02 agosto 2008

O avisado


Na Sexta-Feira (01-08-08), com a compra do jornal Diário de Notícias, ofereceram-me O Ingénuo de Voltaire (1694-1778), texto que li há quarenta anos e que, graças à estupidez dos meus dezoito anos, considerei uma grande obra escrita por um dos mais talentosos iluministas do séc. XVIII.
Hoje abano tristemente a cabeça por descobrir quanto esta leitura e outras do mesmo jaez prejudicaram durante décadas a minha visão do homem e do mundo.
Relido o texto em duas horas ou pouco mais, vi quanto Voltaire é intelectualmente perverso pelo ódio destilado contra a Humanidade, contra a Civilização Ocidental, contra a Igreja Católica, a própria pátria, etc.
Ora veja-se, como exemplo, esta passagem: «Embora a história de França esteja cheia de horrores, como, aliás, qualquer outra, o Ingénuo, no entanto, sentiu-a tão fastidiosa no seu começo, tão seca no meio, tão mesquinha, enfim, mesmo no tempo de Henrique IV, sempre tão desprovida de grandes monumentos, tão estranha a esses belos descobrimentos que tanto ilustraram outras nações, que se viu obrigado a vencer o tédio para conseguir ler todos esses pormenores de calamidades obscuras passadas num canto do mundo» (O Ingénuo de Voltaire, Edições Quasi, 2008, pág. 48).
Voltaire foi um celerado precursor da Revolução Francesa (1789). Depois desta, a França vem perdendo cada vez mais a glória que a bafejou durante mais de mil anos. Queira Deus que Nicolas Sarkozy seja a catapulta que relance a França para aquele patamar de respeito que a pátria de Joana d'Arc justamente merece entre todas as nações do mundo.

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