22 junho 2006

Observações sobre urbanismo

Agora que é oficial a implantação de um loteamento no espaço onde funciona, há 52 anos (!), a fábrica de cortiça M. J. Orvalho – situada na confluência da Av.ª 5 de Outubro com o Largo da Feira, em Alcochete, pouco depois e no lado oposto à praça de touros – gostaria de chamar a atenção para algumas questões pertinentes:
1. A substituição de uma fábrica por prédios de apartamentos rende, em um ou dois anos, milhões de euros a um voraz município atolado em dívidas e mau investidor em elefantes multicoloridos, mas tem sérias implicações sociais e económicas, nunca desprezíveis, a curto, médio e longo prazos. Basta lembrar que o bem-estar das famílias tradicionais alcochetanas derivou da expansão industrial havida no concelho entre meados das décadas de 50 e 70 e que, ainda hoje, se centenas de aposentados locais têm pensões um pouco superiores ao mínimo de sobrevivência foi porque trabalharam nessas fábricas;
2. Gostaria que responsáveis autárquicos, antigos e actuais, tivessem a coragem de explicar, pública e claramente, as razões da ida dessa fábrica para outro concelho. O pouco que sei do assunto foi através de alguns e parece-me que os cidadãos deveriam unir-se e exigir explicações para conhecerem melhor quem os governou e governa;
3. Sendo o da fábrica Orvalho, ao que suponho, o primeiro loteamento a aprovar pelos autarcas empossados há sete meses, parece-me imprescindível exigir-lhes que os edifícios a construir doravante disponham de estacionamento (interior ou próprio, tanto faz, mas nunca em espaço de uso público) para um mínimo de dois veículos por fogo, sob pena de continuarmos a ter artérias e passeios pejados de automóveis. Observem atentamente as urbanizações do Flamingo e dos Barris, em Alcochete, e reparem nas consequências de blocos de apartamentos com seis, oito e mais condóminos mas garagens dimensionadas para metade deles, a maior parte das quais para um único veículo embora um significativo número de famílias tenha dois ou mais.
4. Leiam e reflictam ainda acerca do alcance de estudos como o constante desta notícia.

1 comentário:

Anónimo disse...

To persecute so brave, so just a man;
Involv'd his anxious life in endless cares,
Expos'd to wants, and hurried into wars!
Can heav'nly minds such high resentment show,
Or exercise their spite in human woe?
Against the Tiber's mouth, but far away,
An ancient town was seated on the sea;
A Tyrian colony; the people made
Stout for the war, and studious of their trade:
Carthage the name; belov'd by Juno more
Than her own Argos, or the Samian shore.
Here stood her chariot; here, if Heav'n were kind,