20 outubro 2006

Empresas nossas amigas (2)

Escrevi aqui que o desconhecimento mútuo entre cidadãos e empresas é uma estranha realidade em Alcochete e, cumprindo a promessa de tentar contribuir para a desejável e útil aproximação, menciono hoje uma grande e já histórica empresa sedeada no nosso concelho, cuja casa-mãe remonta aos finais do séc. XIX a partir de uma ideia genial de William Painter (1838-1906), o inventor da popular carica.
Originalmente denominada Ormis-Embalagens de Portugal, Ld.ª, a fábrica de Alcochete começou a laborar por volta de meados da década de 50 (terá comemorado as bodas de ouro?) e surgiu como organização especializada de vários fabricantes de latoaria e de conservas de Algarve, Setúbal e Lisboa.
Eram eles Ramirez, Perez, Cumbera & Cia (industriais conserveiros com fábricas em Olhão e Vila Real de Santo António); Sociedade Mecânica Setubalense, Ld.ª (indústria de latoaria, de Setúbal); Sociedade Industrial Setubalense, Ld.ª (indústria de impressão em folha de flandres, de Setúbal); Soliva-Sociedade de Litografia e Vazio, Ld.ª (indústria de latoaria de Vila Real de Santo António); Silva, Saldanha, Ld.ª (actividade desconhecida, de Lisboa).
Infelizmente, neste sítio na Internet nada é referido acerca da sua actual fábrica em Alcochete. Problema comum à maioria das multinacionais, às quais basta serem grandes: esta, em 2004, tinha 185 fábricas em 43 países e 27.600 empregados.
Em Alcochete fabrica, em laboração contínua, embalagens metálicas ligeiras. É exportadora e está entre as 10 maiores empresas nacionais do ramo
No ano 2000 empregava 254 pessoas e o volume de negócios ascendeu a 33.134.485,89€. No início do ano corrente empregava 300 pessoas e o volume de negócios no último balanço então existente foi de 36.667.953€.

Isto foi o que encontrei noutras fontes nacionais disponíveis na Internet.
Já agora, deixo aqui uma sugestão ao museu municipal: organize-se uma área exemplificativa dos produtos industriais "made in Alcochete".
As empresas devem interagir com a comunidade envolvente, informando-a e retribuindo-lhe parte do que dela recebem. Os cidadãos devem conhecer as empresas vizinhas, porque a maioria (ou, muito provavelmente, todas) dão emprego a familiares, amigos e conhecidos. Ao abastecerem-se no mercado local geram também inúmeros empregos indirectos, tal como contribuem para engordar as receitas municipais.
Espero ajuda com novas ideias e a descoberta de mais exemplos porque, infelizmente, da maioria das empresas pouco é possível saber através da Internet. Oxalá também as empresas sejam sensíveis e contribuam para melhorar a informação.

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