O actual chefe da edilidade insiste em 'vender' Alcochete como pólo logístico, invocando argumentos no mínimo estranhos.
É citado no sítio na Internet do próprio município como tendo justificado a importância de uma plataforma logística no concelho porque “as plataformas logísticas estão em voga” (sic).
Conheço inúmeros argumentos desconcertantes de autarcas, mas deste jaez, sinceramente, são raros!
Esta estratégia de 'desenvolvimento' existe, em Alcochete, há três mandatos sucessivos. Para mim é incompreensível porque, quase sempre, apenas as sedes sociais de empresas geram emprego qualificado e receitas significativas.
Basta conhecer os códigos do IRS e do IRC e a nova lei das finanças locais para perceber que o legislador privilegia os locais de residência e da sede e a massa salarial, em detrimento da área ocupada.
Sabedores disso, inúmeros autarcas optam por estimular a criação de centros e incumbadoras de empresas, disponibilizando espaços gratuitos ou com renda simbólica para que micro e pequenas empresas e novos empreendedores tenham a actividade facilitada e se afirmem no mercado.
Outros, com o apoio de fundos públicos e comunitários, adquirem amplos espaços de terreno para indústria ligeira e médias sedes empresariais, cativando os empreendedores a mudar-se para locais verdes e arejados.
Porém, em Alcochete, um autarca pouco atento e rodeado de gente insensata entende que futuro promissor é sermos empregados de armazém.
Talvez seja essa a ocupação ideal para tal gente depois de 2009, mas não será, seguramente, a adequada ao perfil dos alcochetanos em idade activa.
Gostava que se demonstrassem os reflexos positivos e negativos, no orçamento municipal de Alcochete, desta proliferação de armazéns e de espaços comerciais com milhares de metros quadrados e reduzida mão-de-obra. Tal como quantos novos postos de trabalho beneficiaram residentes.
3 comentários:
Um empregado de armazém certamente ficaria envergonhado de ler esta notícia. Preconceito devia pagar imposto.
Comentário leviano de alguém que tresleu o texto.
1.º: O texto deixa implícita, de facto, uma carga negativa para o tipo de trabalho associado a plataformas logísticas;
2.º: O primeiro comentário seria leviano se o que estivesse em causa fosse optar pela logística em detrimento de outro modelo qualquer. Não é isso que acontece. Se não se aceitasse as plataformas logísticas, não estaria nada no lugar delas.
3.º: Apelidar de falta de capacidade para ler quem não discorda do que dizemos é um sintoma claro de falta de tolerância, para não dizer de democracia;
4.º: Seja como for, "estar em voga" é uma forma demasiado leviana (esta sim) de justificar uma estratégia de desenvolvimento, que ofende até quem ouve tais coisas (será que julgam que somos assim tão estúpidos ao ponto de "papar" estes argumentos?).
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