03 março 2006

Câmara peripatética


A Câmara de Alcochete decidiu reunir-se uma vez na sede do Concelho, outra no Samouco, depois em S. Francisco, Fonte da Senhora, Passil, etc. A esta decisão chama descentralização, o que está errado.
Tanto quanto alcançam as minhas faculdades de entendimento, descentralização é a transferência de poderes de um órgão central para outros até aos mais interiorizados de um país ou região. Por exemplo, se o Governo estipulasse as regras que dessem às câmaras o poder de delimitar, classificar e proteger as próprias zonas naturais, estaríamos perante uma medida de descentralização.
A Câmara de Alcochete não faz descentralização nenhuma, mas sim uma deslocalização das respectivas reuniões pelas freguesias e principais lugares do Concelho.
Por esta razão digo eu que esta Câmara é peripatética, isto é, passeia-se pelo Concelho como Aristóteles passeava pelo jardim (peripatos) do Liceu em Atenas, ensinando Filosofia.
Mas cuidado! O Concelho de Alcochete não é um jardim da Câmara para o ensaio de marketing político.

11 comentários:

Fonseca Bastos disse...

Sempre que um homem sonha, o mundo pula e avança. (A. Gedeão)

Alcochete está deveras bucólica, a julgar pela imagem que acompanha este texto.
Que bom ser velho e repousar nesta paisagem!

Anónimo disse...

Meus caros e velhos amigos,
só hoje tive conhecimento deste vosso blog e felicito-vos vivamente pelo sucedâneo de tágides.net. Afinal de contas, a vida alcochetana não é a mesma sem os vossos nomes, que tantas e tão belas páginas escreveram (e certamente continuarão a escrever) a respeito desta nossa terra.

Não deixo de salientar que esta "deslocalização" das sessões de Câmara, como bem caracteriza o Dr. Marafuga, se destina a disfarçar o vazio de ideias em que se transformaram as reuniões magnas do nosso poder autárquico. Confrontado hoje com a edição do Jornal do Montijo, não pude deixar de me sentir profundamente desiludido por as grandes questões abordadas na última Assembleia Municipal terem sido o Movimento Independente por Alcochete (MIA) e a, pelos vistos incontornável, questão de dever o regulamento do mercado ter ou não uma alínea "K"...
Por este andar, nem o melhor marketing político salvará os principais partidos políticos de Alcochete do descrédito.

PS - Em aditamento a um post anterior, informo que há terceiro blog respeitante a Alcochete: http://mialcochete.blogspot.com.

Com os melhores cumprimentos e votos de felicidades para este vosso projecto,

Anónimo disse...

Depois de percorrer o vosso blog, e sem querer abrir polémicas antigas, vejo que continuam a menosprezar o Fórum Cultural e o trabalho aí realizado... Não seria de fazer um pequenino post (pronto, daqueles que até poderiam passar despercebidos...) a respeito, por exemplo, da exposição "O Touro. Mitos. Rituais. Celebração" - reconhecidamente algo que deve orgulhar os cidadãos de Alcochete? Ainda para mais tendo o Dr. Marafuga sido candidato a vereador da Cultura nas últimas eleições autárquicas? Com estas omissões, os meus caros amigos dão invariavelmente o flanco àqueles que sempre os consideraram parciais e tendenciosos...
Aquele abraço,

Unknown disse...

Eu bem gostava de responder a Zé do Cerrado de uma forma...enfim...mais cordata que noutros tempos, mas porque opta pelo anonimato...também tenho o direito de optar pela não-resposta.

Anónimo disse...

Claro: para o meu estimado amigo, é muito mais importante uma face que as ideias por mim defendidas. Onde é que já tivemos esta não-conversa? Ah, é verdade, agora é o ponto em que os meus caros amigos dizem que os meus comentários são uma manifestação orquestrada para desacreditar este vosso cantinho...
Um forte abraço,

Anónimo disse...

João,

Deixei ontem, aqui, um post que, entretanto, desapareceu. Como te sei avesso a censuras, por certo há lapso informático para o qual não encontro explicação. Aqui deixo a nota e o reparo, com um abraço,

António

Unknown disse...

Meu amigo António

Sou completamente alheio ao que me dizes. Perderia o respeito por mim próprio se fizesse uma coisa dessas.
Também não estou a ver, de maneira nenhuma, que o meu companheiro neste blog fizesse uma coisa dessas.
Talvez informaticamente as coisas não te tivessem corrido bem.
O teu discurso só vem honrar este blog, embora às vezes me veja aflito com as tuas brincadeiras por escrito. Sempre apreciei o teu "fair play", mas só "in praesentia". Ainda assim, isto jamais justificaria que apagasse um texto teu.
Peço-te, portanto, que sejas benevolente, faças um pouco de esforço e recoloques aqui o teu texto.
Também te peço o favor de colaborares connosco.

Teu amigo de há anos
João marafuga

Unknown disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Fonseca Bastos disse...

Caro António:
Também sou alheio ao desaparecimento do post que refere e, mesmo que pudesse fazê-lo, não o retiraria em circunstância alguma.
Tanto quanto sei, no Blogspot só os próprios autores têm a faculdade de apagar posts. E apenas se se identificarem previamente.
Se reparar na mensagem que aparece em substituição do post imediatamente anterior a este, verifica ter sido removido pelo autor. Será lapso na execução das ordens de publicação ou de revisão do texto?
Tal como João Marafuga, convido-o a repor o post desaparecido.
Nada mais posso fazer, excepto apresentar-lhe as minhas desculpas pelo sucedido, embora seja alheio ao problema.
Cumprimentos.

Fonseca Bastos disse...

Caro António:
Em continuação do post anterior, acabei de consultar a hiperligação "links to this post", que aparece no final de todos os textos – concretamente a do texto a que se refere – e na página individual do mesmo não encontro rasto do seu post desaparecido.
Quando se apaga um post fica na respectiva página a identificação de quem o colocou e suprimiu.
Mas o seu post desaparecido não tem lá rasto algum.
Sou levado a supor que as letras de validação foram mal introduzidas e o post pode não ter sido confirmado.
Desconheço qualquer forma de filtrar a entrada e supressão de post no Blogspot, excepto uma única a que preferia não recorrer: fazer depender a exibição de comentários de prévia validação dos administradores deste blog.
Apelo à sua paciência e compreensão, uma vez que os administradores deste fórum estão numa situação idêntica à dos caminhos-de-ferro portugueses: há uma empresa que explora os comboios e outra que detém as linhas.
Nós, administradores do blog, somos apenas maquinistas. As linhas pertencem a outra entidade que, por sinal, está cotada entre as mais perfeitas e fiáveis do mundo.

Anónimo disse...

João amigo,

Mea culpa, já cá não está quem falou.
Fazes, entretanto, uma observação q é de todo pertinente: a do tom jocoso de algumas das minhas notas por aqui. É um facto. Mas tens de atender a dois aspectos não despiciendos. O primeiro tem a ver com o meu próprio temperamento, é cá coisa q tu bem conheces. O segundo com o meio de comunicação em si. Aliás, a este propósito, o Pacheco Pereira elaborou "os dez mandamentos da blogosfera". Vale a pena dar uma espreitadela em http://abrupto.blogspot.com/
Parece-me um exercício sério de reflexão sobre as interactividades neste meio, a merecer reflexão e discussão. E, também, a marcar as regras do jogo.
Outro assunto: saiu um texto meu em Sara Marques Pereira (Org.), Memórias do Liceu Português, Lisboa, Livros Horizonte, 2006, q te mandarei via mail.
Voltando ao tema em debate, a famosa "descentralização" das sessões camarárias, parece-me ser mais uma das parolices em q é fértil o poder autárquico - com custos para o contribuinte! - a exigir correcção imediata. Na Assembleia Municipal não se poderá desmascarar essas carnavalices? É q, para quem não saiba, estamos na Quaresma.
Um abraço amigo e solidário, do

António