29 agosto 2008

Participação Cívica , Internet e Analfabetismo Funcional

Dando sequência ao meu «post» anterior intitulado «Participação Cívica e Fogaças , Arroz Doce e Touradas », venho uma vez mais chamar a atenção para a importância crescente e decisiva da Internet na consolidação dos direitos de informação e participação dos munícipes na vida política.
O relevo e a importância da Internet no âmbito dos direitos da cidadania tem como consequência uma pressão crescente sobre os poderes públicos para a sua utilização como instrumento de cidadania, com especial incidência nas autarquias locais, sobre as quais , e como referi anteriormente , recai cada vez mais o dever de a utilizar para comunicar com os seus munícipes.
Paradigma do reconhecimento dessa importância , é a consagração legal da obrigatoriedade da divulgação de informação e consulta aos cidadãos em matérias de interesse público relevante.
A título de exemplo , e para não ir mais longe , recorro novamente ao «post» de Fonseca Bastos intitulado «É a hora» , no qual , e a propósito da publicação do o
Decreto-Lei n.º 166/2008, que estabelece o regime jurídico da Reserva Ecológica Nacional (REN), se aponta a consagração legal da obrigatoriedade das cartas de REN propostas pelas Câmaras , serem tornadas públicas através da Internet , e do direito de qualquer cidadão poder criticá-las e dar contributos, chamando a atenção para eventuais problemas.
O comentário do meu fiel leitor Rui Silva ao meu «post» «Participação Cívica e Fogaças , Arroz Doce e Touradas » , no qual se queixa que adormeceu ao fim de ler as 10 primeiras linhas , despertou-me contudo para uma realidade preocupante , a qual pode comprometer gravemente todo o esforço no sentido de utilizar um meio tão poderoso e universal como a Internet como instrumento de consolidação dos direitos de informação e participação dos munícipes na vida política.
Se um leitor confessa que não conseguiu ler mais do que as 10 primeiras linhas de um «post» num blogue , como é que poderá alguma vez ler , interpretar e criticar , um documento de complexidade elevada como uma carta de REN divulgada através da Internet?
O comentário do Rui Silva , em que auto denuncia a sua incapacidade para ler mais do que as 10 primeiras linhas do meu «post» , torna evidente que este despertar e desenvolvimento de uma cultura tecnológica deixa também antever um processo semelhante ao encontrado no analfabetismo funcional, onde , conforme confirma o próprio leitor Rui Silva , apesar de existirem competências de leitura e escrita , a capacidade de compreensão total da mensagem escrita ou lida é deficiente.
Neste prisma a incapacidade denunciada pelo Rui Silva , questiona a própria potencialidade da Internet ser utilizada como forma privilegiada de partilha de informação , comunicação e participação dos cidadãos na vida pública , o que finalmente não constituirá mais do que uma abordagem num prisma novo , do problema do analfabetismo funcional que atinge muitos dos cidadãos nacionais.
Este analfabetismo funcional vai necessariamente traduzir-se em analfabetismo funcional de cariz tecnológico , o que poderá por em causa o esforço de implementação das novas tecnologias como instrumento ao serviço da cidadania.
A preocupação que me assaltou quando me deparei com a confissão sincera do Rui Silva de que não conseguiu ler mais do que as 10 primeiras linhas do meu «post» , é contudo mitigada pela esperança que tenho , que as gerações mais novas consigam no futuro conciliar a sua capacidade inata de lidarem com as novas tecnologias com melhores índices de alfabetismo funcional.

9 comentários:

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Fonseca Bastos disse...

Haverá sempre pessoas desinteressadas, mas os titulares de cargos de representação política não devem usar esse argumento para escamotear informação.
Mesmo que um texto extenso seja lido por uma em cada quatro pessoas que se confrontem com ele, mais vale uma informada que todos ignorantes.
Num país onde a média nacional de acessos residenciais à Internet ultrapassa os 40%, já não é possível subestimar esse instrumento de comunicação e informação.
O problema reside em encontrar a fórmula mágica para captar a atenção desses e dos info-excluídos.

Anónimo disse...

Quero comunicar a todos os leitores deste blog que o COMENTÁRIO REMOVIDO POR UM ADMINISTRADOR DESTE BLOG, foi elaborado por mim, Rui Silva.
O comentário em si era uma resposta às provocações do Dr. Luis Proença. Mas esse Dr. Luis Proença, neste blog pode dizer, provocar, mal dizer e denegrir tudo e todos que certamente nenhum COMENTÁRIO É REMOVIDO POR UM ADMINISTRADOR DESTE BLOG... Certamente tal administrador não é mais que o Senhor Fonseca Bastos.
Eu tenho comigo a cópia do artigo agora removido e vou mostrá-lo a quem bem entender e provar que não era ofensivo ou difamatório.
Mas esta é uma prova de como funciona a "democracia" deste blog, contrariando a liberdade que tanto aprogoa, tentando atingir aos mais incautos.
Já li neste blog eruditos residentes a apelidarem/equipararem os comunistas e socialistas como pessoas assassinas, desonestas e estúpidas. Mas esses comentários nunca foram REMOVIDOS POR UM ADMINISTRADOR DESTE BLOG...
Já agora aproveito para recordar o Senhor Fonseca Bastos que tanto ataca e mal trata os comunistas e a CMA, que o maior vexame que alguma vez ele deve ter passado foi quando era administrador do TÁGIDES e na sequência do decorrido numa Assembleia Municipal durante o mandato do PS (2002-2005) foi enxuvalhado de forma contínua durante quase uma hora, enquanto um Deputado Municipal socialista lia um texto sobre o Senhor Fonseca Basrtos e o seu TÁGIDES. Pouco tempo depois o TÁGIDES encerrou...
Se o Senhor Fonseca Bastos achar que este comentário também é ofensivo para alguém, remova-o! Já o imprimi também, tal como imprimi outros escritos por vários residentes. Esses sim, verdadeiramente ofensivos.
Cumprimentos
Rui Silva

Anónimo disse...

Sr.Rui ,

Está a expor-se ao ridiculo e ainda não percebeu.
Tanto fusué por causa do Luis Proença.
Pelos vistos ninguém tem mais interesse nos comentários do homem do que o senhor Rui Silva que não perde oportunidade para os comentar apesar de dizer que não os lê. Que ridiculo para um homem da sua idade. Lamentável.

Tiago Rei

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Fonseca Bastos disse...

"Rui Silva" é pseudónimo de alguém a quem devo recordar que nunca ataquei nem maltratei ninguém por ser comunista e muito menos o fiz em relação ao órgão CMA.
Pode repetir tais mentiras mil vezes que nunca serão verdades. Sendo tão bem informado sabe que mantenho relações cordiais com vários eleitos do PC local, assim como com dirigentes, eleitos e militantes dos demais partidos.
Não ataco, critico. E, sempre que possível, ilustro com exemplos. Durante o ano de 2006 coloquei neste blogue inúmeros textos em que, enquanto considerei possível mudar de rumo, ainda tentei chamar as pessoas à razão. Depois entendi ser inútil fazê-lo e hoje penso já não valer a pena porque o destino me parece traçado.
Não maltrato comunistas nem ninguém de qualquer outra tendência. Sou, isso sim, implacável com quem se serve da política para iludir as pessoas. Na gestão dos órgãos, os eleitos desempenham uma missão de serviço cívico e servirem-se da função para fins diversos é para mim intolerável.
Nunca confundi o órgão administrativo Município de Alcochete com quem o gere. As instituições estão muito acima das pessoas que nelas pontificam e é pelo respeito ao órgão e em sua intransigente defesa que criticarei sempre quem dele se sirva para fins que o desonrem.
Quanto ao caso de «Tágides», sabe ser falso associar o seu encerramento ao "julgamento" de 30/9/2004. O portal era trabalho voluntário e nenhum voluntarismo resiste a vigilância privada e escutas telefónicas. Há muito que "Rui Silva" sabia disto mas, obviamente, convém-lhe manipular a verdade.
O tal "julgamento" teve uma única consequência: aos autores e instigadores saiu o tiro pela culatra. Avisei-os disso, na altura oportuna, mas a algumas pessoas o poder cega demasiado.
Além do mais, esse acto terá tido efeito exterior nulo porque, desde então e até à data de hoje, por quatro vezes fui convidado a envolver-me politicamente em candidaturas a órgãos administrativos locais.
Finalmente, um último conselho a "Rui Silva": preocupe-se menos comigo e mais com quem o rodeia. Não sou controleiro deste blogue e não me mete medo.

Zeferino Boal disse...

Lendo os comentários do tal "Rui Silva", motiva-me dizer-lhe o seguinte: não diga mentiras!
Se tirou cópias dos comentários que fez, entregue-me uma cópia para que realmente possa identificar quem é a sua cara.
Já agora, confirmo por inteiro o que ocorreu no passado e diferentemente ao presente: o Tágides era um trabalho de um homem só e que muito ensinou a muita gente desta Terra, ao invés este blogue é uma partilha.
Não sou comunista e não gosto dos comunistas! Mas, não impede de falar com alguns que se dizem como tal.
Há na história da humanidade muitos comunistas que os meios de comunicação social não chamuscam, mas foram verdadeiros assassinos como outros líderes mundiais.Mas, não vou entrar por essa discussão, por uma simples razão: ainda há comunistas? ainda há quem acredita nessa doutrina? os exemplos do dia a dia comprovam o contrário.
Esses ditos verdadeiros comunistas quando têm a primeira oportunidade enveredam pela via do capital e conheço alguns que na qualidade de patrões são pouco respeitadores do seu semelhante.
Renovo o pedido que fiz, Rui Silva, entregue-me uma cópia do tal comentário que escreveu.
Um abraço a todos que leem e escrevem neste espaço de dabate aberto.

Anónimo disse...

Peço aos senhores que escrevem neste blog que se amedrotem com o que diz este Rui Silva.
Não sou de nenhum partido e este é o unico sitio onde posso ser informado sobre o que se passa na nossa terra.
A atitude do Rui Silva é uma vergonha mesmo para os senhores que pertencem à câmara.
Se pensarem todos como ele então nunca mais levam o meu voto.
Peço ao praia dos moinhos que continuem o bom trabalho mesmo que as verdades custem a pessoas sem verdade como esse Rui Silva

A.Penetra

Paulo Benito disse...

Parece-me que juízos de valor estão cada vez mais frequentes.

Paulo Benito