10 julho 2006

À sueca...

Infelizmente a totalidade da notícia só pode ser lida por assinantes, mas nesta página há um breve resumo da história (dentro de cinco dias o link poderá ter mudado e a pesquisa terá de ser feita por palavra-chave).
Há tempos, Ingvard Kamprad – sueco, fundador da Ikea e o 4.º homem mais rico do mundo – veio a Portugal visitar a loja da empresa.
Alojou-se numa modesta pensão da Praça da Alegria, em Lisboa, e usou o táxi na ida para o dito estabelecimento. O regresso foi feito no autocarro da carreira 14 da Carris.
Será história típica de um "Tio Patinhas"? Não, não é. É normal entre dirigentes e quadros desse país. É preciso ter algum conhecimento da sociedade sueca para entender como as coisas funcionam por lá.
E lembrar-me eu que, invariavelmente, uma das primeiras decisões do nosso mui ilustre poder local é adquirir veículos de serviço para executivos.

4 comentários:

Anónimo disse...

Meu caro nós somos latino-americanos na versão pindérica!

Anónimo disse...

"Contraste-se":
“Próxima agenda nacional: férias. Férias a seguir a férias, porque isto do Mundial foram também férias. Duvido que este festival de "auto-estima" não dê lugar a uma maior depressão. E não demorará muito tempo. Os fogos continuam a bom ritmo, matando pelo caminho. Mas, como foram chilenos a maioria dos mortos, sem estarem embrulhados nas cores verde-rubras, não haverá muita comoção. Lá por Outubro, com as primeiras chuvas, com os meninos a ir para a escola, os engarrafamentos, a insuportável banalidade do dia a dia, a bolsa a apertar, as dívidas para pagar, como acontece sempre estas euforias vão azedar-se em múltiplas irritações. E como é que podia deixar de ser assim? O que é que construímos para ser diferente? Onde é que trabalhámos para ter mais? Onde é que poupámos para os dias maus? O que é que aprendemos para nos melhorarmos? Para onde foi o tempo? A culpa será certamente dos "políticos", como é costume.

Volto à minha velha imagem: parece o Titanic, com a orquestra a tocar e a maioria dos viajantes convencida de que é mais um concerto, mais um jogo, mais um Rock in Rio, tudo está bem, curte-se esta cena boa, amanhã se verá. Mais uma cerveja, mais um cachecol, mais uma bandeira, mais um "às armas" que "nós até os comemos!". E a água gelada a subir no porão, atingindo primeiro os da "terceira classe", mas subindo sempre. Sempre.” (in http://www.abrupto.blogspot.com/ - 10 Julho 2006)

Não estranhem, isto também é aplicável às nossas valorosas autoridades autárquicas...

Anónimo disse...

Outra versão do mesmo fado:
“… Como de costume, o país arderá tranquilamente, voe o avião ou não voe. D. Sebastião e Nossa Senhora de Fátima recolheram aos balneários. Voltámos ao "viver habitualmente", não já o do dr. Salazar, mas o da democracia. Sempre é mais "colorida". Todavia, esta gente não aprende. Qualquer dia será tarde demais. Ou talvez não. Afinal, não é dos pobres de espírito o reino dos céus?” (in http://portugaldospequeninos.blogspot.com/ (10/7/2006)

Fonseca Bastos disse...

Na mesma linha de raciocínio, transcrevo um curioso texto que me chegou hoje por e-mail. Espero que o autor não se zangue, embora não tenha pedido que o mantivesse confidencial:
"Acabou o SONHO.
Acabou o SONHO!!! Finalmente.
E agora toca a voltar a dizer mal do Sócrates, da PSP, do ministro das Finanças e a pedir a cabeça do Valentim Loureiro. Vamos retornar ao processo da Casa Pia, ao Luís Filipe Vieira e ao arguido Pinto da Costa.
Vamos retomar a consciência que estamos no que resta de Portugal e que o período de férias que se aproxima nos vai trazer mais 2 meses de paragem dos tribunais, mais atraso no túnel do Marquês e mais descobertas de fardos de cocaína pela diligente Judiciária.
Vamos tentar não rir quando na TV aparecer a diáfana figura do Procurador Geral.
Vamos continuar a tentar descobrir quem são os donos dos terrenos da Ota que estão por detrás da negociata do novo aeroporto.
Vamos continuar a ver as telenovelas e as "quintas das celebridades" gays à hora nobre que antecede a ida das criancinhas para a cama.
Vamos continuar a fazer o possível para aprovar a lei do aborto e ao mesmo tempo vamos fechar maternidades e escolas primárias por falta de nascimentos em quantidade.
Vamos continuar a assistir ao 10 de Junho e à distribuição de medalhinhas da Liberdade a toda a corja que se alambaza desde há mais de 30 anos.
Vamos voltar aos temas do Marcelo e aos livros que ele não lê. Vamos acompanhar as melhoras do Freitas do Amaral e esperar para o ver aderir ao Bloco de Esquerda.
Vamos acompanhar a Odete Santos e a Helena Roseta nas suas campanhas para fazer valer a lei do aborto e vamos assistir às tentativas do Louçã de fazer aprovar outra que permita a todas as abortadeiras passarem a receber abono de família por cada aborto que fizerem.
Finalmente, perdemos a hipótese de vencer o mundial!
Vamos ficar mais 4 anos sem ouvir o Hino nacional cantado em cuecas no meio dos relvados, vamos voltar a seguir a carreira dos grandes patriotas que jogam em clubes estrangeiros, ganhando por dia o que poucos portugueses ganham por ano e vamos arranjar coragem para naturalizar mais uns tantos brasileiros, com hipótese de nos classificarem para o próximo europeu.
Vamos pedir ao povo que receba a selecção da Cerveja Sagres e de TODOS VÓS no aeroporto, deslocando-se a pé para verem os craques entrarem nos seus Mercedes a caminho das praias do Algarve e vamos dar apoio ao Nuno Assis, que é do Benfica e que foi apanhado nas malhas do doping pelos safados do laboratório reconhecido internacionalmente como um dos mais idóneos da especialidade.
Vamos pedir aos chineses que mandem mais bandeiras nacionais para pendurar nos táxis, já com o logotipo do Banco Espírito Santo.
Enfim, vamos cantando e rindo e vamos ficar muito contentinhos porque se tivéssemos ganho a final ficaríamos dóceis que nem carneiros, aceitando, sem ganir, que ao fim de 40 anos de descontos a pensão de reforma seria a média dos primeiros 5 anos, recebidos entre 1960 e 1965, deduzindo 30% para ajudar à reforma dos deputados com "ela " por inteiro, no final dos doze últimos e vergonhosos anos de faltas ao hemiciclo.

Tenham uma boa semana

José Pires de Lima
5-7-2004 (22,10 horas)