18 julho 2006

Acordai: o futuro chegou!

Começo com uma crítica à CCDR-LVT: lamento que, tratando-se da Estratégia Regional de Lisboa 2020 para o período 2007/2013 – isto é, a definição do modelo de desenvolvimento da região na qual o município de Alcochete está integrado – os documentos de base tenham sido divulgados na Internet somente em data indefinida de Junho, essa disponibilidade nunca tenha sido noticiada nos meios de comunicação regionais (culpa de quem?), só a 14 dias do termo do prazo se realize uma sessão de apresentação em Setúbal e surja aí o aviso de que a recepção de propostas terminará no próximo dia 31.

Dito isto, vamos ao principal: aos apelos!
1. Os alcochetanos deverão ler esta notícia e consultar estas páginas da CCDR-LVT, para terem noção do que foi delineado para o desenvolvimento estratégico imediato da região a que pertencemos;
2. Sobretudo os alcochetanos com responsabilidades políticas, autárquicas e empresariais, bem como os demais com formação académica e/ou experiência de vida, ou, até, por simples curiosidade, deverão estudar atentamente a documentação constante deste sítio da CCDR-LVT e pronunciar-se sobre ela junto da origem. Também podem fazê-lo aqui, pois há espaço suficiente para tal;
3. O documento de base da CCDR-LVT deveria ser submetido a debate muito urgente em local público apropriado, pois alguns alcochetanos terão as mesmas dúvidas que me assaltaram ao consultá-lo: o que pensam dele os autarcas que nos governam e os que, eventualmente, virão a governar-nos até 2013? Que medidas serão tomadas de imediato para adaptar o desenvolvimento local ao regional planeado e como aproveitar as potencialidades existentes e os meios disponíveis? Em que medida a estratégia de desenvolvimento da Região de Lisboa e Vale do Tejo, a cuja periferia metropolitana pertencemos, potencia ou vulnerabiliza as condições naturais, sociais e económicas de Alcochete? Que fazer para acertar o passo?

Quando a CCDR-LVT escreve que "no horizonte de 2020, a Região de Lisboa enfrenta o decisivo desafio de passar do ciclo da infra-estrutura física – casas, escritórios, estradas, fábricas – ao ciclo do conhecimento – capital humano,comunicações, investigação e desenvolvimento de novos produtos", temos de fazer alguma coisa porque Alcochete só beneficiou de muitas casas, alguns escritórios e raras estradas novas, continua a ver desaparecer fábricas e dificilmente enfrentará o ciclo do conhecimento.

Acordai antes que seja tarde!

Deve sobretudo ter-se em consideração que na Grande Área Metropolitana de Lisboa o município de Alcochete representa 0,2% e, após uma apreciação abreviada, ficou-me a impressão que a Estratégia Regional de Lisboa 2020 não tem em suficiente consideração as nossas características naturais únicas: quase 80% do território é praticamente intocável porque classificado como Reserva Natural, Reserva Ecológica ou Reserva Agrícola e por haver limitações físicas derivadas da proximidade da Base Aérea do Montijo.
Como não creio que alguém anteveja a possibilidade de demolir habitações, fábricas e empreendimentos comerciais, penso que o nosso ciclo do desenvolvimento no horizonte 2007-2013 deveria ser estudado com particular cautela, de modo a que haja orientações claras sobre o que fazer no futuro e as iniciativas originárias ou incidentes em Alcochete possam merecer cuidadosa análise ambiental.
Dito de uma outra forma: não me importo que Alcochete seja "ilha" estratégica ambiental. O que estranho é a ausência de solidariedade, porque para preservar esta reserva natural o concelho carece de ajudas equivalentes às concedidas às regiões autónomas.
No entanto, nos últimos anos, Alcochete tem ficado na cauda continental quanto a distribuição de fundos públicos, mercê da aplicação de critérios equivalentes aos fixados para municípios da margem Norte com catedrais de betão.



Nota importante-Parece-me que, devido a limitações de capacidade do servidor da CCDR-LVT, algumas das hiperligações fornecidas, embora correctas, poderão falhar momentaneamente. Tente aceder mais tarde.

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