31 dezembro 2006

Acabar mal o ano


Confesso que, hoje, pouco depois de acordar, voltei a rogar pragas àquela gente que, com o vosso consentimento, vive muitíssimo melhor a tomar conta da câmara que fora dela.
Abri a torneira da água quente mas a pressão era tão escassa que, pela enésima vez, o esquentador mandou-me pentear macacos.
Para mim é estranho que, em finais de 2006, a 30kms do Terreiro do Paço, volte a ser necessário aquecer água em panelas.
Mais estranho que, há semanas, ninguém se digne explicar o que se passa com a água de consumo público, que jorra das torneiras a uma pressão variável e anormalmente baixa.
Tão reduzida que, em certos períodos do dia, nos terceiros pisos os enquentadores se recusam a trabalhar.

Há demasiado tempo que, sem aviso prévio nem justificação ou um pedido de desculpas, a câmara me fornece água assim, aos bochechos. Mas cobra-me, pontualmente, uma taxa de disponibilidade de serviço.
Começo a ficar farto disto e pergunto se querem manter a exploração da água no domínio público ou se há alguém interessado em arranjar argumentos para outro tipo de negócio.
Não sei se a maioria dos meus concidadãos quer a água pública ou se, como sucede nos demais casos, se marimba nisso e em tudo o que diga respeito à câmara.
Eu quero que a água continue a ser gerida como um bem público. Por isso nunca deixarei de exigir explicações acerca de um problema que muita gente nota e que, desde há tempos, tende a agravar-se.

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