08 julho 2009

Praia dos Moinhos

Água-Tejo à ondinha,
A beijar os meus pés,
Que saudade a minha
Do mar de lés-a-lés.

Longe a ponte da seca,
Vou além sobre a areia,
Desvio da alforreca,
Oiço a voz da sereia.

«Nunca mais cantará
Poeta ameno rio.
Tubarão sondará
Praia de fio a fio!».

Coração fulminado,
Aflito, sem saber
Em momento apertado
À vida que fazer,

Ergui meu rosto ao céu
Contra tal profecia,
A ver se rompo o véu
Que o povo ludibria.

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