21 abril 2006
Liberdade e igualdade
O sr. Presidente da Câmara, Dr. Luís Franco, num desdobrável distribuído à população de todo o Concelho assina uma pequena saudação cujo primeiro parágrafo diz o seguinte: «A Revolução dos Cravos, momento sublime de manifestação e exaltação da vontade do Povo, verdadeiro e único cerne da Democracia, teve subjacente uma filosofia ideológica conducente à consagração e instauração da Liberdade e da Igualdade, valores absolutamente fundamentais e imprescindíveis no processo de construção de uma sociedade mais justa, mais fraterna e mais solidária» sic. Nesta transcrição tive o cuidado de não falhar no emprego das mesmas maiúsculas que o texto apresenta.
As perguntas que faço são as seguintes: de que liberdade fala o sr. Presidente? Falará do exercício da cidadania dentro dos limites da lei e do respeito pelos direitos do outro? Quem está contra a liberdade assim entendida ou a favor da desigualdade? Será que ao Partido Comunista já não resta a defesa de mais nada? Se me cabe alguma razão, resta muito pouco a essa organização política!
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6 comentários:
Longe vai o tempo em que o PCP tinha um discurso diferente acerca do 25 de Abril.
LMF é da geração posterior e talvez o desconheça, pelo que só lhe resta invocar Liberdade e Igualdade.
O problema é que a segunda já era e quanto à primeira está também a caminho de se perder.
O combate à desigualdade social é um combate de todos.
Quanto à liberdade, no sentido do humanismo cristão, não há dúvida de que o povo está cada vez mais anestesiado. Se o mesmo se for passando com os intelectuais, então sim, a liberdade está a caminho de se perder.
Caro amigo Marafuga:
A liberdade não está a perder-se apenas no sentido atribuído pelo humanismo cristão. Até os próprios comunistas consideram as liberdades individuais em risco, embora façam muito pouco ou nada para devolver esse direito aos cidadãos.
Sr. Bastos, é evidente que os comunistas não podem tapar com uma venda os olhos das pessoas e dizer que tudo vai bem no reino da liberdade. Mas por que razão é que eles não fazem nada para inverter a marcha das coisas? Porque são todas as esquerdas à escala mundial as responsáveis pelo que está a suceder no seio de uma humanidade cada vez mais afastada do seu destino de liberade.
Se a bitola do homem é o homem, onde crê o sr. Bastos que possamos todos ir parar?
Mas reparo agora que a afirmação de que a bitola do homem é o homem decorre de um humanismo antropocêntrico que está por trás do facto de que hoje em dia a bitola de cada um é cada qual!
Tudo isto quer dizer que a humanidade parece caminhar a passos largos para qualquer coisa cujo nome não sei designar, mas que estará no mesmo plano do totalitarismo.
Espero já cá não estar na altura em que a humanidade chegar a esse limite.
Tragicamente, penso o mesmo, sr. Bastos!
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