11 abril 2006

O velho síndrome da tanga

Luís Pereira enviou-me o seguinte texto, que só hoje posso reproduzir depois de mais de uma semana de ausência.
Há, nestas linhas, muito pano para mangas. Parece-me...

Não dispomos das estatísticas, mas o dinamismo económico está decerto a decair no concelho de Alcochete.
O PIB nacional cresceu e.g. 0,5% em relação ao ano anterior e o do concelho quanto decresceu? Tudo se passa como se o edil aparecesse a dizer publicamente que a Câmara está de tanga. Será que o poder existe e actua? Falam-nos então da pesada herança: mas dessa conversa já existe fartura que baste.
Estamos habituados a expectativas mais elevadas. Sentimos que caímos em depressão económica e psicológica, em esquizofrenia geral.
No mandato anterior construíram-se obras faraónicas. E agora que fazemos?
Vai dizer: Ah! A câmara está endividada. Devolvemos, não entendemos porque não aproveitam o tempo para planear e publicitar as vossas medidas futuras.
Permitam que responda: não há futuro!
A tanga só por si não é despicienda.
Se não pode usar boxer, experimente umas cuecas.
Se desgosta das cuecas, enfie um slip.Se não, dispa o slip, envergue um fio dental.
Se rejeita qualquer das opções anteriores, diga assim: olhe, amigo, daqui para cima martelo e daqui para baixo foi-ce.
O velho comportamento do síndrome da tanga não trará nada de bom para Alcochete. Tem apenas um objectivo: fazer com que os alcochetanos esqueçam as promessas eleitorais da CDU.
Não é necessário ser uma ave agoirenta para prever que vem aí mais desemprego, sendo certo que este sempre afectou os alcochetanos. E também alguma instabilidade social. Será que vem aí uma procissão de encerramentos de empresas?
A impressão que começa a instalar-se é a de que a digníssima edilidade está a ajudar a criar um clima depressivo.
Eis-nos perante uma pequena e frágil economia local, onde também não se cria atracção pelo investimento externo e em que as famílias estão a reduzir o seu consumo para além do aceitável, onde a vontade e a confiança dos agentes económicos vai definhando.
O povo pede mais investimento para criar emprego, mais produtividade para termos produtos de melhor qualidade, mais competitividade com inovação para sermos um concelho com um futuro mais risonho que os restantes.
Uma série de contratos a termo de um conjunto vasto de funcionários camarários não foram renovados. As famílias destas pessoas estão já atravessar dificuldades desumanas.
Convém alertar os responsáveis que o imobilismo e a insensibilidade social, esta política de estagnação, miséria e marasmo, e a incapacidade para planear, criar uma agenda e adoptar medidas, poderá trazer mais desempregados para as ruas da amargura.

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