17 julho 2006

Redescobrir o rio

Após ler esta notícia contendo ideias objectivas acerca do reaproveitamento do desgraçado Tejo, vieram-me à memória velhos e abandonados ou adiados projectos que envolviam, directa ou indirectamente, o nosso município.
Antes de mais, considero o desafio do presidente da APL ao alcance de meia dúzia de empresários de Alcochete que, por vezes, não sabem o que fazer com o dinheiro e consomem energias e a paciência com ninharias. Juntem-se e trabalhem em cooperação, escolham consultores competentes e estudem potencialidades e vulnerabilidades.
Mandem estudar a viabilidade financeira de, em cooperação com a APL e com recurso a fundos europeus, reutilizar esta espectacular auto-estrada líquida para transporte de contentores e de pessoas, neste caso tanto em deslocações regulares como para fins turísticos.
Recordo, por exemplo, que a Comissão Europeia anunciou, há tempos, um programa específico para apoiar o transporte fluvial. E o Tejo é um dos melhores rios europeus para tal, por ser naturalmente navegável de Vila Franca a Cascais e Trafaria. E poderá sê-lo ainda mais se pensarem nele como abençoada via de comunicação e não como simples cano de esgoto.
Sendo imensos os baixios na faixa líquida do nosso concelho, bem como nos adjacentes, não é tecnicamente difícil nem ambientalmente insustentável aproveitá-los de forma útil.
Mas reparem no mapa desta zona do país e vejam quão fácil seria hoje unir, através de canal navegável, os portos de Lisboa e de Setúbal, projecto que chegou a ser equacionado, na década de 40 do século passado, por razões de segurança nacional, mas que hoje faria ainda mais sentido para desenvolver a pobre Península de Setúbal.
Pensem nisto e ponham mãos à obra. De caminho, expliquem ao país que o governo faz mal em planear o futuro aeroporto para a Ota. Possivelmente ficaria melhor situado em Rio Frio ou no Campo de Tiro de Alcochete, desenvolvendo-se, em paralelo, uma rede ferroviária de média velocidade e outra fluvial, ambas para carga e passageiros.
Convém também conjugar o que acima escrevi com o teor de outra notícia, publicada há dias, num órgão do distrito.

Sem comentários: