26 julho 2006

É a obra, estúpido!

Há quase três meses que na pomposa variante urbana de Alcochete se faz de conta que a obra vai andando. Mas não anda, excepto devagarinho e parada.
Há semanas que, dia sim, dia "nim", pintam umas tirinhas brancas no asfalto. Nuns dias meio metro, noutros nem tanto. Nos dias "nim", normalmente abrem e fecham uns buracos. Nos dias sim, colocam umas tampinhas. E faltou tempo para tratar daquelas coisas que não escolhem dia nem hora: assentar alguns ladrilhos, a fim de evitar que os peões ponham a pata na poça!
Também faltam umas "zebras", aqui e acolá. Constou-me que virão do Quénia, na mala diplomática. A minha vizinha – que é do contra – jura que o primeiro-ministro as trará, no regresso de férias. Teria já partido? Não o tenho visto na TV...
Entretanto, do raio dos semáforos especiais de corrida não há nem rasto! Será que estão à espera de transporte no próximo vapor do Terreiro do Paço? E o vapor demorará muito? O último zarpou há 24 anos e nunca mais voltou... Será que a viagem de regresso demorará outro tanto?
Ei, pessoal, bora inscrever a variante no livro dos recordes! Bem pode emparelhar com aquela celebérrima Aventura de Feira, realizada há uns tempos, que nos custou (dizem) míseros 10.000 contos. E ninguém "bufou"? – pergunta aquele senhor ali. Não, aqui é tudo manso. Paga e nunca "bufa". Tem mais com que se preocupar!...
A variante tem uns 400 metros de extensão e vai no 3.º ano de obras. Avançou à vertiginosa velocidade do caracol: 36 centímetros por dia, mais palito menos palito. Merece ou não entrar no livro dos recordes?
É a obra! É a obra! É a obra!

2 comentários:

Anónimo disse...

Após alguns interpelantes textos aqui na Praia dos Moinhos, nenhuma reacção. Está Alcochete a encher-se de vazio para se tornar um deserto?

Anónimo disse...

E há uns dias, numa notícia num daqueles pasquins pejados de erros que por aqui circulam, o vice-presidente da Câmara afirmava que em breve começa a fase da Variante que termina no Intermarché. AHAHAHAH!!! Mas o homem bebe? Será que ele acha que ainda alguém acredita neste tipo de promessas?