30 março 2006

A variante da vergonha

Finalmente, a variante da vergonha chegou ao fim.
Serão uns 400 metros de asfalto cujas obras se arrastaram penosamente durante mais de um ano.
Mas pronto, cá temos o alcatrão da 2ª fase da variante urbana a reluzir ao Sol. Não obstante tudo, a nossa pobreza obriga-nos a suspirar de alívio (a revolta é um luxo, razão por que não nos abalançamos a tão altos voos).
Alívio aparente, porque a nova via levanta problemas de resolução bem difíceis: de um lado os Flamingos, do outro os Barris; de um lado a Escola El-Rei D. Manuel I, do outro a Escola Secundária de Alcochete.
Por outras palavras: a variante é o diâmetro de uma circunferência cuja área é duma densidade populacional muito elevada. Face a esta realidade incontornável, que farão os nossos avisados autarcas? Resolverão os problemas com semáforos? Com uma ponte aérea? Com estas duas coisas em simultâneo? A concretização desta última pergunta é, no mínimo, o que exigem preocupações de segurança sérias, uma vez que, para já, parece estar arredada a hipótese de um túnel.

5 comentários:

Fonseca Bastos disse...

Calma amigo Maruga, a variante não chegou ao fim. Chegou só o alcatrão, o resto está ainda em obras.
E o limite prometido para as mesmas é o final de Abril, convém recordá-lo.
Espero... mas sentado, porque passou não "mais de um ano" mas mais de dois.

Anónimo disse...

É "àquilo" que alguns chamam avenida?!
Palpita-me que mais uma vez fomos roubados!
Palpita-me também que todas as forças políticas e institucionais de alcochete estão de acordo com a variante! Tal como, por omissão, estarão de acordo com o Fórum cultural ou com outros "sinais de modernidade e desenvolvimento"!

Fonseca Bastos disse...

Caro RPMRibeiro:
Aquilo é uma avenida. Mas chamou-se-lhe variante para que o Estado comparticipasse a obra.
Não estou a inventar nada. Foi-me dito por quem esteve na origem do engodo, no distante ano de 1999.
Sei que nem todas as forças políticas (e outras bem mais vivas, porque aquelas estão mortas...) concordam com a obra. Mas estão caladas...
Eu sei que você sabe e eles sabem ser difícil fazer política em Alcochete! É uma questão de... tomates!

Anónimo disse...

...que mauzinhos qque os Srs. são

marialisboa

Unknown disse...

Marialisboa, ser verdadeiramente solidário é falar como nós falamos.
Só a bondade é revolucionária, mas tal convicção eminentemente cristã não pode neutralizar a reivindicação do que é humanamente justo.
Se centenas e centenas de munícipes do concelho de Alcochete não têm as infra-estruturas básicas imprescindíveis a um ser civilizado, temos a obrigação indeclinável de questionar a prioridade de uma obra como o Fórum Cultural. É exactamente isto que nos manda fazer o espírito mais profundo do Evangelho da Cruz.