20 maio 2006

O respeito pelo outro é absoluto

Penso comigo: será veraz que eu só deva ter dúvidas? Se eu tiver uma certeza absoluta, não avaliarei muito melhor o que é relativo?
Ora qual será a minha certeza absoluta e onde deverei procurá-la? Na ciência? Mas nesta, que se debruça sobre coisas, a verdade de hoje poderá ser a mentira de amanhã.
A minha certeza absoluta tem que ser procurada no âmbito do não-demonstrável. Mas o mundo à minha volta oferece-me uma certeza absoluta?
Os homens desviam rios, arrasam vales, erguem montanhas. Mas para isto o que é imprescindível? Se cada um fala a língua da própria soberba, a construção da torre pára, fica exposta à erosão do vento e aos caprichos inexoráveis do tempo.
Sem o respeito pelo outro nem o indez vem à luz em segurança. Então que devo testemunhar? Que o respeito pelo outro é uma certeza absoluta. Tu próprio que me lês aqui e agora, gostarias que eu declarasse que o meu respeito por ti é relativo?
O respeito pelo outro é absoluto. Esta afirmação não pode ser demonstrada por nenhuma disciplina das ciências, o que me tranquiliza quanto à veracidade da mesma porque estou em presença de um decreto (dogma) sem o qual o humanidade se precipitaria no extermínio.
A Matemática demonstra que dois e dois são quatro, mas sem o respeito pelo outro jamais o homem poderia fazer essa demonstração porque todo o tempo lhe seria pouco para defender a própria pele, o que teria deixado a espécie humana na idade da pedra ou em estádio anterior se o houve.
Verifico, portanto, que o respeito pelo outro é uma verdade superior a todas as verdades dadas pelas ciências. As verdades destas são relativas; o respeito pelo outro é uma verdade absoluta porque reflexo do respeito devido ao Totalmente Outro que é Deus.

4 comentários:

Anónimo disse...

tão cartesiano...

Anónimo disse...

Descartes leva-te vantagem numa coisa: sabe o que é uma petição de princípio. Tu pões logo como princípio a tua ânsia de Absoluto. Ou então, Descartes não era tão apressado quanto tu. Por cautela, começou por pôr tudo em causa. Mas sabia bem que era só método (caminho, no fim da estrada encontraria o Absotuto).Olhou à sua volta e nada viu, como tu! Quando parecia ter chegado a um beco sem saída, encontrou a sua certeza, mas ainda aqui teve cuidado com a petição de princípio. A sua certeza seria ainda uma certeza pequenina, a pedra sobre a qual assentaria todo o edifício. Quem duvida, ainda que por método, pensa! Quem pensa existe! Bom, não me vou alongar mais. Basta-me dizer que tu começas com sede de Absoluto e acabas saciado! Um conselho: faz como Descartes, ao menos evita a petição de princípio!

Anónimo disse...

"Sem o respeito pelo outro nem o indez vem à luz em segurança". "Indez" é o ovo que se coloca no ninho para que as galinhas lá vão pôr. Tu és o meu indez...pois que tenho vindo aqui pôr ovos.

Anónimo disse...

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