Perante a afirmação de que «tenho um corpo, logo existo», já houve quem me dissesse que cada qual pensa o que quer. A pergunta que faço é a seguinte: as coisas são assim tão simples?
Ora eu sei que na comunicação oral ou escrita com o outro devo cercear a minha subjectividade porque toda a ênfase dada a esta pode levar à negação da liberdade. Não é esta a lição que se retira do totalitarismo nazi?
A frase «tenho um corpo, logo existo» é um decalque inqualificável dessa outra de Descartes «penso, logo existo». Nesta conclusão meramente racionalista que um indiozinho da selva seria capaz de rejeitar, "existo" significa "sou" (cogito, ergo sum).
Se o pensamento é uma ferramenta, como é que desta procede o ser? Portanto, já o que Descartes disse e escreveu no Discurso do Método não quer dizer nada. Para mim, a filosofia cartesiana é uma filosofia infantil que prejudica a humanidade há centenas de anos porque não raramente a máxima racionalista conduz ao irracionalismo. Não é esta a lição que se retira do totalitarismo estalinista?
Quando se afirma «tenho um corpo, logo existo», com consciência ou sem ela, defende-se a total desespiritualização do ser humano que precipitará este no materialismo animalesco mais abjecto.
Então? Cada qual pensa o que quer? Se assim é, onde fica o lugar para a indefectível responsabilidade intelectual face ao outro?
Cada qual poderá pensar o que quiser, mas tenha muito cuidado com o dito e o escrito.
6 comentários:
Acho-te graça...
Deves cercear a tua subjectividade... mas não consegues e negas a liberdade do outro! Nazizinho totalitário...qualquer indiozinho da selva é mais homem que tu!
E fazes curto-circuito de máximas racionalistas e saltas logo para o irracionalismo! (Como se viu na sala de professores).
Tás sempre a falar do "outro", mas nem consegues manter a mais elementar linha de civilização nem te aténs a qualquer regra de civilidade, como se viu na sala de professores, onde não chegaste a agredir uma colega de Educação Física, porque te agarraram...
A agressão ficou-se pelo verbal. e os outros é que têm de ter cuidado com o "dito"! e chamas-lhe indignação com veemência! (os eufemismos são só para ti!)
Vai-te tratar que bem precisas.
Anónimo, sinto relutância em falar com anónimos, mas desta vez o melhor é transigir porque neste tipo de coisas a posição absoluta não faz sentido.
Também não faz sentido responder aos teus insultos. Vou ao que me interessa esclarecer.
Pelos vistos és meu colega, mas estás por fora dos factos aos quais fazes alusão. Terias sido uma das muitas testemunhas oculares que estavam na sala dos professores? Sabes que nesta há dois computadores. Um deles tinha um ícone sobre o qual cliquei. Era um texto duma colega nossa que, entre outras coisas, afirma que "tenho um corpo, logo existo". Em particular, no corredor do 1º piso, perguntei à colega o que significava "tenho um corpo, logo existo". A resposta não me foi dada, mas foi-me dito que eu não tinha nada que ler o texto porque este era para o departamento ao qual pertence a referida colega. Fiquei atordoado porque se o documento não era para todos, não tinha nada que estar exibido onde estava. Deixei passar alguns minutos. Já na sala dos professores, voltei-me a dirigir à colega expressando-lhe a minha mais viva indinação já não tanto pelo sentido do decalque cartesiano, mas sobretudo por, para mim, não fazer sentido nenhum o que a colega antes me dissera. Depois um colega nosso pôs fim à altercação, conduzindo-me para a ex-sala de fumo.
A última vez que agredi fisicamente uma pessoa foi há 40 anos, tinha eu 16 ou 17 anos. Essa pessoa tinha a minha idade e, mutatis mutandis, pelas mesmas causas da cena de há dias na sala dos professores.
A relutância em falar com anónimos é outro erro teu...
Para deixar um comentário, podemos ser "blogger", outro identificado real ou ficticiamente, ou anónimo. Até posso identificar-me como João Marafuga... sabe-se lá se tens desdobramento de personalidade, a juntar às tuas outras mazelas!
E agora a propósito de achares que o texto da colega não tinha nada que estar á disposição de todos: tu tens o acesso a tua caixa de correio, talvez no mesmo computador,às escâncaras, ou seja, com o user name e a password (!!!)preenchidos automaticamente! Mas olha que não és só tu! Queres que toda a gente leia o teu correio?
Anónimo, estás a misturar coisas pertencentes a planos diferentes.
O ícone que remete para o trabalho da colega está no ambiente de trabalho do computador (sala de professores).
Quanto ao acesso à minha caixa de correio, considero que estás muito bem informado. Se fosses ler o meu correio, seria o cúmulo da indiscrição porque não há nenhuma chamada no ambiente de trabalho para o mesmo! Estou muitas horas na escola, tenho coisas a fazer e não posso esperar que os computadores sejam só para mim. Por isso, como outros colegas, automatizo o meu user name e password porque não tenho nada a esconder na minha vida e porque confio nos colegas. Não tinhas pensado nesta perspectiva das coisas?
Deixa-te disto, aparece com o teu nome que desde o primeiro minuto sei qual é e vamos debater as grandes problemáticas do homem. Isto, sim, porque poderia aproveitar a muita gente, tanto mais que nos posicionamos em universos de pensamento opostos.
Ninguém é professor para si; é-se professor para o outro. Ora tu és professor até á morte...
O ícone que remete para o trabalho da colega está no ambiente de trabalho do computador porque o computador está configurado para salvar tudo aí.
Enquanto que és tu que automatizas o user name e a password. Não os consegues memorizar? Estás num computador público! Deixas a porta da tua casa aberta ao público, por confiança? Ou por exibicionismo?
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