O método consiste na união da Eternidade e do tempo. Fui levado a esta plataforma de pensamento pela reflexão sobre o significado da Cruz de Cristo. Tal como o traço vertical entra pelo horizontal, assim a Eternidade entra pelo tempo.
Só se pode unir o que está separado. A união da verticalidade e horizontalidade não faz destas duas dimensões uma só coisa pela redução da primeira à segunda. De igual modo, a Eternidade está no tempo, mas não se dilui nele. Assim o Criador está na criatura, mas são distintos. O mesmo se diga, por força da coerência lógica, da Eternidade e do tempo.
Nesta conformidade, verifico que se me rendo exclusivamente ao tempo, isto é, à História, renego consciente ou inconscientemente o significado profundo da Cruz, vale dizer, o amplexo divino entre o Céu e a terra.
Que dizer de um ser humano apegado às coisas materiais (Imanência) sem o mínimo sentido da Eternidade (Transcendência)? Nesta base será possível construir a esperada cidade do futuro? Teríamos mesmo o homem? Às três perguntas respondo não, porque o tempo, por si só, como coisa que é, não salva.
Eu não estou a excluir o tempo porque se o fizesse, afinal, não perceberia nada do sentido da Cruz. O homem tanto perde o rosto vivendo o tempo sem Eternidade como vivendo a Eternidade sem tempo.
Na verdade, sem prejuízo da união, se a Eternidade não se dissolve no tempo, quer dizer que está separada dele sem o excluir. Assim, o tempo aparece-nos redimido porque escada para a Eternidade, perfeita sintonia do homem com Deus.
Podem perguntar-me: mas como é que se processa essa união da Eternidade e do tempo? Respondo que não sei porque esta é a melhor forma de saber, isto é, reconheço os meus limites. Quem negaria a união da mãe e do filhinho? E já alguém explicou como é que ela se processa?
Portanto, vejo que se vivifico o tempo com a Eternidade, transcendo as coisas.
Coisa é o tempo porque quantificável. Ele entra com a velocidade e a massa na resolução de problemas físicos.
Ora é no tempo que se desenrola a História, relato de factos levados a cabo pelo homem ao longo das épocas.
Se ao olhar para a Bíblia, eu faço uma avaliação só e tragicamente baseada em factos desencarnados do Espírito, dou a entender que não estou salvo pelo significado infinito da Cruz de Cristo, tudo reduzindo na Sagrada Escritura à dimenssão exclusivamente temporal. Isto repugna à minha liberdade.
O ser humano que não vá para lá dos factos posiciona-se monstruosamente contra a relação indefectível existente entre Deus (Ser primeiro) e o Universo (Ser segundo). Aqui está a génese do poder despótico, do assassínio, do desprezo pela mulher, etc. Logo, tal como a Eternidade está no tempo de forma separada sem desunião, assim nós que estamos no tempo devemos viver desapegados dos factos, embora não os excluamos, porque este mundo é caminho para uma vida superior, o Eterno.
5 comentários:
Tudo bem , para ti. Mas tens que distinguir o que é da esfera pública e o que é da esfera privada. Se tens essa fé e essa concepção, o problema é teu. E acho bem que quem pensa assim se recolha a uma capela ou coisa do género e reze muito. Só que estamos no século XXI e no Ocidente, onde a religião se refugiou na esfera íntima e privada. Já não estamos na era medieval. A esfera pública secularizou-se. Em suma, podes guardar isso tudo para ti. Isto não é uma opinião pessoal. É o e´pírito do tempo. Com certeza já reparaste que até mesmo pessoas crentes se sentem incomodadas com a exibição que fazes da tua religião. É que as pessoas não gostam de falar dessas coisas que sentem ser íntimas. Que , para elas , são íntimas. Preferem a paz do Senhor ao alarde público. E sabem que existe o efeito de boomerang. Por efeito de boomerang já afastaste muita gente da religião, sei-o eu e tu também. Crê a solo ou em comunhão com a tua igreja, e isso creio que não o fazes. Talvez te faça falta.
Anónimo Zartabal, larga os anagramas do meu primeiro nome e apelido, assume o teu nome civil e vem debater comigo.
Conheces o que se chama "Netiquete"? A anonimidade é regra, é lei.
Se queremos fazer parte da comunidade da net temos que lhe aprender os códigos e dominar a sua linguagem e entender o seu modo de estar no mundo e na rede.
Outrora, os recém chegados eram introduzidos na 'netiquete' pelos veteranos. Com o aumento descomunal do número de utilizadores têm de ser estes a procurar aprender a etiqueta da net ou ir ao encontro dos veteranos... eles já não podem ir ao encontro dos newbies sempre que chega mais um.
Mas fazer parte da comunidade da net implica em primeiro lugar aceitar que a comunidade é auto-regulada e que parte dessa auto-regulação é feita à base, precisamente, de 'flame-wars'. Outro conceito é o de que todos podem usar os mesmos processos para defender as suas opiniões.
É importante assegurar o anonimato. Faz parte do media, do modo de estar da comunidade, permitir o acesso a recursos a quem não tem meios de se "autenticar" perante a rede - quem não dispõem de um endereço de e-mail por exemplo - quer por não ter acesso, quer por não querer - daí os acessos "anonymous" a serviços ftp e telnet e a própria existência de 'nicknames' que não são mais do que uma outra forma de anonimato.
É parte do próprio conceito da comunidade da net ser anónimo até decidir deixar de o ser. Com efeito na net somos *sempre* anónimos a não ser nas ocasiões em que *decidimos* revelar quem somos.
Se alguém "abusa" do anonimato, a comunidade tem de lidar com esse problema... é inclusive para isso que existem moderadores/editores num serviço deste género. Espero que não se caia nestas tentações "controleiras"... só significaria o abandono do serviço por parte da comunidade...
E identificar um anónimo... nunca! Só o próprio o pode fazer. talvez seja respeito pelo outro e pela sua vontade.
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