14 maio 2006

Os efeitos de ideias nefastas

Imaginem os meus benévolos leitores que eu no curso de um discurso escrevia qualquer coisa tosca como esta: o caminho da salvação é volver a ser Deus. Se tal escrevesse, tão depressa corria o risco de entrar na grande tentação que tem atormentado os homens desde a bruma dos tempos como o de angariar prosélitos para a minha asserção tão nefasta quanto luciferina. De facto, aquele meu rude pensamento à laia gnóstica defende a unidade de Deus e do homem. Ora os efeitos de uma mentalidade deste jaez é encarar tudo o que lhe é exterior de forma absoluta. Quando o poder cai nas mãos de um destes doentes detentores só de certezas, poderemos enfrentar o que vulgarmente recebe o nome de totalitarismo: o ditador, chefe supremo, qual deus, é o grande olho que toma providências sobre o povo que oprime. Por isso mesmo, para o Cristianismo Deus é diverso do homem, mera criatura que apenas se pode volver para o Criador.
Portanto, a afirmação de que "o caminho da salvação é volver a ser Deus" não pode ser tida nem achada como uma ideia igual a tantas outras porque poderá ter efeitos devastadores no seio de um público receptor menos crítico às vigarices intelectuais. Estas, se não forem combatidas energicamente, acabarão em definitivo com a nossa liberdade.

1 comentário:

Anónimo disse...

SOU LOUCO, LOGO EXISTO