16 março 2006

Podemos comer descansados?

Ó meninos, está noite durmo tranquilo, está tudo controlado e em boas mãos!

2006-02-06
Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas
Gabinete do Ministro

Nota de imprensa
Esclarecimento sobre o mercúrio no estuário do Tejo
1. A contaminação por mercúrio no estuário do Tejo é do conhecimento da comunidade científica desde há pelo menos 20 anos e resultou de actividades industriais na região de Lisboa numa época em que as preocupações com a qualidade ambiental eram menores. O primeiro estudo com divulgação internacional foi realizado em 1985 (Figuères et al, Estuarine, Coastal, Shelf Sciences, 20, 183-203);
2. O compartimento do estuário mais influenciado por estas descargas é o sedimento, devido à elevada afinidade do mercúrio às partículas sólidas que o constituem. O trabalho mais recentemente publicado indica a existência de duas zonas no estuário (junto ao Barreira e na Cala Norte) com níveis elevados de mercúrio e monometilmercúrio (Canário et al, 2005. Marine Pollution Bulletin, 50, 1121-1125);
3. Não existem, no entanto, segundo os resultados das análises efectuadas periodicamente pelo INIAP/IPIMAR (Instituto Nacional de Investigação Agrária e das Pescas / Instituto de Investigação das Pescas e do Mar) evidências de que os resíduos de mercúrio nos recursos da pesca capturados neste estuário ultrapassem o limite máximo permitido;
4. A dinâmica do estuário do Tejo, assim como as frequências operações de dragagem, favorecem a dispersão dos contaminantes retidos nos sedimentos. Para além disso, foi observada uma exportação considerável (mais de 50%) de mercúrio para a atmosfera sempre o sedimento fica exposto à radiação solar (Canário & Vale, 2004. Environmental Science and Technology, 35, 3901-3907);
5. O conhecimento da intensidade e amplitude da contaminação por mercúrio é indispensável para avaliar e gerir os riscos, designadamente quando se pretende incrementar o ordenamento do litoral e avaliar a qualidade dos recursos da pesca e da qualidade do ar;
6. Foi solicitado à Fundação para a Ciência e Tecnologia (MCTES) apoio para aprofundar estudos com vista ao melhor conhecimento do ciclo de mercúrio no estuário do Tejo e identificar eventuais situações de risco
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