31 julho 2009

TEMOS VIVIDO NA GRANDE DEMAGOGIA DESTE GOVERNO

Fugindo um pouco ao âmbito deste espaço, mas como cidadão e atendendo à época que vivemos não posso esconder o texto a seguir:

"Os dados da área ardida, inscritos no Sistema de Gestão de Informação dos Incêndios Florestais (SGIF), foram alterados em 2007 e 2008, e a “Autoridade Nacional Florestal tentou substituir ocorrências passando-as para queimadas”, conforme relatório da GNR.
De acordo com o relatório Operação Floresta Segura 2008, da Guarda Nacional Republicana, durante a “campanha de 2007, vários oficiais de ligação nos Comandos Distritais de Operações de Socorro informaram que os dados carregados pelas Equipas de Manutenção e Exploração de Informação Florestal (EMEIF) apareciam alterados por desconhecidos”, no SGIF.
No documento lê-se ainda que os “problemas em 2008 se mantiveram, embora o número de situações tivesse diminuído”, e que “houve também conhecimento de registos em que a Autoridade Nacional Florestal tentou substituir ocorrências registadas no SGIF, passando-as para queimadas”.
“Embora num número muito inferior ao de 2007”, durante o ano passado também se “verificaram algumas alterações à primeira localização de incêndios, e à área ardida inicialmente introduzida”, revela ainda o relatório.
A GNR dá ainda conta que “os alertas dados pelos postos de vigia não foram contabilizados”, no Sistema de Gestão de Informação dos Incêndios Florestais, apesar de a GNR ter contabilizado 3.194 alertas transmitidos a partir daqueles postos.
Ainda de acordo com o documento, no sistema encontram-se “registadas várias ocorrências que não são consideradas incêndio florestal, por terem ocorrido em espaços urbanos ou porque o que ardeu é irrisório. Presume-se que tal aconteça para se tentar justificar as saídas dos meios de combate, uma vez que, nestas situações não há lugar a pagamento do serviço”.
A GNR desconhece quem altera os dados relativos aos incêndios, inscrevendo no relatório apenas que são “alterados por desconhecidos”, e que já alertou várias vezes a Autoridade Nacional Florestal para estes casos.
A introdução dos dados no SGIF, bem como a sua permanente actualização, é da responsabilidade da Guarda Nacional Republicana conforme a portaria 798/2006 de 11 de Agosto.
Em 2007 registaram-se 18.732 ocorrências de fogo em que arderam 31.450 hectares, dos quais 1.183 correspondem a povoamentos florestais de acordo com os relatórios da Autoridade Nacional Florestal.
Em 2008 aquela Autoridade inscreve 13.832 situações de fogo em que arderam 17.244 hectares, dos quais 1.833 correspondem a área de floresta, o que permite concluir que nos dois últimos anos se registaram as menores áreas ardidas desde 1999".

7 comentários:

Sérgio Silva disse...

Meu caro amigo ZB, Demagogia é um termo amigo para o governo, eu chamaria-lhe PURA MENTIRA...

Miguel Saturnino disse...

Eis um texto e um comentário provenientes da estratégia da "terra queimada".

Zeferino Boal disse...

Caro Miguel, temos intervido pouco neste espaço. És daquelas pessoas que prezo e deveriam intervir mais, por reunires predicados intelectuais.
O teu comentário anterior não te engrandece, faz-me recordar os tempos em que escrevias e falavas por ordem do "patrão".
O texto aqui publicado é sério e grave, será devidamente badalado a nivel nacional.
Temos diferenças ideológicas, mas há uma coisa que deverias partilhar comigo e com os intervenientes e leitores deste espaço: não calar as nossas almas por um Portugal melhor e mais transparente.
Porque será que foi com este Governo que aparecem estes casos obscuros?
É tudo cabalas contra os mesmos?
Queres exemplos?
Em Março desapareceram 10000 desempregados das estatísticas, foi obra de quem? Já fui direigente a AP, não há nenhum funcionário que actue sem ordem superior.
Os dinheiros do famoso Magalhães afinal aparecem numa Fundação. Estes são alguns exemplos.
Miguel, um repto que te faço: não escondamos o que é serviço público por tácticas partidárias. Foi isso que foi feito ao longo destes trinta anos e a nossa geração está a pagar esses e outros maus hábitos.
Que seja a nossa geração a cultivar o espírito da responsabilidade, da exigência e do rigor, a incutir à geração futura.
Esta não é politca da terra queimada. Acabemos com a postura da cegonha que mete a cabeça de fora e o traseiro ao léu!

Miguel Saturnino disse...

Bater no peito não serve de nada. Contam as práticas. Assim, reformar-se do estado aos 39 anos não abona nada a favor de quem se arroga de grandes predicados morais.

E agora, como ontem, sou o único responsável pela forma e pelo conteúdo dos meus textos. Se aos 26 anos isso pareceria improvável, aos 32 já cheira a requentado.

Zeferino Boal disse...

Fico satisfeito por te sentires de pensamento livre aos trinta e dois e pretenderes assim continuar.
Só esse espirito te permitirá no futuro continuar a tua conduta de vida usufruindo do quadro legal vigente no país, sem abdicar do serviço à comunidade. Mas, acima de tudo sem estares sujeito ao juízo de teres cometido algum crime.
Já agora deixo uma pergunta neste espaço: ressurgiste agora para alguém se lembrar de ti para as listas autárquicas com receio de ficar esquecido ou porque chegou a altura de defender o passado que foi mau, apesar do presente ainda ter sido pior?

Miguel Saturnino disse...

Se estivesses atento, verias que tenho falado com frequência neste espaço. Não o faço mais porque não tenho tempo e porque considero que não devo retirar espaço aos protagonistas que se assumiram e que se vão ainda assumir.

Quanto ao passado, tu consideras que foi mau. Eu considero que foi bom. São opiniões. Tu tens direito à tua e eu tenho direito à minha. Não entro mais por aí porque acho que estar com uma discussão dessas, nesta altura, é estar a ajudar quem está no poder. Mas depois podemos lá voltar, passadas as eleições.

Depois, não entrarei, por decisão própria, em qualquer lista ou em qualquer movimento relativos às próximas eleições autárquicas. Não preciso, assim, que se lembrem nem de mim para nada.

Sou, neste momento, um cidadão e munícipe que intervêm quando quer e quando pode, porque tem esse direito e esse dever. Não te perguntei por que intervéns tu aqui... Não tiveste nem a inteligência nem a elegância para fazer o mesmo. Não posso dizer que esteja surpreendido.

De qualquer forma, fica o esclarecimento.

Zeferino Boal disse...

Intervenho aqui tal como o faço noutros locais públicos e privados, com a mesma liberdade de pensamento. Não deixei de frequentar locais de debate mesmo quando são organizados por forças partidárias com as quais não me identifico.
Sejam esses eventos nacionais, distritais ou concelhios.
Faço-o conforme a minha disponibilidade a todas os níveis.
Miguel, esta nossa troca ideias é produtiva sempre e em qualquer espaço. Nunca reneguei o contraditório de ideias com qualquer outro ser pensante.
Mas, recordo-te que o conteúdo da informação que aqui prestei veio a provar-se que era verdadeiro.
Há um denominador comum na tua última intervenção o passado está enterrado, o que importa é ter um futuro melhor, porque este presente é muito fraquinho.