No seu discurso de apresentação desse programa o Senhor Ministro referia , citando:
«Minhas Senhoras e Meus Senhores
É, sem dúvida, consensual a importância da área da Logística, como nova componente de desenvolvimento de um País que, embora situado na periferia da UE, se encontra na fronteira oeste-atlântica do Continente Europeu.
O Plano Portugal Logístico irá agora, finalmente, ser implementado por este Governo. Enquadrado pelas suas opções programáticas, ele está presente em vários Programas e Referenciais de Acção, desde a Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável ao Programa Nacional para o Ordenamento do Território, assim como está também referenciado no Plano Nacional de Acção para o Crescimento e Emprego e no Plano Tecnológico.
A logística é hoje um instrumento determinante na competitividade das empresas:
Ela contribui decisivamente para a sua flexibilidade na capacidade de reagir, em prazos cada vez mais curtos, à evolução das características da procura;
Também contribui para a formação do preço final dos produtos: estudos recentes mostram que uma adequada reorganização da logística empresarial pode conduzir a uma redução dos custos finais até cerca de 10%;
Finalmente, é essencial nos processos envolvidos nos modelos de negócio e gestão das diferentes indústrias, e contribui para assegurar vantagens competitivas na qualidade dos produtos e serviços.»
É, sem dúvida, consensual a importância da área da Logística, como nova componente de desenvolvimento de um País que, embora situado na periferia da UE, se encontra na fronteira oeste-atlântica do Continente Europeu.
O Plano Portugal Logístico irá agora, finalmente, ser implementado por este Governo. Enquadrado pelas suas opções programáticas, ele está presente em vários Programas e Referenciais de Acção, desde a Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável ao Programa Nacional para o Ordenamento do Território, assim como está também referenciado no Plano Nacional de Acção para o Crescimento e Emprego e no Plano Tecnológico.
A logística é hoje um instrumento determinante na competitividade das empresas:
Ela contribui decisivamente para a sua flexibilidade na capacidade de reagir, em prazos cada vez mais curtos, à evolução das características da procura;
Também contribui para a formação do preço final dos produtos: estudos recentes mostram que uma adequada reorganização da logística empresarial pode conduzir a uma redução dos custos finais até cerca de 10%;
Finalmente, é essencial nos processos envolvidos nos modelos de negócio e gestão das diferentes indústrias, e contribui para assegurar vantagens competitivas na qualidade dos produtos e serviços.»
O Programa prevê a instalação de 11 Plataformas Logísticas com um investimento superior a € 1000 M , sendo cerca de € 131 M destinados a acessibilidades. A saber:
- Maia / Trofa : € 224 M - investimento na plataforma / € 8 M - acessibilidades
- Poceirão (Setúbal) : € 290 M - investimento na plataforma / € 17 M acessibilidades
- Leixões : € 101 M - investimento na plataforma / € 17 M acessibilidades
- Aveiro : € 24 M - investimento na plataforma / € 56 M acessibilidades
- Lisboa/Bobadela - € 9 m - investimento na plataforma / € 10 M acessibilidades
- Sines - € 65 M - investimento na plataforma
- Valença - € 66 M - investimento na plataforma / € 5 M acessibilidades
- Chaves - € 7 M - investimento na plataforma
- Guarda - € 26 M - investimento na plataforma / € 8 M acessibilidades
- Elvas - € 52 M - investimento na plataforma / € 7 M acessibilidades
- Tunes - € 43 M - investimento na plataforma / € 3 M acessibilidades
No que respeita às restantes plataformas logísticas , existentes ou a projectar , não abrangidas pelo Programa Portugal Logístico , o Ministro foi peremptório.
Citando novamente:
«Uma última observação, neste caso relativamente ao seu impacte no ordenamento do território: Portugal dispõe de capacidade excedentária em logística e armazenagem ligadas ao subsistema de distribuição e consumo. Este subsistema, muito pressionado pela procura, assenta em infra-estruturas logísticas detidas por operadores de base rodoviária, que se concentram próximo das grandes áreas de procura (as Áreas Metropolitanas), em localizações determinadas pelo custo do solo e pela acessibilidade aos grandes eixos rodoviários de penetração. Por ausência de regulação e de promoção pública de espaços vocacionados para esta actividade logística, estes operadores estabeleceram-se em áreas desqualificadas (ou que desqualificaram) servidas por redes viárias locais, desarticuladas e saturadas.
A requalificação e reordenamento destes «baldios logísticos» tornam-se urgentes, para se evitarem perdas de produtividade no sistema e danos no ambiente e no ordenamento do território.»
A requalificação e reordenamento destes «baldios logísticos» tornam-se urgentes, para se evitarem perdas de produtividade no sistema e danos no ambiente e no ordenamento do território.»
O Ministro das Obras Públicas voltaria a pronunciar-se sobre os «BALDIOS LOGÍSTICOS» no dia 07 de Julho de 2006 , na sessão solene de apresentação da Plataforma Logística de Castanheira do Ribatejo , plataforma que surgiu como segunda linha de apoio à plataforma polinucleada de Lisboa/Bobadela.
Citando o Ministro:
«Estamos neste momento no coração logístico de Portugal. Num raio de 50 km estão densamente estabelecidas as bases de grandes, senão dos maiores, operadores de Portugal.
E o que vemos não nos agrada.
O que já é comum chamar-se de baldios logísticos, e consiste na implantação dispersa de operadores de base quase exclusivamente rodoviária, servidos por uma rede de infra-estruturas desadequada e de baixa capacidade, sem base económica para constituírem uma rede de serviços de apoio ao exercício da sua actividade e com um impacto negativo no ordenamento do território e no ambiente.
Estes factores, actuando em conjunto, aqui como no resto do País, resultam numa baixa produtividade das empresas de logística e de transporte de mercadorias, num significativo deficit tecnológico e numa baixa incorporação de valor ao longo das cadeias de abastecimento.
É justamente com base nesta constatação que o Governo apresentou o projecto Portugal Logístico, com o objectivo de nos constituirmos num elo nas cadeias intercontinentais e europeias, assegurando uma prestação de excelência nos serviços de logística e de transporte e nas respectivas cadeias de valor.»
E o que vemos não nos agrada.
O que já é comum chamar-se de baldios logísticos, e consiste na implantação dispersa de operadores de base quase exclusivamente rodoviária, servidos por uma rede de infra-estruturas desadequada e de baixa capacidade, sem base económica para constituírem uma rede de serviços de apoio ao exercício da sua actividade e com um impacto negativo no ordenamento do território e no ambiente.
Estes factores, actuando em conjunto, aqui como no resto do País, resultam numa baixa produtividade das empresas de logística e de transporte de mercadorias, num significativo deficit tecnológico e numa baixa incorporação de valor ao longo das cadeias de abastecimento.
É justamente com base nesta constatação que o Governo apresentou o projecto Portugal Logístico, com o objectivo de nos constituirmos num elo nas cadeias intercontinentais e europeias, assegurando uma prestação de excelência nos serviços de logística e de transporte e nas respectivas cadeias de valor.»
Depois de ler e analisar atentamente o Programa Portugal Logístico e a intervenção dos governantes nessa matéria , retiro as seguintes conclusões relativamente ao Polo Logístico de Alcochete:
- O Pólo Logistico de Alcochete insere-se na definição de Baldio Logístico,
- A sua implementação e desenvolvimento constituem na palavra dos especialistas um grave risco de desqualificação do território;
- Risco agravado por não estarem inseridos nos Pólos Logísticos de referência incluídos no Programa Portugal Logístico;
- A Câmara Municipal de Alcochete promove uma estratégia de desenvolvimento contrária aos grandes instrumentos de planificação estratégica do ordenamento do território ao nível nacional.
- Alcochete vai transformar-se num «Baldio Logístico».
ABRA OS OLHOS ENQUANTO É TEMPO SR. PRESIDENTE DA CÂMARA. NÃO HIPOTEQUE O FUTURO DESTE CONCELHO.
1 comentário:
Fomentar o transporte rodoviário de mercadorias é um tremendo erro.
Percorram as estradas e auto-estradas internacionais deste país e contem os camiões com que se cruzam.
Há dias, em Caminha, num minuto contei 8 camiões, vindos da estrada de ligação a Valença!
Na A23, em dia normal de trabalho, de Castelo Branco à Guarda praticamente só me cruzei e ultrapassei camiões.
Isto não é desenvolvimento sustentável em parte alguma do mundo.
Só neste país os comboios poderiam morrer e as estações serem fechadas e abandonadas.
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