24 maio 2006
Ai Flamingo, Flamingo!
Noutros tempos, depois de empossados os novos autarcas procuravam marcar a diferença executando pequenas obras de beneficiação e de remodelação. Coisas simples de concretizar num curto lapso de tempo, dispensando burocracia e esperas inúteis.
Na maior parte dos casos, o adiamento ou a ignorância dessas obras implicara a perda de votos aos antecessores e a correcção imediata dos erros era uma forma de sedução. Visava criar uma imagem distintiva e de estímulo à adesão de novas bases eleitorais, porque só o apoio popular sustenta o poder do governante.
Vêm estas cogitações a propósito da ridiculamente célebre Alameda do Tejo, na urbanização do Flamingo, em Alcochete, situada atrás da Escola EB 2,3 El-Rei D. Manuel I.
Do ponto de vista urbanístico "os Flamingos" – como a maioria designa o bairro – são um monumental aborto. A praceta interior da Alameda do Tejo é um dos espaços mais áridos e desumanos que conheço em Alcochete.
Dezenas de floreiras, canteiros tratados com gosto e espaços verdes devidamente cuidados poderiam amenizar aquele disparate urbanístico. Mas passaram-se sete anos desde que os primeiros moradores ali chegaram, vamos no terceiro mandato municipal e ninguém do poder demonstra a mínima disposição em resolver os casos pendentes.
Os inacabados espaços verdes e outros problemas custaram muitos votos aos derrotados no passado Outubro, os quais, durante quase dois anos, pareciam poder resolvê-los de vez. Muita gente acreditou nisso e deu-lhes o benefício da dúvida, mas como pouco ou nada sucedeu depois e ninguém explicou porquê, a maioria cobrou-lhes mais essa dívida.
Não estranho que sete meses depois das eleições as coisas continuem praticamente na mesma e a Alameda do Tejo apresente o aspecto patente nas imagens acima inseridas. Estranho é que os vencedores de Outubro tivessem um programa eleitoral em que prometiam o oposto do que têm demonstrado na prática diária.
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