30 maio 2006

Não sou gnóstico

Talvez esteja enganado, mas fiquei com a ideia de que um(a) anónimo(a), através de uma recomendação de leitura, quis insinuar que eu, no fundo, sou gnóstico. Se este tão benévolo quanto (aparentemente) desconhecido leitor tivesse alguma razão, eu seria um poço de contradição.
Já tinha lido o texto que me foi sugerido. Não sei se Olavo de Carvalho, cuja obra conheço em boa parte, é gnóstico. Eu não sou.
Por ler Santo Ireneu, alguns evangelhos apócrifos, René Guénon, etc., sou gnóstico? Quem lê Mein Kampf é nazi? As coisas não são assim!
Em primeiro lugar, não sou gnóstico porque, para mim, a salvação não está no conhecimento, mas em Cristo.
Quando falo de Cristo, falo do Cristo dos Evangelhos e de toda a tradição sancionada pela Igreja Católica. Se o Bispo da minha diocese me ordenasse que me abstivesse de escrever sobre temas da Confissão Cristã, eu obedeceria imediatamente porque, como costumo dizer, a humildade é a verdade.
Particularizando, não sou gnóstico porque me dirijo a todos e não só às elites, abomino o secretismo, sou pelo progresso digno, não tenho pensamento anti-histórico, alio-me ao tempo, defendo a unidade de Deus contra o dualismo, rechaço a ideia da unidade de Deus e do homem, penso que Deus ama o mundo e que a Criação é boa.
O mal, para mim, é um acidente da Criação. Todo o homem pode libertar-se da estrutura de pecado e salvar-se.

3 comentários:

Anónimo disse...

Cheguei a pôr essa hipótese, a de que o João Marafuga fosse, afinal, aquilo de que acusa outros: gnóstico (por causa do esquema cognitivo da Cruz…). Mas não foi isso que me levou a aconselhar-lhe a leitura do texto de Felipe Coelho. Sintomaticamente, o João Marafuga, ao falar de Olavo de Carvalho e de René Guénon, omite Voegelin, o qual também aparece na citação do final do texto, junto com os primeiros.



Eric Voegelin é aí tido como gnóstico.
Mas, o mais grave, é que todo o texto põe em causa Eric Voegelin, que parece ser o mentor do Marafuga. Como se pode ver pelo índice, também o Marafuga segue a tese de Voegelin de que o marxismo é gnóstico, entre outras teses peregrinas.

Não vou tão longe que diga que o Marafuga está contra o Catolicismo (ponto 11.), mas algum dos textos recentemente postos aqui pelo João Marafuga não nos fazem pensar que ele está contra o Deus pessoal?

Anónimo disse...

Frase e índice em falta no post anterior
“E tudo isso sob o olhar de aprovação dos gnósticos que o próprio Olavo de Carvalho chama de "gurus": René Guénon e Eric Voegelin”.


1. Índice


• 1. Índice
• 2. Apresentação
• 3. Gravidade e abrangência da gnose
• 4. Críticas ao uso que Voegelin faz do termo "gnose"
• 5. Voegelin de costas para a modernidade gnóstica de fato
• 6. A distinção voegeliana entre gnose "antiga" e "gnose moderna"
• 7. O erro de Eric Voegelin
• 8. Exemplo da confusão de Voegelin: marxismo e gnosticismo
• 9. Conseqüência da contradição: a caricatura da gnose
• 10. Outra conseqüência absurda: a ortodoxia é gnóstica, e a gnose é ortodoxa?!
• 11. Eric Voegelin contra o Catolicismo
• 12. Eric Voegelin contra o Deus pessoal
• 13. Voegelin mudou de opinião sobre a gnose?
• 14. A pseudomística de Eric Voegelin
• 15. APÊNDICE: Ecos no Brasil
º Contra-Reforma "gnóstica"?! Santos "idiotas"?!
º O panteísmo é gnóstico?!
º Antropologia gnóstica... contra a gnose?!
• 16. Bibliografia

Unknown disse...

Não estou contra o Deus Pessoal. Apenas sofro por não perceber.
Quando Deus quiser, iluminar-me-á como tem feito sempre.
Deua sabe que o que me dá é para dar. O plano é d'Ele. Eu sou o peão sempre pronto a receber.