17 março 2006

Para que alguma coisa mude (3)


Na sequência disto e disto, André enviou-me esta imagem alternativa com a seguinte mensagem:

"Conversei com um amigo arquitecto que desaconselha vivamente este tipo de intervenção num local como este — (ver imagens anexas aos dois textos anteriores) — apresentando argumentos que têm a força dos anos e da experiência.
Sendo o passeio muito estreito e estando a parede referida mesmo em cima da via pública, uma intervenção deste tipo teria (neste local, sublinho) um efeito agressivo sobre os peões e cansativo para as pessoas que passam ali todos os dias.
Sugeriu antes que a óptima ideia fosse transportada para outros locais menos claustrofóbicos.
Quanto à parede em questão, sugeriu a instalação de um painel de azulejos ou outro material lavável, de preferência em tons claros, sem grande "densidade gráfica" por forma a ser leve e neutro para quem passa.
Na verdade, o que ele achava ser a melhor opção era a pintura tradicional, exactamente como na fachada, branca e ocre, mas isso não resolveria o problema da degradação ou do convite ao "vandalismo" do cartaz ou grafiti.
Talvez uma solução mista fosse o ideal".

Parece-me correcta a observação. Concordo.
Obrigado André. A sua intervenção demonstra que, todos juntos, podemos ser úteis a nós próprios e a Alcochete.
Entretanto, não me rendo a uma alegação lida algures, segundo a qual a parede em causa é propriedade privada.
Já falaram com o(s) dono(s)? Desapareceram? Recusaram?
Alguém se oporá a que Alcochete seja alindada pelo seu município, desde que se trate de valorizar a paisagem urbana sem adulterar nem prejudicar a propriedade privada?
Prometo mostrar em breve, pelo menos a quem não conheça, o efeito perverso que o famosíssimo argumento da propriedade privada tem tido na qualidade de vida de alguns alcochetanos. São "picadas" iguais às de África! E estas estão a 7km dos Paços do Concelho...
Desde há tempos, o argumento da propriedade privada dá-me vontade rir. Os acessos ao fórum cultural não foram planeados em propriedade privada? A nova biblioteca não foi parcialmente implantada em propriedade privada?
Ou seja: nuns casos a propriedade privada é boa desculpa para enganar parolos, noutros espezinham-se os donos e é o quero, posso e mando. Tudo depende da vontade do xerife. Topam?

4 comentários:

Anónimo disse...

Ó Sr.Bastos! Eu também li o comentário e apesar de ser evidentemente uma provocação tem o seu fundamento.

uma coisa é certa. Nuinguém se opõe a que se sonhe, imagine, especule com o Photoshop e aimaginação.

Mas eu também questiono se valerá muito apena fazê-lo sem conhecer a vontade do proprietário e, no mínimo, qual o futuro do imóvel e da zona envolvente.

Repare que isso não me impediu de contribuir! Mas reconheça que estamos apenas a "brincar" às empenas, mesmo que isso seja nobre e carregado de boas intenções!

Sendo o comentário provocador, não se deixe provar dessa maneira. Render-se? Está ver... já está a lutar...

Antes de começar uma discussão acerca da propriedade privada (que certamente vai degenerar em combate ideológico) porque não espremer a provocação e retirar dela o que tem de aviso pertinente?

Fonseca Bastos disse...

Caro Andrezero: sonhar seria admitir que voltaremos a ter carreira fluvial para a capital. Ou que o novo aeroporto vai para o campo de tiro.
O caso daquela e doutras paredes não depende de um sonho. Somente de alguém estar bem acordado.

Anónimo disse...

concordo. só não concordo com o aeroporto... nesse particular, quando sonho, é com um mundo que não depende do petróleo e onde esse tipo de expressões megalónamas da loucura humana (aeroportos, aviões, etc...) não tem cabimento, principalmente perto da minha casa...

de resto, fica a dúvida quanto à capacidade deste projecto originar a acção positiva... você que se move bem na vila já identificou o proprietário? já passou a palavra acerca deste "acordanço"?

Fonseca Bastos disse...

Caro Andrezero:
Por favor descodifique o último parágrafo.