Basta ler isto para perceber o estado a que chegámos. Como a crise aperta, vendem-se os anéis. Resta saber se, no limite, haverá os dedos necessários para endireitar não o Estado mas o estado a que isto chegou.
Cá por estas bandas temos pior: ao contrário da casa que pertenceu a Almeida Garrett, o "nosso" edifício da Rua Ciprião de Figueiredo, n.ºs 38 a 42, em Alcochete, está há muito classificado como monumento no Inventário do Património Arquitectónico, realizado pela Direcção-Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), a que corresponde o número de registo 1502010019.
Remonta ao séc. XIX, situa-se no limite do antigo burgo e a sua caracterização exterior mais visível está no telhado de duas águas (faces), nas quatro águas-furtadas e nas duas chaminés.
Não obstante a classificação, está abandonado à sua sorte e à mercê do tempo.
A imagem acima publicada tem dois anos. O estado actual é pior.
Precipitadamente, já o quiseram demolir. Escrevi sobre o assunto e a decisão foi emendada.
Há-de cair antes que alguém lhe deite a mão. A esse e à Casa do Mirante, em Samouco, outra pérola a caminho da ruína total.
Mas não faz mal. Quando isso acontecer – e não faltará muito – depressa se construirão nesses espaços condomínios de vários pisos.
É a crise, estúpido!
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