08 agosto 2006

A pérola náutica e o museu


O município de Alcochete é proprietário da embarcação tradicional «Alcatejo», cuja conservação em condições de navegabilidade custa muito dinheiro aos contribuintes.
Os últimos dados conhecidos são de 2004 e referem a despesa total de 23.209,76€ (cerca de 4.600 contos) só em manutenção e conservação, tendo o número de viagens e de passageiros transportados diminuído drasticamente desde 2001.
Gostaria de poder continuar a rever a «Alcatejo» de velas enfunadas e com passageiros, entre Vila Franca e o Parque das Nações ou do Barreiro ao rio das Enguias. Mas se os amigos a abandonaram e carece de atractividade turística, de características para exploração rentável e de condições para ser mantida a sua navegabilidade, ponha-se definitivamente a seco e ao abrigo do sol e da humidade.
Parece-me um bom início não para o prometido mas nunca concretizado museu de barcos, mas para um novo museu municipal com uma ou mais salas dedicadas a actividades ligadas ao rio.
Arrisco uma sugestão: se no fórum cultural a única área regularmente útil é o auditório, talvez fosse de encarar a transferência do chamado núcleo-sede do museu municipal para as inúmeras salas devolutas. O espaço parece-me bem mais amplo que no edifício da Rua Ciprião de Figueiredo, seria melhor aproveitado e talvez rentabilizado.
Pelo menos quando houvesse espectáculos, alcochetanos e forasteiros teriam a oportunidade de conhecer ou de rever o museu, coisa que poucos terão feito alguma vez dado que, por exemplo, em 2004 a média diária de visitantes não chegou à meia dúzia.
O museu municipal tem de levar uma grande volta, por ser demasiado acanhado. Por um lado, porque muita coisa relevante do património não está à vista. Por outro, porque urge pedir aos alcochetanos detentores de coisas valiosas que as mostrem ao menos uma vez.
Essa exposição temporária poderia ter coincidido com a abertura do fórum cultural, mas ninguém pensou nela ou não conseguiu concretizá-la?

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