Na Constituição Gaudium et Spes, o Concílio Vaticano II dá o aval à visão do lugar de Cristo como centro do universo. As raízes desta perspectiva teológica remontam a São Paulo, já que, para este apóstolo, Deus «...deu-nos a conhecer o mistério da Sua vontade segundo o beneplácito que n'Ele de antemão estabelecera para ser realizado ao completarem-se os tempos, reunindo sob a chefia de Cristo todas as coisas que há no Céu e na Terra» (Ef., 1, 9-10).
Ora Johannes Kepler (1571-1630), cristão e astrónomo, não endossava a ideia de um sistema solar heliocêntrico com base em princípios objectivos e científicos, mas nas próprias convicções religiosas. Na verdade, kepler acreditava que Cristo, Luz da luz (Lumen de lumine) é o centro do universo. Logo o Sol, excelsa imagem do Verbo encarnado, só poderia estar no centro da Galáxia com todos os planetas em torno daquela estrela.
Eis a verdade científica a partir de uma base dada pela fé.
5 comentários:
O seu 2º parágrafo dava pano para muitas mangas de controvérsia.
Mas caro Marafuga, fico-me pelas questões:
A "verdade científica" gerada, ao que diz, "a partir de uma base dada pela fé" de Kepler é superior à verdade de outros cientistas (judeus, ateus, de outras religiões)?
Ou a daqueles, "gerada fora da fé" não é uma "verdade"?
Nota - como sabe, estas questões são apenas a formulação de de um problema!
É evidente que a verdade científica gerada a partir de uma base dada pela fé de kepler não é superior à verdade científica de outros cientistas, independentemente de serem crentes, ateus agnósticos, etc.
O meu texto não insinua minimamente uma coisa dessas!
Ribeiro, dos cientistas que vou elencar, quais, sob seu palpite, são os ateus?
Aristóteles, Bacon, Galileu, Descartes, Pascal, Newton, Boyle, Faraday, Maxwell, Mendel, Pasteur, Plank, Einstein.
Não faço ideia.
O que sei é que alguns deles deles professavam uma religiosidade "perigosa". Casos de Kepler e de Newton.
E também sei que muito do seu trabalho, como em tudo, resulta de trabalhos anteriores.
Já agora, pretende estabelecer alguma relação entre a religião e o génio científico?
A ideia de que alguns cientistas da minha lista professassem uma religiosidade mais ou menos perigosa não me repugna.
Alguns deles inserir-se-ão no filão gnóstico que sempre foi combatido pela Igreja Católica.
Também não me repugna que haja algum tipo de relação entre a religião e o génio científico. Poderá ser que a religião possa ser uma expressão da grande Lei que rege o universo que é a mesma que rege o homem.
É preciso é não esquecer que a religião é como uma escada. Cada degrau é um plano dela e cada um percebe conforme o amor que tem.
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