Que se saiba, até ao momento a situação financeira da câmara de Ourique é o caso mais grave do mandato autárquico terminado em Outubro. Os dados revelados nesta notícia são esclarecedores.
Confesso a minha surpresa, não pela notícia – que nem sequer é inédita, pois em 2002 a câmara de Setúbal estava também insolvente – mas pelo contributo de órgãos do Estado para este estado de coisas.
Por onde andaram, até Outubro, a Inspecção-Geral de Finanças (IGF), a Inspecção-Geral da Administração do Território (IGAT), o Tribunal de Contas (TC), a oposição autárquica e os cidadãos de Ourique? Que poder local é este?
Importa recordar que o líder do anterior executivo ouriquense era social-democrata e o novo é socialista.
Admito que a celeridade da investigação derive da gravidade do caso, mas não posso deixar de estranhar que, perante denúncias públicas de gestão duvidosa noutras autarquias, IGF, IGAT e TC não actuem imediatamente.
Qualquer que seja a militância partidária dos intervenientes, cabe a esses organismos, em primeira instância, apurar se alguém põe precipitadamente em causa a honra de eleitos locais ou se nas denúncias há algo mais que fumo.
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