16 fevereiro 2006

Samouco: salvem a Casa do Mirante

Como obra do mandato – passível de concretização em quatro anos, segundo o critério expresso no texto anterior – devo ainda incluir outra jóia: a Casa do Mirante.
Restam no concelho escassos edifícios classificados, quase todos propriedades privadas, que urge preservar.
Residência emblemática de Samouco, construída em 1917 por ordem de Estêvão Rebelo, a Casa do Mirante está classificada, há muitos anos, como imóvel de interesse arquitectónico municipal.
Mas, tal como noutros casos (um deles referido aqui), o seu estado de conservação indicia que, qualquer dia, a casa vem abaixo. No terreno cabem vários edifícios de apartamentos e talvez a rentabilidade futura esteja também na origem do problema, não obstante ser exemplar único na vila e no concelho.
Exteriormente, na Casa do Mirante destacam-se o torreão octogonal, os frisos de azulejo nas fachadas (adufas ou rótulas típicas da tradição alcochetana), em particular os que contêm grandes amores perfeitos, os varandins e o gradeamento em ferro forjado.

6 comentários:

Anónimo disse...

Caro Bastos: parabéns, muito obrigado!
Este seu contributo, mais um, para a cidadania local é extraordinário.
Não vejo ninguem fazer melhor... seja a título particular ou seja a título institucional.

Fonseca Bastos disse...

Obrigado RPMRibeiro.
Nada mais peço que a colaboração dos estimados concidadãos.
Juntos podemos pôr alguma coisa nos eixos. Um ou dois, apenas, não passarão de chatos, incómodos, "desestabilizadores" ou "terroristas".
As aspas correspondem a qualificativos que retive de correspondência trocada, em tempos, entre um autarca e um munícipe, ambos de Alcochete.

Anónimo disse...

Mais uma vez me dirijo a vós, agora para vos dar os meus parabéns pelo ao Artigo por vós publicado(Samouco: sugestões para mostrar serviço)a que eu classifico de excelente. Continuem, esse é o caminho certo. O maior sucesso para o vosso BLOG. Bruno Morais (Director do BLOG Escândalos no Montijo.)

Fonseca Bastos disse...

Obrigado Bruno Morais.
Também continuo a rever, diariamente, o seu trabalho.
A 'blogosfera' está viva de ambos os lados da Estrada Real.

João Bento disse...

Gostei muito do seu blog.
Quanto á casa do mirante, estive ainda ontem a apreciá-la com o meu pai e é lamentável o estado não poder (ou não querer) fazer nada.
Acho que se devia preservar os poucos aspectos da história que por vezes caracterízam uma zona e uma época em vez de os subtituir por construção oportunista e descaracterizada. Sou morador em Alcochete há pouco tempo e gosto muito da zona e revejo-me nela.
Em poucos meses ja deu para perceber que enquanto umas pessoas tentam manter e arranjar com gosto as casinhas que ainda restam, outras tentam ganhar 10 vezes mais com o terreno de uma casa que se calhar até está habitável fazendo apartamentos pseudo-modernos ao preço de uma que até era mais gira e aproveitável e com traços tipicos da zona. Não quero que qualquer dia estejamos todos como em lisboa.
João Bento

Fonseca Bastos disse...

Caro sr. João Bento:
Acaba de comentar um texto escrito há mais de três anos (!), respeitante à Casa do Mirante, situada em Samouco, outro exemplo de imóvel classificado como de "interesse arquitectónico municipal" mas entregue à inclemência do tempo e sem que se saiba se alguém fez alguma coisa para o reabilitar e preservar.
Não sou autarca (nem quero ser!), mas se fosse trataria da declaração de utilidade pública da Casa do Mirante e da sua expropriação administrativa.
Não há muito tempo perdeu-se óptima oportunidade para desencadear esse processo, a propósito da extensão do centro de saúde.
Com essa expropriação os samouquenses ganhariam três coisas: a reabilitação de um belo imóvel visivelmente degradado, uma extensão de saúde ampla e um novo jardim público na área envolvente.
E ainda sobrariam áreas livres no piso superior para quaisquer fins públicos tidos como adequados...