04 agosto 2008

Palavras traiçoeiras: requalificação




Nos últimos quatro meses houve inúmeras notícias sobre a requalificação da Rua da Azinhaga, em Alcochete, cuja localização a esmagadora maioria suponho desconhecer.
Comecemos por aí: situa-se entre as ruas D. Maria Teresa de Noronha (a do posto da GNR), do Bocage e Luís de Camões, no chamado Núcleo D.
Rezam as crónicas tratar-se de "arranjo paisagístico" compreendendo "pavimentação, instalação da rede de iluminação pública, criação de zonas verdes de enquadramento, plantação de árvores e colocação de mobiliário urbano".
As obras parecem perto do termo, conforme as imagens acima documentam e delas se extraiam algumas conclusões, embora recomende uma visita ao local para que cada um forme a sua opinião.
Cerca de 95% de espaço foi empedrado, haverá 3% (se tanto) para canteiros e 2% para árvores.
Supostamente, obras destas deveriam humanizar espaços livres entre construções e melhorar a paisagem. Com engenho e arte podem até reduzir a temperatura no interior das habitações.
Sabe-se lá porquê, nada disso parece ter sido levado em conta nesta requalificação da Rua da Azinhaga.
Por favor, mais respeito pelo bem-estar das pessoas!

P.S. - Alguém acaba de chamar a minha atenção para um pormenor que tive em conta ao escrever o que acima consta: a capacidade das pedras em acumular calor. O exemplo dado no comentário é correcto: o bife na pedra
Há também sistemas de aquecimento que aproveitam a acumulação de calor pela pedra, de tal modo que esta, quando alcançada a temperatura pretendida, dispensa o consumo de energia e irradia calor durante horas. A descrição técnica de tais sistemas refere seis a sete horas de consumo de energia para 24 horas de aquecimento constante.
Se alguém quiser comprovar o fenómeno, o Largo de São João é o local ideal para avaliar a razão pela qual a pedra não deve ser usada em excesso na pavimentação de artérias. Num dia de canícula, várias horas após o pôr-do-sol as pedras continuam a irradiar calor.

2 comentários:

Anónimo disse...

Senhor Bastos é lamentável que um leigo produza comentárioa de índole tão técnico. Não vou aqui maça-lo com questões técnicas, no entanto, não posso deixar de dizer que o senhor encarna as figuras mai carismáticas da sociedade portuguesa, que são aqueles para os quais nada está bem. Se não se faz obra é porque não se faz, se se faz está mal feita.
Numa época em que a água é um recurso escasso não é politicamente correcto dessiminar por tudo o que é sitio pequenos canteiros que acabam por não ser usufruidos pela população. O espaço em questão, quanto a mim, e à maioria dos moradores da zona reúne os requisitos ideais, poucas árvores porque o corredor central já é bastante sombrio e poderá vir a tornar-se num espaço de convivio.

Paula Cardoso

Fonseca Bastos disse...

Comentários supostamente anónimos e subscritos – em diversos textos recentes inseridos neste blogue – por uns tais Pedro Simões, Paula Cardoso, Luís Tavares e Frederico Santos têm a mesma origem. Presumo tratar-se de algum cacique bafiento a tentar condicionar o pensamento.
Habituem-se porque haverá mais e pior.