A esquerda é a morte da tradição. Mas por que motivo?
Peguemos no tema da família. Poucos são os valores com raízes tão profundas no ser humano como o da família. Esta instituição para a cosmovisão cristã é um reflexo da Trindade: a união dos pais e filhos pela força do amor. Mas para a esquerda, esta forma de ver o homem e o mundo atrasa o advento da nova ordem, razão por que deve ser atacada por todos os meios. Ora não é possível atacar o valor da família sem atacar o da religião. Para esta o imperador do mundo é o Criador e não a criatura. A estes dois valores junta-se um terceiro, a saber, o da propriedade privada que dá ao homem o sentimento de ser um colaborador de Deus na obra da Criação.
Relativamente a este último valor, o da propriedade privada, inextricavelmente ligado ao da família e religião pelo suporte da tradição, diz Marx no Manifesto o seguinte: «A revolução comunista é a ruptura mais radical com as relações tradicionais de propriedade; nada de estranho, portanto, que no curso de seu desenvolvimento rompa do modo mais radical com as ideias tradicionais. [...] As leis, a moral, a religião, são para o proletário meros preconceitos burgueses, atrás dos quais se ocultam outros tantos interesses burgueses. [...] Os proletários nada têm de seu a salvaguardar; a sua missão é destruir todas as garantias e seguranças da propriedade privada até aqui existentes» (Karl Marx e Friedrich Engels, Manifesto Comunista, Alianza Editorial, Madrid, 2004).
Deixei ficar alguma luz sobre o motivo pelo qual a esquerda é a morte da tradição? Esta jamais poderá ser defendida por aquela. Se alguma vez o for, a esquerda deixará de o ser.
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