Não sendo aprovadas decisões que concedam benefícios efectivos a esses alcochetanos – que bem os merecem – considero a descentralização de reuniões da edilidade de Alcochete falácia idêntica à do anúncio da criação de novas freguesias.
Concordo com a iniciativa, mas temo que dela possam resultar novas frustrações porque na justificação de motivos se diz apenas haver o objectivo de "alcançar uma maior proximidade aos munícipes, garantir o seu acesso à informação e reforçar a sua participação efectiva na vida do Município".
Nenhum desses argumentos é suficiente se as decisões debatidas e aprovadas nada tiverem a ver com o local da reunião.
Presumo haver algum factor surpresa previsto mas não mencionado, o que em política é normal e nada tem de criticável. O contrário teria consequências.
Se for para anunciar aos principais interessados a solução imediata de problemas, aplaudo. Se for apenas para levantar poeira, lamentá-lo-ei profundamente.
Além do mais porque noutras paragens, frequentemente, reuniões idênticas são algo tumultuosas e de efeito prático nulo.
Julgo poder depreender que a descentralização de reuniões da edilidade é um dos instrumentos da democracia participativa que a actual maioria apresentou no seu programa eleitoral. Mas só resultará em pleno se as sugestões e críticas dos munícipes, recolhidas nessas sessões, tiverem consequências práticas e se nestas tal for mencionado. Cuidado: ouvir, prometer registar mas nada alterar em consequência dessas intervenções é muito pior.
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