Eu nunca falei com Teresa Bonito nem garantiria que a reconhecesse se passasse na rua por esta militante do Bloco de Esquerda.
A nível local detesto falar de quem não conheço, mas desta vez tudo ultrapassa o meu poder de contenção face a parte tão fracturada relativamente a mim.
Em artigo no Jornal de Alcochete (15-07-09), sob o título "Políticas socialistas contra a crise do capitalismo", eu vejo que, afinal, do que se trata é de políticas socialistas contra o capitalismo, motor de real desenvolvimento da Humanidade nos últimos dois séculos.
Na verdade, as «...dez propostas Anti-crise»...» de Teresa Bonito são aquelas mesmas linhas políticas que estão na origem da crise que todos vivemos hoje em dia.
Se não há uma flexibilidade, regulada, por parte das empresas para despedimentos, é evidente que os lucros poderão virar em prejuízos sem emprego para ninguém. Mas não acaba aqui o ataque de Teresa Bonito às empresas que mais não é que uma estratégia de fragilização destas últimas, pois esta senhora, na segunda proposta, visa «impedir o pagamento de dividendos aos accionistas de empresas que receberam subsídios ou benefícios públicos». Eu não estou contra esse pagamento, apenas defendendo a regulamentação clara do mesmo, já que importa salvaguardar a livre empresa a todo o custo.
Quem paga o «direito à reforma aos 40 anos de trabalho sem penalizações», o «aumento das pensões e do salário mínimo [...]» e o «subsídio para todos os desempregados»? A resposta é fácil. Toda essa demagogia cantante para arrebanhar votos seria paga pelos pagadores de impostos, ficando estes cada vez mais e mais pobres.
O imposto, seja sobre o que for, tem que ser justo, não podendo ser encarado e/ou sentido por quem o paga como um roubo, lógica que se articula naturalmente com a «nacionalização do sector energético, GALP e EDP» e se opõe à dinâmica do capitalismo normalizado, alvo de todo o ódio das esquerdas à escala planetária.
O «predomínio do sector público na banca» significa, no fundo, o feroz controlo do Estado sobre a economia de mercado, ou seja, a guilhotina para a nossa liberdade.
Finalmente, concordo com o «encerramento de todos os off-shores». Se não concordasse, entraria em desprezível contradição comigo próprio, mas se vislumbro aqui qualquer coisa, é mesmo nessa contradição que cai Teresa Bonito, pois esta bloquista parece querer o «imposto sobre as grandes fortunas para financiar a segurança social» sem que persistam os off-shores já existentes e até cresçam em número por essas ilhas do mundo fora.
Outro aspecto da minha concordância com Teresa Bonito vai «...para as 35 horas semanais» de trabalho, máximo 40: cinco dias para trabalhar e dois para o lazer.
Se alguma vez o povo português fosse alienado ao ponto de dar os votos a pessoas ideologicamente identificadas com Teresa Bonito, Portugal transformar-se-ia num imenso gulag, tipo Coreia do Norte, onde todos seríamos reduzidos à escravização e animalização mais abjectas.
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