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02 maio 2009

Alerta




Os residentes em Alcochete deviam ler, atentamente e na íntegra, este texto publicado na edição de hoje do DN.
Escrevi muito neste blogue sobre a transparência na política e nas campanhas eleitorais. Parece-me oportuno recomendar o retorno ao último relacionado com essa matéria.
Ainda deve haver gente com memória mas, todavia, esclareço que a imagem acima é da campanha eleitoral autárquica local em 2001.

30 abril 2009

É a crise, estúpido!



Passe a publicidade, puseram hoje isto na minha caixa de correio.
Outro sinal dos tempos difíceis que atravessamos e que, por mera conveniência política, ainda há quem tente, a todo o custo, iludir e esconder.

02 março 2009

Estatísticas não mentem

A imagem superior mostra o parque logístico do Passil em Fevereiro de 2003. A imagem inferior reproduz a situação no final do ano passado e desde então já houve alterações. As estatísticas evidenciam que com armazenagem de grandes dimensões nada se resolve (imagens via Google Earth).


Neste blogue tem-se apontado,
frequentemente, a necessidade de uma nova postura autárquica na captação de actividades empresariais e a informação estatística confirma a urgência de acções bem planeadas e melhor executadas.
No ano de 2006 o concelho de Alcochete tinha 12,2 empresas por Km2, o segundo pior índice na Península de Setúbal (abaixo apenas Palmela).
Além disso o nosso tecido empresarial tinha dimensão pouco significativa, existindo 96,2% de micro-empresas, 3,7% de pequenas e médias empresas e apenas uma com mais de 250 trabalhadores.
No mesmo ano de 2006, as 1568 empresas com sede em Alcochete davam emprego a 4905 pessoas (equivalentes a menos de metade da população activa residente). Tínhamos a terça parte das empresas e menos de metade do emprego da maioria dos municípios da região.
Outro pormenor que me parece significativo: existiam em Alcochete somente 103 empresas da indústria transformadora, a terça parte das registadas na maioria dos concelhos da península de Setúbal.
Vale a pena notar ainda que das 1568 empresas com sede no concelho, 1509 tinha menos de uma dezena de postos de trabalho, 48 entre uma dezena e meia centena, dez empresas empregavam entre 50 e 250 trabalhadores e, tal como acima referido, apenas uma tinha mais de 250 empregados.
Éramos ainda, na península de Setúbal, o concelho mais desequilibrado em termos de comércio. No ano de 2006 produziram-se, em Alcochete, mercadorias no valor de 54,5 milhões de euros, sendo 49,3 milhões destinados ao mercado interno e 5,2 milhões a exportação. As mercadorias entradas totalizaram 178,6 milhões de euros, tendo 172,7 milhões de euros proveniência nacional e 5,9 milhões de importações.

12 dezembro 2008

Compre o que é nosso

Se o(a) estimado(a) e paciente leitor(a) não anda excessivamente distraído(a), sabe que muitos economistas estão preocupados com o endividamento externo deste pobre país.
Segundo eles, há evidentes sinais de alarme: devemos ao exterior mais de um ano inteiro do produto do trabalho de todos os portugueses!
E o problema agrava-se a um ritmo impressionante: dois milhões de euros por hora!

É muito dinheiro. Corresponde a cerca de mês e meio do orçamento do Município de Alcochete ou ao IRS cobrado trimestralmente aos residentes no concelho.
Como se resolve isto? Traduzindo o "economês" em português: importando menos e exportando mais.
Um(a) vulgar cidadã(o) tem escassa capacidade de contribuir para o incremento das exportações, a menos que venda a estrangeiros a mobília, a casa ou a courela herdada na terra.
Inversamente, desempenha papel fundamental no caso das importações.
Se preferir carne portuguesa, blusas portuguesas, maçãs portuguesas, electrodomésticos portugueses, bolachas portuguesas e tudo o mais que haja no mercado identificado como «Made in Portugal», o seu contributo para a redução do endividamento externo será apreciável. Ajudará ainda as empresas portuguesas e concorrerá para o emprego de alguns compatriotas.
Pense nisto da próxima vez que for ao supermercado!
Por estas e outras razões plausíveis, gostaria de poder também recomendar a preferência por produtos de Alcochete.
Todavia, a nível local ninguém pensou ainda nessas nem noutras coisas aparentemente simples.
Dou-lhe um desconcertante exemplo: imagina quantas toneladas de laranjas, limões e tangerinas nascem, crescem e apodrecem nos pomares de Alcochete?
Será impossível estudar soluções – como uma etiqueta «Alcochete» – susceptíveis de melhorar alguma coisa, incluindo a nossa auto-estima?
Será impensável concretizar algo que, há cerca de seis meses, abordei noutro texto, onde recordava haver bens de consumo em variedade e quantidade suficientes, não me parecendo difícil planear e executar soluções susceptíveis de captar a atenção de residentes e forasteiros.

P.S: - A nossa dívida externa aumentou 66.667€ enquanto lia este texto.

06 junho 2008

Pagador prevenido vale por dois

Quem tiver cinco minutos disponíveis e quiser saber quanto amealhavam os governos mundiais, em meados de 2006, com os impostos sobre os combustíveis, faça o favor de consultar este documento (dica de Paulo Benito).
E se desejar aprofundar conhecimentos consulte também este útil sítio na Internet.
Os humanos são seres inteligentes e não será necessário acrescentar mais nada para compreender o assunto.

25 fevereiro 2008

Quando o poder fica mal no retrato (5)

Em 2005, no concelho de Alcochete, 23% do emprego era garantido por sociedades anónimas. As empresas maioritariamente com capital estrangeiro empregavam somente 12,4% dos cidadãos activos.
Igualmente baixo – 17% – era o emprego em serviços intensivos em conhecimento, contra uma média de 42% na península de Setúbal.
A proporção de emprego em actividades ligadas às tecnologias de informação e comunicação era de 1,2% – rigorosamente 1/3 da média da região!

Ainda no ano de 2005, igualmente baixa era a proporção de emprego na indústria transformadora em actividades de média e alta tecnologia, representando os 16% registados praticamente 1/3 da média da península de Setúbal.
Sendo visível que o desenvolvimento do concelho se baseou, sobretudo, na construção de habitação, o reflexo mais notório é a densidade de empresas por km2. Alcochete apresentava, em 2005, apenas 5,1 empresas/km2, contra 18,2 na média da região.
O valor acrescentado das empresas locais era reduzido. Em 2006, as mercadorias saídas de empresas do concelho ascenderam a 64.791 milhares de euros, contra 151.768 milhares de euros de mercadorias entradas. Inversamente, a balança do comércio internacional era positiva: destinaram-se a exportação bens produzidos no valor de 11.846 milhares de euros, enquanto as importações se fixaram abaixo de metade: 5.314 milhares de euros.

Passando aos indicadores de consumo de energia eléctrica em 2005, existiam em Alcochete 9919 consumidores, 80% dos quais domésticos. A média local foi de 9,3 milhares de KWh por consumidor, idêntica à média da península de Setúbal. O consumo doméstico foi de 2,5 milhares de KWh (ligeiramente acima da média da região), o da agricultura de 18,4 milhares de KWh (cerca do dobro da média da península) e o da indústria de 128,4 milhares de KWh (menos de 1/3 da média da região). [KWh significa Quilowatt/hora].
É curioso assinalar que, em 2005, Alcochete foi na península de Setúbal o concelho com menor consumo de energia eléctrica para iluminação de edifícios do Estado e de utilidade pública, cujos 2904 milhares de KWh representam menos de 1/3 do município imediatamente a seguir (Moita). Não é diferente o caso do consumo de iluminação de vias públicas, cujos 2132 milhares de KWh representam menos de metade do município seguinte (novamente Moita).

Quanto a indicadores de construção e habitação, as novas construções licenciadas em 2006 para habitação familiar tinham em média 4,6 divisões por fogo e a superfície média habitável era de 25,2m2. Entre 2004 e 2006 nem uma única habitação foi reconstruída!
No mesmo ano de 2006 foram licenciados pelo Município de Alcochete 224 edifícios (221 novos), dos quais 205 para habitação familiar.
Comparando o período 2001/2006, estima-se que no primeiro desses anos existissem no concelho de Alcochete 6420 alojamentos familiares clássicos, contra 7877 em 2006 (mais 22,6% em apenas seis anos).

Vejamos, seguidamente, alguns indicadores das finanças municipais relativos ao ano de 2005. Como é sabido houve mudança de gestão em Novembro desse ano, pelo que os dados respeitam, maioritariamente, ao exercício dos autarcas anteriores.
As receitas do Município de Alcochete cobriram apenas 97,4% das despesas e cada habitante contribuiu com 776€ para as receitas da autarquia. Em percentagem foi a terceira pior relação receitas/despesas na Península de Setúbal e o contributo de cada habitante para a receita foi somente superior em Sesimbra.
No total das receitas correntes, os impostos representaram 30,56% do valor arrecadado.
A taxa de despesas com pessoal do Município de Alcochete era a mais elevada da península de Setúbal: 47,91%!
A média na região era de 40,90%, tendo Almada a taxa mais baixa (33,44%).

Ainda relativamente ao ano de 2005, o Município de Alcochete obteve 12.059 milhares de euros de receitas e as despesas ascenderam a 12.381 milhares de euros.
Importa ainda conhecer a origem das receitas correntes: dos 9487 milhares de euros arrecadados, 180 milhares tiveram origem no Imposto Municipal sobre Veículos (vulgo selo do carro), 2255 milhares no Imposto Municipal sobre Transacção de Imóveis (IMT), 959 milhares no Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), 1715 milhares nos Fundos Municipais (comparticipação da autarquia nas receitas do Estado) e 2136 milhares na venda de bens e serviços.
Há um facto que importa assinalar: no ano de 2005 o Município de Alcochete gastou 5.932 milhares de euros em despesas com pessoal, mais que a soma das receitas arrecadadas em selo do carro, IMT, IMI e Fundos Municipais.
Ou seja, as receitas dos impostos eram insuficientes para satisfazer os encargos com pessoal.
Outra receita significativa teve origem nas taxas e licenças de construção (cujos valores são desconhecidos), que financiaram parte das despesas com pessoal e o resto: obras, subsídios e despesas de funcionamento.


Sem abordar todos os dados disponíveis, apresentei em cinco textos a radiografia do concelho de Alcochete segundo os indicadores estatísticos respeitantes aos anos de 2005 e 2006.
Não menos interessante será analisar a evolução de alguns dados significativos ao longo de vários anos, o que espero poder fazer nas próximas semanas.

(continua)

15 fevereiro 2008

Quando o poder fica mal no retrato (4)

Em 2005, as 1.426 empresas de Alcochete empregavam 3329 trabalhadores por conta de outrem, existindo 183 pessoas ocupadas no sector primário (agricultura e pescas), 1075 no secundário (indústria) e 2071 no terciário (comércio e serviços). Na península de Setúbal era o concelho com menor número de empregados por conta de outrem.
No mesmo ano, o ganho médio mensal de um trabalhador em Alcochete foi de 892,18€, ligeiramente abaixo da média da região. O salário médio no sector primário era de 602,93€, no secundário de 973,16€ e no terciário de 875,70€. Só o salário médio deste último sector estava um pouco acima da média da península de Setúbal.
Além do mais, estes números evidenciam a importância da indústria e dos serviços que urge captar para o concelho. Principalmente indústria transformadora, onde as 106 empresas existentes representam menos de 10% do total. Globalmente registaram volume de negócios de 470.891 milhares de euros.
Saiba-se ainda que, no ano de 2006, em Alcochete, oficialmente nem um litro de vinho foi declarado para comercialização. O que me parece estranho. Na península de Setúbal só há paralelo com Almada. Também nem uma árvore de fruto ou oliveira foram adquiridas a viveiristas para plantação na área do concelho. Neste caso apenas há paralelo com Seixal.
Outra informação relevante é a que permite avaliar o volume de emprego segundo a dimensão dos estabelecimentos. Por ordem de relevância, as microempresas (menos de 10 trabalhadores) – que representavam 87% do parque empresarial, a mais expressiva da região – empregavam 764 pessoas; 653 pessoas trabalhavam em entidades com 20 a 49 empregados, 641 em sociedades com 50 a 99 postos de trabalho, 466 em empresas com 10 a 19 empregados, 331 em empresas com 100 a 249 postos de trabalho, 325 em empresas com mais de 500 empregados e 149 em empresas com mais de 250 e menos de 500 trabalhadores.
Fácil é concluir serem as micro e pequenas empresas as principais fomentadoras de emprego no município.
O ganho médio mensal dos trabalhadores é muito superior nas maiores empresas (1230,41€ em sociedades com mais de 500 empregados), quedando-se essa média em quase metade (661,09€) nas microempresas.

Outro indicador estatístico interessante é o nível de habilitações dos trabalhadores. Dos 3329 empregados por conta de outrem no concelho de Alcochete, 53 tinham menos que o 1.º ciclo do ensino básico, 683 quedavam-se pelo 1.º ciclo, 582 pelo 2.º ciclo, 813 pelo 3.º ciclo, 874 tinham o ensino secundário completo, 68 o bacharelato e 220 a licenciatura.
Sem surpresa, em Alcochete o ganho médio mensal de um licenciado era de 2.088,50€ e o de um trabalhador sem a instrução primária completa de apenas 537€. Isto devia ser demonstrado e explicado aos jovens, factor que pode influir positivamente no abandono escolar.

Passando aos indicadores de protecção social em Alcochete, os 3761 pensionistas existentes no final de 2006 recebiam o valor médio anual de 4279€. A média mensal ronda os 71 contos em moeda antiga, a segunda mais baixa da península de Setúbal (depois de Montijo).
Os 657 desempregados do concelho (dos quais 479 eram novos beneficiários) receberam um subsídio médio anual de 3.944€, o segundo mais alto da região (só Barreiro supera).
A média concelhia de dias de subsídio de desemprego foi de 221, ligeiramente abaixo da média da península de Setúbal.
Cerca de metade dos desempregados pertenciam à faixa etária dos 30 aos 49 anos, seguindo-se 111 com mais de 55 anos. Apenas 58 tinham menos de 24 anos, 91 mais de 25 e menos 30 anos e 53 estavam entre 50 e 54 anos.
Em termos médios, os trabalhadores de Alcochete tiveram 68 dias de subsídio de doença e receberam 1155€ do correspondente subsídio. Parece-me curioso assinalar que, entre os nove municípios da península de Setúbal, os trabalhadores de Alcochete foram os que declararam menos dias de doença.
O valor médio das prestações familiares (abono de família, designadamente) foi de 506 euros.
Também no ano de 2006, 121 cidadãos de Alcochete beneficiavam de rendimento social de inserção. Vale a pena decompor por idades: 55 tinham menos de 24 anos, 24 estavam entre 25 e 39 anos, 17 entre 40 e 54 anos e 25 tinham mais de 55 anos.

(continua)

14 fevereiro 2008

Farmácia vai mudar de pouso

Até ao final do Verão, a Farmácia Gameiro mudar-se-á para a urbanização dos Barris. Ficará situada nas imediações do depósito de água elevado, próximo do quartel de bombeiros.
Duas coisas, pelo menos, isto demonstra:
1. Ninguém deita a mão ao centro histórico de Alcochete e o comércio encerra ou demanda espaços mais atractivos, porque os residentes envelhecem e morrem e não há novos para os substituir. Uma agonia lenta e cruel;
2. Deixa de existir a alegada principal razão para impedir o acesso de veículos ao Largo António Santos Jorge e, por extensão abusiva e inadmissível, à própria Rua Comendador Estêvão de Oliveira.

07 fevereiro 2008

Chegam ao fim 'Hortas de Santa Engrácia'


Com pompa e circunstância injustificadas, porque a obra mais parecia as 'Hortas de Santa Engrácia', será hoje, enfim, formalmente devolvido aos alcochetanos o Sítio das Hortas, situado no local que toda a gente conhece ou, pelo menos, devia conhecer.
De caminho permitir-se-á a fruição geral do Pinhal da Areia, situado a curta distância do Sítio das Hortas, um antigo laranjal da fábrica Firestone rearborizado com espécies vegetais mediterrâneas e adaptado para usufruto dos visitantes do outlet. Com anos de atraso concretiza-se o projecto cujo cognome publicitário era, se bem se recorda, «empreendimento lúdico e comercial».
Chega ao fim, aparentemente, um dos mais conturbados processos administrativos dos últimos anos, em Alcochete, centrado no Sítio das Hortas.
Durante quase quatro anos, município e Instituto de Conservação da Natureza (ICN) enredaram-se em divergências e pelejas por causa desse espaço, só agora terminando, presumo, um processo iniciado em Março de 2004, quando a empresa proprietária do outlet assumiu a incumbência de realizar obras de recuperação.
O presumível fim do litígio é positivo por dois motivos: primeiro, o Sítio das Hortas estava abandonado e levou uma grande volta. O espaço pertence ao Município de Alcochete e fora cedido ao ICN, em 1993, que o deixou "entregue aos bichos" durante vários anos.
Não é do meu particular agrado o desaparecimento do lago dos patos reais, porque não há nenhum no concelho e esse atraía imensa gente. Espero que, um dia, quando a maldita pocilga for mandada dali para fora, os patos voltem a deliciar miúdos e graúdos. Precisamos de seres vivos na paisagem, porque os indolentes humanos cantam de cuco mas desencantam-nos todos os dias!
Em segundo lugar, passaram três anos e meio após a abertura do outlet e cumpre-se, enfim, a principal contrapartida que o empreendimento prometera aos alcochetanos, o usufruto do espaço do Pinhal da Areia. E não é coisa pouca, do tipo canteiro. São 132.984m2 de cobertura vegetal, a maior parcela das três em que o empreendimento está dividido (as outras são a zona comercial e o parque de estacionamento exterior). Veja na imagem acima a faixa de terreno identificada como área C.
Justifica-se o agrado geral quando, de uma só vez, se acrescentam tantos metros quadrados à pobreza alcochetana de espaços de recreio e desporto de fim-de-semana. Para mais, nesse espaço existe o primeiro circuito de manutenção do concelho e mais algumas centenas de metros de salutares percursos pedestres.

O Sítio das Hortas tem uma longa e triste história de disputas de poder, que deram origem a três ou quatro projectos e protocolos distintos. Para memória futura conviria que alguém escrevesse um livro, não vá reaparecer algum "lobo" vestido de "cordeiro" eleitoral.
Boas pistas acerca do passado recente estão aqui, aqui e aqui. Não são todas, porque algumas picantes continuam com desfecho incerto.
A propósito: a "vaca leiteira" já tem licença de utilização? Pagou em dólares ou euros? Já escolheram a promessa eleitoral a financiar com o balúrdio pago pelo tio rico, que começou por ser britânico e, passado tanto tempo, já é americano?

P.S: - Prefiro deixar para outra oportunidade algumas notas a propósito de título de jornal que, por conter aspas, leva a supor ser citação de frase proferida por vereador da Câmara Municipal de Alcochete, embora no texto nada o justifique: “Importante para educação ambiental dos cidadãos”.
Diz o povo que quem não se sente não é filho de boa gente e, portanto, se a frase é do vereador terá resposta deste cidadão.



P.S. 2 - Poucas horas após a suposta disponibilização do Sítio das Hortas e do Pinhal da Areia, dezenas de curiosos sentiam-se defraudados.
Os pavilhões do Sítio das Hortas estavam trancados e os sanitários encerrados.
O Pinhal da Areia estava trancado a cadeado, de ambos os lados.
A informação pública era para levar a sério?
Afinal, nem todos os patos reais desapareceram. Há uns anos eram dezenas e os poucos resistentes – 15 talvez – nadavam esta tarde no Tejo (ver imagem imediatamente acima).

Nesta imagem está a lagoa que, se devidamente despoluída, recuperada e cuidada, seria óptima para muitas dezenas de patos. E não só. Alindando a paisagem, o espaço adjacente serve para muito mais.

11 janeiro 2008

03 janeiro 2008

ASAE, restaurantes e cafés



Não foi a primeira vez que o presidente da ASAE afirmou – tal como na última edição do semanário «Sol» – que metade dos restaurantes e cafés portugueses são incapazes de cumprir regulamentos comunitários e não têm viabilidade económica.
Também dissera termos quase o dobro da média europeia dos estabelecimentos similares, afirmação que prendera a minha especial atenção pelo contra-senso de existir, há muitos anos, uma coisa chamada Iniciativas Locais de Emprego (ILE).
Trata-se de subsídios de desemprego convertidos em capital-semente para a criação de pequenas empresas e postos de trabalho, na origem de boa parte dos restaurantes e cafés abertos na última década.
No caso específico de Alcochete, basta consultar as actas da câmara dos últimos cinco anos para avaliar o impacte desses subsídios no licenciamento de restaurantes e cafés. Mas se Portugal e Alcochete os têm em excesso, que deverei pensar quando constato que as ILE continuam a privilegiar esses negócios e não há notícias locais de pareceres camarários contrários?
Graças às conveniências de multinacionais alimentares, à cegueira dos "eurocratas" de Bruxelas e Estrasburgo e dos burocratas mudos e surdos de Lisboa, certo é que inúmeros empresários hoteleiros e postos de trabalho de Alcochete estão na corda bamba. Com a agravante de os restaurantes serem o único pequeno comércio ainda florescente nestas paragens. Contudo, a sua sobrevivência está em risco e implica mudanças.
A solução correcta seria um associativismo propiciador do encerramento dos pequenos, incómodos e mal equipados estabelecimentos actuais, raros dos quais terão condições para satisfazer a ASAE e cumprir as regras do sistema HACCP.
Sou menos severo que os fiscais e, confesso, há anos que frequento os mesmos três ou quatro restaurantes que me suscitam confiança até prova em contrário.
O entendimento e a partilha de conhecimentos, de interesses e de capitais da maioria dos actuais empresários permitiria acautelar o futuro, erguer maiores e melhores explorações agrícolas e pecuárias, boas e assépticas unidades hoteleiras e similares, contratar pessoal especializado, promover a cozinha local em larga escala e encarar o futuro com algum optimismo.
Alcochete tem a rara potencialidade de ser, na região da Grande Lisboa, um dos concelhos em que da horta, do pomar e da agro-pecuária à mesa do consumidor distam poucas centenas de metros. Alguém pensou na mais-valia que isto significa? Alguém tem coragem de dar um passo em frente?
É este o meu entendimento após consultar sítios na Internet (como o da segurança alimentar), nos quais me informei acerca do "famoso" Sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controlo (do inglês HACCP, Hazard Analysis Critical Control Points), modelo preventivo para alimentos inócuos, sustentado na aplicação de princípios técnicos e científicos na produção e manuseamento dos alimentos desde o campo até à mesa do consumidor.
O sistema HACCP tem sido mais um foco de tensões num país em que os cidadãos estão em pé-de-guerra com o Estado por muitas outras razões justas.
Mas há três opções e venha o Diabo para as escolher: saímos da Comunidade Europeia? Acaba-se com o Estado? Faz-se uma revolução?

02 janeiro 2008

Adivinha

Qual o filme publicitário, em exibição na TV, inteiramente rodado no centro histórico de Alcochete?

23 dezembro 2007

Bons e maus negócios

Este negócio é bom e mau para Alcochete.
Bom porque, presumivelmente, inviabiliza a construção de mais uma catedral de consumo no nosso concelho. Estava licenciada e até já tinha espaço preparado "numa zona de expansão da vila".
O comércio local agradece, tanto mais que, continuando os automobilistas a ser forçados a dar uma voltinha estúpida ao actual ponto de venda, ele tem-se revelado óptimo parque de estacionamento alternativo à maior das "nossas" catedrais de consumo mas é, visivelmente, impopular.
Mas a notícia encerra também um lado muito negativo, porque a empresa alemã vendedora tem sede no Passil e, provavelmente, perder-se-á essa fonte de receita fiscal. Mais um armazém à vista...

18 novembro 2007

Resultados de sondagem sobre mercados

Dos resultados da última sondagem lançada neste blogue, acerca do uso regular dos mercados municipais de Alcochete, depreende-se que a maioria dos residentes não os frequenta.
À pergunta "Abastece-se regularmente nos mercados municipais?", 35,7% responderam Sim, 46,4% Não e 17,9% Nunca. Portanto, os mercados não servem 64,3% dos respondentes.
Há quase dois anos sugeri aqui que talvez fosse oportuno perguntar às donas de casa alcochetanas os motivos do seu alheamento dos mercados municipais, particularmente o da sede do concelho.
Escrevi então – e mantenho – que, provavelmente, nesse inquérito apurar-se-iam conclusões que talvez justificassem encarar o problema de forma apropriada ou a necessidade de encontrar soluções de outro tipo.

Entretanto, está lançada na coluna ao lado nova sondagem de opinião aos leitores deste blogue. Desta vez pergunta-se se a construção no município deve prosseguir em altura ou extensão.

16 outubro 2007

A caminho dos 100 dólares

Ontem, os media da televisão por cabo brindaram os telespectadores com três programas sugestivos:
- Um documentário no canal Odisseia sobre “O fim do petróleo”. Uma retrospectiva da crise energética norte americana na sequência da catástrofe provocada pelo furacão Júlia.
- Uma entrevista na RTPN com responsáveis da Galp e do sector energético nacional entre os quais se contava o Engº Mira Amaral, ex-ministro da indústria e energia.
Este proferiu então uma declaração lapidar e peremptória: “Os dias do petróleo barato já terminaram”.
- Um programa na BBC World versou o mesmo tema do petróleo.
Na manhã de hoje recebi a notícia de que o preço do barril de crude atingiu novo máximo histórico acima dos 85 dólares
A Agência Internacional de Energia estima que a taxa de depleção do ouro negro é de 4% ao ano. Por agora o mundo produz aproximadamente 86 milhões de barris por dia.
Isso significa que o planeta necessita de adicionar diariamente mais de três milhões de barris por dia à capacidade de produção existente.
De acordo com o relatório da AIE a procura de crude crescerá 2,4% no próximo ano o que significa que teremos de adicionar outros 2 milhões de barris à produção global do mercado.
Um comentador da AIE, diz que este deficit representa o equivalente a descobrir uma nova Arábia Saudita em cada dois anos. Mas como nada disto irá acontecer, caro leitor, no horizonte já se divisa o preço de 100 dólares, como aliás foi vaticinado ontem por um dos entrevistados na RTPN.
No último mês os preços nos EUA mantiveram-se estranhamente elevados. Normalmente na sequência do Verão nesse país, com a redução de tráfego nas estradas os preços descem devido à menor procura. Segundo consta chegou até a haver previsões de descida para 60 dólares em certos relatórios optimistas.
Contudo, este ano as coisas não se passaram como é normal. Os preços sobem copiosamente precisamente na época em que deviam tipicamente descer devido à menor procura. Devemos então surpreender-nos com o rumo que as coisas estão a tomar?
A resposta dos peritos na matéria é NÃO.
A OPEC anunciou que a produção aumentaria 500000 barris por dia, a começar em 1 de Novembro. Nestas condições os preços deveriam começar a descer e os clientes petróleo dependentes ficariam mais tranquilos. Infelizmente, outros comentadores dizem que estas medidas só afectarão ligeiramente os preços. Também surgem nos ministros do Qatar declarações contraditórias sobre os preços a praticar : 100 ou 80 dólares o barril.
Existe uma outra razão para a subida dos preços. Há menos petróleo disponível para a exportação nos países produtores .
Não significa isso que a bombagem diminua ou que não se encontre fluido no subsolo. Ainda existe uma quantidade imensa por explorar. O problema é que os níveis de consumo crescente dos países exportadores provocam menos disponibilidades para a venda aos países receptores.
Tomemos como exemplo o caso de alguns dos maiores países exportadores.
O consumo doméstico da Arábia Saudita cresceu 6,2% para 2 milhões de barris por ano.

O Irão também experimenta problemas semelhantes. O anterior ministro do petróleo foi despedido pelo Presidente Ahmadinejad após qualificar o consumo de energia como prejudicial para o país. Já não se trata de saber se o petróleo atingirá a fasquia dos 100 dólares mas quando tal irá suceder.

27 setembro 2007

Abram mais hiper e supermercados

Recomendo a leitura desta notícia, numa altura em que me parece estar preparado o terreno para construir, em Alcochete, mais uma grande superfície comercial.
Vivam os supermercados que oferecem estradas!

26 setembro 2007

Chegar ao Freeport , chegar à Vila de Alcochete...







Enquanto o Presidente da Câmara esfrega as mãos de contente por andar a vender o concelho ao desbarato para a instalação de caixotes de metal e betão destinados às operações logísticas das grandes empresas.... (Porque é que não transferem as suas sedes sociais e os seus pólos administrativos para aqui?) a realidade da estagnação em que caímos salta à vista destas fotos que publico.

A chegada ao Freeport e a chegada à vila de Alcochete. Será que já somos um subúrbio do Freeport e das plataformas logísticas?

25 setembro 2007

Vamos à feira!

Existindo no concelho de Alcochete floricultores e pequenos agricultores, o executivo municipal é incapaz de pensar numa feira semanal – por exemplo, nas manhãs de domingos e feriados – em pleno centro histórico?
Tanto mais que, nesses dias, embora a maioria da população residente esteja por aí depara com o comércio tradicional de portas fechadas e apenas dispõe dos supermercados para se abastecer?
Nem é necessário sair do país para encontrar inúmeras feiras dessas. E todas têm oferta e procura significativas.