Salvaguardados os planos distintos, tal como a celebração da missa, a corrida de toiros é a representação de uma ordem.
Ninguém vai a uma corrida de toiros esperando uma mudança da estrutura do espectáculo, mas já espera a máxima criatividade dentro das regras recebidas desde a bruma dos tempos.
Se personificássemos a corrida de toiros, ela talvez nos advertisse de que quanto mais regra, mais liberdade.
De facto não há liberdade que se espraie fora dos parâmetros da ordem.
A corrida de toiros é ordem do quê? De valores imemoriais como a coragem, a superação do medo, a arte (técnica), a acção da inteligência humana sobre as forças da natureza, o progresso com dignidade, etc. Estes valores estão fortemente ligados à afirmação do indivíduo. Nos direitos inalienáveis deste se estende o veio da civilização ocidental e cristã desde há dois mil anos.
Ora é esta civilização, considerada a velha ordem, que todas as esquerdas no mundo querem eliminar, substituindo-a por uma nova ordem que apagará o indivíduo a favor do colectivo à escala planetária. Aqui não há lugar para a Ideia de Deus nem para qualquer manifestação da cultura cujas raízes antropológicas ascendam àquele Princípio de Ordem Superior.
As esquerdas apenas contemporizam com as heranças culturais dos povos, o que se insere numa estratégia política mais vasta para a tomada do poder em toda a parte. Eis por que eu digo: amar a Festa Brava e apoiar partidos políticos de esquerda é uma contradição.
Sem comentários:
Enviar um comentário