De um momento para o outro dou comigo a pensar sobre o que faço por Alcochete.
Logo me ocorre a ideia de que pago os meus impostos, mas isto faz toda a gente de bem, razão por que não considero tal facto relevante.
De repente lembro-me que já dei aulas a centenas de jovens do Concelho de Alcochete que jamais me esquecerão, mas para muitos isso não é nada.
Também me lembro que desde 1980 até hoje publiquei centenas e centenas de artigos sobre Alcochete em vários meios de comunicação social, mas para muitos isso não é nada.
Publiquei alguns livros de poesia celebrando Alcochete, uns com apoio da Câmara, outros a expensas próprias, mas para muitos isso não é nada.
Para muitos eu só tinha feito ou faria alguma coisa por Alcochete se fosse um cão arregimentado a um dos partidos que têm governado a Câmara desde o 25 de Abril e vivesse à babugem do poder.
1 comentário:
Não é necessário viver à babugem do poder para fazer alguma coisa pela sua terra natal.
Até porque uma coisa é fazer e outra, bem diferente, haver o devido reconhecimento por isso. Tomaria a maioria ter feito sequer metade do que enumera. Acho que só lhe falta plantar uma árvore, se é que nunca o fez...
Faça como eu: durma em paz com a consciência por fazer o melhor que pode e sabe. Esqueça o reconhecimento.
Lembre-se que, em Alcochete, é tradição morrer-se primeiro e só depois haver o merecido reconhecimento.
De nada vale tentar explicar que isso faz pouco sentido. Salazar disse em 1961: "choraremos os mortos se os vivos os não merecerem". Estranhamente, é mais ou menos esse o entendimento institucional prevalecente.
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