Água-Tejo à ondinha,
A beijar os meus pés,
Que saudade a minha
Do mar de lés-a-lés.
Longe a ponte da seca,
Vou além sobre a areia,
Desvio da alforreca,
Oiço a voz da sereia.
«Nunca mais cantará
Poeta ameno rio.
Tubarão sondará
Praia de fio a fio!».
Coração fulminado,
Aflito, sem saber
Em momento apertado
À vida que fazer,
Ergui meu rosto ao céu
Contra tal profecia,
A ver se rompo o véu
Que o povo ludibria.
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