09 abril 2006

A Igreja


Quando falo de Igreja é do corpo místico de Cristo que falo.
Igreja, do grego, ekklesia, significa assembleia de todos porque a salvação é para todos. Mas há muitas pessoas que não pensam assim: para umas a salvação é galardão de eleitos, para outras a salvação é direito dos pobres. Desta segunda visão do homem e do mundo me quero eu aqui ocupar, embora estes dois tipos de pessoas estejam mais próximos do que se possa imaginar.
A Igreja dos pobres deixou de cumprir o significado profundo da Cruz de Cristo que é união do Eterno e do tempo para se agarrar só e apenas a esta última dimensão de verdade. Se o que acabo de dizer faz sentido - eu penso que faz - a Igreja dos pobres não é a Igreja de Cristo-rei em sua glória, mas sim uma Igreja intramundana.

Por mais que eu possa ferir as ideias feitas de muita gente, é São Francisco de Assis (1182-1226) que objectivamente está no início desta ruptura. O Poverello o que fez foi agarrar-se ao que o sofrimento do Crucificado tem de comum com o de todos os pobres à face da terra. O Papa Inocêncio III, temendo o pior, apadrinhou o movimento franciscano que lança ponte sobre a hodierna Teologia da Libertação, também devedora do marxismo.
Se a Igreja é dos pobres, isto quer dizer que a Igreja não é de todos, mas só de alguns. Assim sendo, temos a matriz da Civilização Ocidental dividida em benefício de uns e detrimento de outros.

Agora percebemos melhor por que São Francisco é uma figura grata à New Age e esquerdistas de todas as cores, nomeadamente ecologistas.

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