do marido reformado.
Mas até nisso "esta senhora" interferiu, ao obrigar os pescadores a manterem entre si a distância mínima de 10 metros, não vá haver algum contágio de... bacilos da gripe.
Portanto, restam aos velhotes de Alcochete duas alternativas: ou engrossam o número dos que roçam os fundilhos das calças criticando o presidente da câmara nos bancos de jardim fronteiros aos Paços do Concelho e em redor do Museu de Arte Sacra ou... compram megafone para manterem a cavaqueira na pesca.
Já só falta mesmo que os municípios apliquem aos reformados uma taxa de manutenção dos bancos de jardim!
Agora, quando até os fósforos vêm da China, "esta senhora" criou legislação com a qual diz pretender pôr na ordem uns energúmenos – maioritariamente velhos, inúteis e reformados – que supostamente delapidam os recursos piscícolas ao darem banho à minhoca.
O mais estranho é que a clara maioria não pesca coisa alguma e o acto de alimentar peixes com minhoca, casulo, sardinha ou camarão era mero pretexto para umas horas de amena cavaqueira, evitando o síndroma do marido reformado.
Mas até nisso "esta senhora" interferiu, ao obrigar os pescadores a manterem entre si a distância mínima de 10 metros, não vá haver algum contágio de... bacilos da gripe.
Portanto, restam aos velhotes de Alcochete duas alternativas: ou engrossam o número dos que roçam os fundilhos das calças criticando o presidente da câmara nos bancos de jardim fronteiros aos Paços do Concelho e em redor do Museu de Arte Sacra ou... compram megafone para manterem a cavaqueira na pesca.
Já só falta mesmo que os municípios apliquem aos reformados uma taxa de manutenção dos bancos de jardim!
07 janeiro 2007
Saúde no país dos cidadãos descartáveis
Porque leio regularmente o «Diário da República», já me tinha apercebido que o Centro de Saúde de Alcochete tem, há meses, nova tutela directiva, comum aos congéneres de Barreiro, Quinta da Lomba, Moita, Montijo e Baixa da Banheira.
Não abordei o assunto porque, comprovadamente, ele interessa a muito poucos e nem vale a pena pormenorizá-lo, já que os principais utentes dos centros de saúde são os velhos e, no caso de Alcochete, embora representem cerca de 19% da população residente, dessa franja da sociedade ninguém quer saber rigorosamente nada.
Aos novos – que usufruem de seguros de saúde, que nunca adoecem, que jamais envelhecerão e não querem saber dos velhos – pouco interessa que o funcionamento dos centros de saúde seja bom ou mau.
No entanto, ao contrário do que esta notícia parece sugerir – continua a espantar-me o distanciamento social e a resignação dos jornalistas da actualidade – duvido que os utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) sejam melhor servidos com estes métodos de gestão.
Sejamos racionais: é mais fácil gerir organizações e resolver os problemas junto delas ou a 30kms de distância?
Para mim, a promessa de os utentes usufruírem de consultas de especialidades e do apoio de hospitais de referência é música para adormecer. Na prática, amanhã as coisas estarão muito piores que anteontem, ontem e hoje.
Talvez o governo – e, em particular, o ministro da Saúde – volte a embandeirar em arco por mais uma redução de despesa no SNS.
E se esta política ocasionar a morte prematura de muitos velhos, a Segurança Social deixará também de ser preocupação?
Que país construímos se se tratam os cidadãos como descartáveis, esfolando-os com impostos durante a vida activa e retirando-lhes apoio ao pesarem no orçamento?
Entrementes, pouco importa que, diariamente, no Centro de Saúde de Alcochete, aumente o número de utentes, de médicos, de enfermeiros e de funcionários descontentes e desmotivados com esta política.
A verdade é que uns e outros continuam a refilar apenas entredentes, pelo que presumo haver medo de falar alto. Ou continuarão resignados por terem o que merecem?
Não abordei o assunto porque, comprovadamente, ele interessa a muito poucos e nem vale a pena pormenorizá-lo, já que os principais utentes dos centros de saúde são os velhos e, no caso de Alcochete, embora representem cerca de 19% da população residente, dessa franja da sociedade ninguém quer saber rigorosamente nada.
Aos novos – que usufruem de seguros de saúde, que nunca adoecem, que jamais envelhecerão e não querem saber dos velhos – pouco interessa que o funcionamento dos centros de saúde seja bom ou mau.
No entanto, ao contrário do que esta notícia parece sugerir – continua a espantar-me o distanciamento social e a resignação dos jornalistas da actualidade – duvido que os utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) sejam melhor servidos com estes métodos de gestão.
Sejamos racionais: é mais fácil gerir organizações e resolver os problemas junto delas ou a 30kms de distância?
Para mim, a promessa de os utentes usufruírem de consultas de especialidades e do apoio de hospitais de referência é música para adormecer. Na prática, amanhã as coisas estarão muito piores que anteontem, ontem e hoje.
Talvez o governo – e, em particular, o ministro da Saúde – volte a embandeirar em arco por mais uma redução de despesa no SNS.
E se esta política ocasionar a morte prematura de muitos velhos, a Segurança Social deixará também de ser preocupação?
Que país construímos se se tratam os cidadãos como descartáveis, esfolando-os com impostos durante a vida activa e retirando-lhes apoio ao pesarem no orçamento?
Entrementes, pouco importa que, diariamente, no Centro de Saúde de Alcochete, aumente o número de utentes, de médicos, de enfermeiros e de funcionários descontentes e desmotivados com esta política.
A verdade é que uns e outros continuam a refilar apenas entredentes, pelo que presumo haver medo de falar alto. Ou continuarão resignados por terem o que merecem?
Rótulos:
Diário da República,
reformados,
residentes,
saúde
05 janeiro 2007
Micro-causas em espera
Há meses que não actualizava a lista das principais micro-causas deste blogue.
Desde Novembro de 2005 somam-se mais de uma centena e, entretanto, da lista só se justificou terem-se suprimido meia dúzia de assuntos, correspondentes a matérias resolvidas por acção ou inacção:
28/11/2005 - Pedido ao presidente da câmara
2/1/2006 - Recomendação de leitura
9/1/2006 - Estão a atirar-nos água para os olhos
10/1/2006 - Negócio malcheiroso
16/2/2006 - Samouco: salvem a Casa do Mirante
13/1/2006 - Ordem na água
16/2/2006 - Samouco: sugestões para mostrar serviço (excluindo matéria tratada na imagem n.º 2)
14/2/2006 - Sim e não
31/1/2006 - Um passo adiante mas...
21/2/2006 - Negócio malcheiroso (II)
22/2/2006 - Não metam água, por favor
25/2/2006 - Atenção à História local
27/2/2006 - Expliquem-se, por favor
1/3/2006 - Palmeiras engrossam, canteiros rebentam
2/3/2006 - Atenção aos eucaliptos
3/3/2006 - Escândalo em Samouco!
3/3/2006 - D. Mariana Gonçalves perdoar-nos-á?
3/3/2006 - Bucolismo
4/3/2006 -Valha-nos Deus!
6/3/2006 - Novamente o Rossio, para variar...
6/3/2006 - Aviso e recomendação
10/3/2006 - Há regulamento de publicidade? Não parece...
11/3/2006 - Leite por caixa; papel por árvores
13/3/2006 - Para que alguma coisa mude
14/3/2006 - Bagunça na toponímia de Alcochete
17/3/2006 - O site oficial da Câmara
19/3/2006 - Para que alguma coisa mude (4)
20/3/2006 - São Francisco: sugestões para mostrar serviço
21/3/2006 - São Francisco: sugestões para mostrar serviço (2)
22/3/2006 - São Francisco: sugestões para mostrar serviço (3)
22/3/2006 - Dêem à luz, por favor!
22/3/2006 - Aprendam mentes brilhantes!
22/3/2006 - A cola do ex-libris
23/3/2006 - Raios os partam
23/3/2006 - Intendência dos leitores
24/3/2006 - Ideias para reflectir
24/3/2006 - Para inglês ver
25/3/2006 - Sporting merece mais
25/3/2006 - Pinhal do Concelho
25/3/2006 - Um conto, um ponto, e o vigário
26/3/2006 - Passil
27/3/2006 - Torroal
27/3/2006 - O Palácio do Senhor Presidente 3
28/3/2006 - Tenham vergonha!
29/3/2006 - Comovente!
29/3/2006 - Comovente!
12/4/2006 - Há alguém acordado?
13/4/2006 - Pasquim de propaganda
14/4/2006 - Estátua ao bombeiro
17/4/2006 - A praça
19/4/2006 - Não aos funcionários descartáveis
20/4/2006 - Bom exemplo de recuperação
21/4/2006 - Não se entende
23/4/2006 - Cobrador de promessas
23/5/2006 - Para quando parques infantis legais?
24/5/2006 - Ai Flamingo, Flamingo!
26/5/2006 - Pedido ao presidente da câmara (2)
29/5/2006 - Negócio malcheiroso (2)
5/6/2006 - Pensar e imaginar
17/6/2006 - Barris: garagens alagadas por culpa da câmara
20/6/2006 - Faz que anda, mas não anda
21/6/2006- Avaliação? Qual avaliação?
22/6/2006 - Observações sobre urbanismo
3/7/2006 - Perguntas aos autarcas
7/7/2006 - Apelo à consciência colectiva
15/7/2006 - Novamente o Rossio, para variar (2)
19/7/2006 - Descubram, replantem e protejam samoucos
21/7/2006 - Pontos de vista
22/7/2006 - A ignomínia
23/7/2006 - Responsabilidade social das empresas
8/8/2006 - A pérola náutica e o museu
9/8/2006 - Expliquem tudo de uma vez
8/9/2006 - São Francisco reclama
13/9/2006 - Acudam aos Barris
17/9/2006 - Ai a coerência!
21/9/2006 - Imaginação precisa-se
29/9/2006 - Quer partilhar o seu carro?
7/10/2006 - Questão política ou factos que ... (3)
8/10/2006 - Pensar não ofende
11/10/2006 - Água: expliquem-se
6/11/2006 - Pagar mais para quê? (1)
12/11/2006 - Apelo aos empresários
23/11/2006 - Desafio aos munícipes de Alcochete
1/12/2006 - Índios e 'cowboys'
5/12/2006 - Cultura da casca
31/12/2006 - Acabar mal o ano
Ajudem-me a actualizar isto, se possível.
Desde Novembro de 2005 somam-se mais de uma centena e, entretanto, da lista só se justificou terem-se suprimido meia dúzia de assuntos, correspondentes a matérias resolvidas por acção ou inacção:
28/11/2005 - Pedido ao presidente da câmara
2/1/2006 - Recomendação de leitura
9/1/2006 - Estão a atirar-nos água para os olhos
10/1/2006 - Negócio malcheiroso
16/2/2006 - Samouco: salvem a Casa do Mirante
13/1/2006 - Ordem na água
16/2/2006 - Samouco: sugestões para mostrar serviço (excluindo matéria tratada na imagem n.º 2)
14/2/2006 - Sim e não
31/1/2006 - Um passo adiante mas...
21/2/2006 - Negócio malcheiroso (II)
22/2/2006 - Não metam água, por favor
25/2/2006 - Atenção à História local
27/2/2006 - Expliquem-se, por favor
1/3/2006 - Palmeiras engrossam, canteiros rebentam
2/3/2006 - Atenção aos eucaliptos
3/3/2006 - Escândalo em Samouco!
3/3/2006 - D. Mariana Gonçalves perdoar-nos-á?
3/3/2006 - Bucolismo
4/3/2006 -Valha-nos Deus!
6/3/2006 - Novamente o Rossio, para variar...
6/3/2006 - Aviso e recomendação
10/3/2006 - Há regulamento de publicidade? Não parece...
11/3/2006 - Leite por caixa; papel por árvores
13/3/2006 - Para que alguma coisa mude
14/3/2006 - Bagunça na toponímia de Alcochete
17/3/2006 - O site oficial da Câmara
19/3/2006 - Para que alguma coisa mude (4)
20/3/2006 - São Francisco: sugestões para mostrar serviço
21/3/2006 - São Francisco: sugestões para mostrar serviço (2)
22/3/2006 - São Francisco: sugestões para mostrar serviço (3)
22/3/2006 - Dêem à luz, por favor!
22/3/2006 - Aprendam mentes brilhantes!
22/3/2006 - A cola do ex-libris
23/3/2006 - Raios os partam
23/3/2006 - Intendência dos leitores
24/3/2006 - Ideias para reflectir
24/3/2006 - Para inglês ver
25/3/2006 - Sporting merece mais
25/3/2006 - Pinhal do Concelho
25/3/2006 - Um conto, um ponto, e o vigário
26/3/2006 - Passil
27/3/2006 - Torroal
27/3/2006 - O Palácio do Senhor Presidente 3
28/3/2006 - Tenham vergonha!
29/3/2006 - Comovente!
29/3/2006 - Comovente!
12/4/2006 - Há alguém acordado?
13/4/2006 - Pasquim de propaganda
14/4/2006 - Estátua ao bombeiro
17/4/2006 - A praça
19/4/2006 - Não aos funcionários descartáveis
20/4/2006 - Bom exemplo de recuperação
21/4/2006 - Não se entende
23/4/2006 - Cobrador de promessas
23/5/2006 - Para quando parques infantis legais?
24/5/2006 - Ai Flamingo, Flamingo!
26/5/2006 - Pedido ao presidente da câmara (2)
29/5/2006 - Negócio malcheiroso (2)
5/6/2006 - Pensar e imaginar
17/6/2006 - Barris: garagens alagadas por culpa da câmara
20/6/2006 - Faz que anda, mas não anda
21/6/2006- Avaliação? Qual avaliação?
22/6/2006 - Observações sobre urbanismo
3/7/2006 - Perguntas aos autarcas
7/7/2006 - Apelo à consciência colectiva
15/7/2006 - Novamente o Rossio, para variar (2)
19/7/2006 - Descubram, replantem e protejam samoucos
21/7/2006 - Pontos de vista
22/7/2006 - A ignomínia
23/7/2006 - Responsabilidade social das empresas
8/8/2006 - A pérola náutica e o museu
9/8/2006 - Expliquem tudo de uma vez
8/9/2006 - São Francisco reclama
13/9/2006 - Acudam aos Barris
17/9/2006 - Ai a coerência!
21/9/2006 - Imaginação precisa-se
29/9/2006 - Quer partilhar o seu carro?
7/10/2006 - Questão política ou factos que ... (3)
8/10/2006 - Pensar não ofende
11/10/2006 - Água: expliquem-se
6/11/2006 - Pagar mais para quê? (1)
12/11/2006 - Apelo aos empresários
23/11/2006 - Desafio aos munícipes de Alcochete
1/12/2006 - Índios e 'cowboys'
5/12/2006 - Cultura da casca
31/12/2006 - Acabar mal o ano
Ajudem-me a actualizar isto, se possível.
04 janeiro 2007
Parques infantis: agora percebo
Admirava-me que a maioria dos parques infantis de Alcochete continuasse a funcionar à margem da lei.
Esta notícia esclarece as minhas dúvidas.
Nem por isso deixarei de verberar quem desrespeita o direito das crianças brincarem em segurança, porque neste município a população com menos de 14 anos aumentou quase 50% entre 1997 e 2004.
Esta notícia esclarece as minhas dúvidas.
Nem por isso deixarei de verberar quem desrespeita o direito das crianças brincarem em segurança, porque neste município a população com menos de 14 anos aumentou quase 50% entre 1997 e 2004.
02 janeiro 2007
Estar alerta é fundamental
Começo o ano a abordar um assunto que actualmente anda de boca em boca, acerca do qual escrevera aqui há alguns meses a propósito de assalto inédito.
Não será segredo para ninguém que Alcochete fervilha em informações nada fidedignas sobre uma hipotética ou real onda de assaltos a residências.
O que muito estranho é o facto de nenhuma entidade institucional negar ou confirmar o que, até prova em contrário, poderão ser simples boatos.
E se o não forem? Ninguém tem recomendações a fazer para evitar novos casos lamentáveis?
P.S. - "É tolice acreditar literalmente em boatos, mas é igualmente tolo descartá-los por inteiro, porque essas histórias revelam alguma coisa sobre as preocupações, interesses, esperanças e medos dos indivíduos e grupos que as transmitem. Os estudos sobre o boato chegaram a algumas conclusões fascinantes quanto às circunstâncias que favorecem sua difusão, as maneiras pelas quais as narrativas são elaboradas e sobre as funções sociais que elas têm a cumprir".
(...)
"As circunstâncias que favorecem a difusão de boatos incluem uma atmosfera de medo e incerteza provocada por alguma forma de crise, como guerras, ondas de fome, epidemias e revoluções".
Autor: Peter Burke, historiador inglês
Texto retirado de Rizoma
Conselhos da PJ
Furtos em residências
Furto de obras de arte
Conselhos da GNR
Conselhos da PSP
Conselho meu: acordai vítimas do estado a que isto chegou!
Não será segredo para ninguém que Alcochete fervilha em informações nada fidedignas sobre uma hipotética ou real onda de assaltos a residências.
O que muito estranho é o facto de nenhuma entidade institucional negar ou confirmar o que, até prova em contrário, poderão ser simples boatos.
E se o não forem? Ninguém tem recomendações a fazer para evitar novos casos lamentáveis?
P.S. - "É tolice acreditar literalmente em boatos, mas é igualmente tolo descartá-los por inteiro, porque essas histórias revelam alguma coisa sobre as preocupações, interesses, esperanças e medos dos indivíduos e grupos que as transmitem. Os estudos sobre o boato chegaram a algumas conclusões fascinantes quanto às circunstâncias que favorecem sua difusão, as maneiras pelas quais as narrativas são elaboradas e sobre as funções sociais que elas têm a cumprir".
(...)
"As circunstâncias que favorecem a difusão de boatos incluem uma atmosfera de medo e incerteza provocada por alguma forma de crise, como guerras, ondas de fome, epidemias e revoluções".
Autor: Peter Burke, historiador inglês
Texto retirado de Rizoma
Conselhos da PJ
Furtos em residências
Furto de obras de arte
Conselhos da GNR
Conselhos da PSP
Conselho meu: acordai vítimas do estado a que isto chegou!
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