05 maio 2006

A gincana e a bomba

A propósito de algo em tempos abordado aqui, aqui e aqui, houve um deputado municipal (Jorge Cardoso, do PSD) que levou à Assembleia Municipal de Alcochete o assunto da rotunda da EN119, construída junto ao novo espaço comercial.
Via «Jornal do Montijo» fiquei hoje a saber várias coisas acerca dessa gincana, causadora, pelo menos, de um acidente e de vários sustos inúteis a automobilistas desprevenidos (eu incluído):
1. Que a câmara tem "recebido muitas críticas de munícipes". Bravo! Afinal os alcochetanos não são tão mansos como às vezes parecem! Muito estranho, todavia, o silêncio público dos autarcas, pois esta explicação poderia ter sido dada, colectivamente, há muito mais tempo, via meios informativos da própria câmara. "Democracia participativa", lembram-se? Em meu entender, o mutismo mantido acerca do assunto representa uma outra coisa, bem mais grave, mas deixo à vossa inteligência a interpretação do preocupante fenómeno;
2. Que o executivo da câmara e alguns deputados municipais dizem não concordar com aquilo. Ainda bem. Resta saber de quem é a responsabilidade: do anterior executivo? Dos técnicos que recomendaram a aprovação da obra? A culpa continua a morrer solteira nestas terras de Alcochete?;
3. Que o actual executivo se confessa de pés e mãos atados, pois aquele aborto foi aprovado pelo anterior, embora um autarca (que já o era à data da aprovação do projecto, embora na oposição, pelo que tomou conhecimento do assunto) prometa agora diligenciar, junto dos técnicos, no sentido de tentar corrigir o disparate. V.Ex.ªs compreendem o verdadeiro alcance desta afirmação, não é verdade?
Este caso lembra-me o velho e estafado problema do posto de abastecimento de combustíveis dos Barris, implantado a duas dezenas de metros de habitações (cujos locatários arrostam, 16 horas diárias, sete dias na semana, 365 dias no ano, com o cheiro a combustível e a poluição) e a 50 metros da Escola EB 2,3 El-Rei D. Manuel I (com centenas de alunos, professores e empregados).
Também em relação a essa se disse (em 2002) que nada podia ser feito, pois a construção fora autorizada pelo anterior executivo (da CDU). Mas até podia e ainda pode fazer-se.
Na altura, o presidente da empresa proprietária do posto era pessoa que conhece e gosta de Alcochete. É filho de uma alcochetana e aqui passou férias, na juventude, durante muitas temporadas. Se alguém tivesse recorrido a ele creio, firmememente, que aquele aborto teria ido para outro lado.
Hoje mesmo pode fazer-se alguma coisa de relevante. Está na lei (e não suscita dúvidas interpretativas) que os alvarás dos postos de combustíveis são sempre provisórios e podem ser cancelados por decisão administrativa, invocando o interesse público. As autoridades administrativas competentes são a Assembleia Municipal de Alcochete e a Câmara Municipal de Alcochete. Repito e sublinho: as autoridades administrativas competentes são a Assembleia Municipal de Alcochete e a Câmara Municipal de Alcochete.
Voltando ao terceiro ponto relacionado com a gincana plantada na EN119, gostaria de recordar que a empresa proprietária daquela superfície comercial é uma multinacional com outros serviços no concelho de Alcochete (Passil), que certamente cuida da sua imagem, que não estará interessada em incompatibilizar-se com ninguém e, muito menos, com potenciais clientes.
Creio que essa empresa será a principal interessada em resolver as coisas a contento das partes envolvidas, principalmente dos residentes que, como eu, não adquirem nada na bomba indesejável nem na nova área comercial da EN119.

2 comentários:

Anónimo disse...

Realmente há seres humanos completamente desperdiçados! O Sr. F.Bastos é um deles!Tão iluminado, tão perfeito, tão culto, tão sério, tão intocável, enfim, até é pena andar ao léu! Queria era conservado numa redoma de vidro, quiçá para efeitos de clonagem!

Anónimo disse...

Realmente há seres humanos completamente desperdiçados!
Os anónimos de Alcochete são um molho deles!
Tão iluminados,
tão perfeitos,
tão cultos,
tão sérios,
tão intocáveis,
tão participativos,
tão exigentes,
tão cívicos,
enfim, até é pena andarem ao léu! Queriam era conservados numa redoma de vidro, quiçá para efeitos de clonagem para que as suas boas novas prosperem e possam ser usadas! São tantas que só uma democracia avançada as conseguem processar.


Alcochete é local FASCIZANTE com as duas coprprações políticas que se agridem e que se alternam. Mas, na prática são o mesmo.
Cozinahm tudo com temperos de intriga e nada fazer e criticam os poucos alçapões de liberdade.