09 julho 2006

Do Mira ao Tejo

Tinha todas as razões e até o direito de não pensar Alcochete. A meus pés a mansa foz do Mira e um pouco para a direita o Atlântico. Alguém passa a vender bolas de Berlim e sumos. Aproveitei. Na esplanada a três passos tomei um café. De regresso ao meu lugar puxei por uma cigarrilha. A cortina de fumo eleva-se à frente dos meus olhos. Já não vejo este rio nem piso esta areia. É na Praia dos Moinhos que estou e miro as águas pachorrentas do Tejo.
Se alguma coisa me impressiona na história local depois do 25 de Abril é o facto de nenhum autarca se ter imposto ao meu respeito de cidadão e munícipe que sou. Se a Câmara de Alcochete fosse presidida por um homem da envergadura de um Dr. Luís Santos Nunes, atrever-me-ia eu a dizer e escrever de um varão desses o que disse e escrevi dos Boieiros e Inocêncios? É claro que não!
Mas em Alcochete já não há homens com o gabarito dos melhores administradores do Concelho ao longo dos três primeiros quartéis do séc. XX? Sei que há, mas eles não pertencem à nomenclatura de partidos políticos que saqueiam Portugal nos últimos trinta anos. Não pertencem nem podem pertencer. Os valores do homem-homem não se ajustam aos contra-valores das esquerdas. Estas querem destruir o legado civilizacional de dois mil anos; aquele pugna pela fé dos antepassados, pela genuína cultura do povo, pela família, etc.

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