Como qualquer cidadão não indiferente aos problemas da sociedade, acompanho com atenção o noticiário acerca de crianças e jovens em risco.
Desde o caso extremo da aldeia de Figueira (Portimão), aos mais recentes de Porto, Gaia e Viseu, creio ter lido quase tudo o que a Imprensa publicou.
Sobre o caso de Viseu existe já um relatório preliminar oficial, no qual instituições do Estado lavam daí as mãos e apontam o dedo à respectiva Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Risco.
Achei a atitude estranha e precipitada mas não me surpreendo porque, dia sim, dia não, os representantes do Estado fazem de conta caber às estruturas por eles criadas a responsabilidade exclusiva da execução das suas directrizes. Ninguém cuida de avaliar, rigorosamente, se o erro está na lei ou nos executores. E é sempre mais fácil fazer como Pilatos: atribuir as culpas aos elos fracos da cadeia.
Acabei de ler, no «Jornal de Notícias», a confirmação das minhas suspeitas de que o cerne do problema reside na metodologia de constituição e funcionamento das comissões de protecção de crianças e jovens em risco.
Que tem isto a ver com Alcochete? Mais do que a maioria possa supor, por haver inúmeros motivos de preocupação. Acerca da constituição e do funcionamento da comissão municipal, cujos serviços de atendimento estão instalados no edifício da Casa do Povo de Alcochete, ouvi há meses o suficiente a alguém que dela fazia parte.
Fiquei surpreendido e, perante o que acabo de ler no «Jornal de Notícias», pergunto se será necessário acontecer alguma desgraça para que os alcochetanos passem da indiferença à acção.
Suponho que este "blog" é lido por quem mo relatou e convido-o a dar público testemunho do que sabe.
Não, caro leitor, não deite o problema para trás das costas. Ele não é da responsabilidade da entidade administrativa Município de Alcochete, nem dos seus eleitos. A sociedade compõe-se de avós, pais e filhos e todos têm alguma coisa a ver com problemas que fingem ignorar.
Sem comentários:
Enviar um comentário