27 janeiro 2009

Realidade e demagogia

Entre os inúmeros desafios que, em Alcochete, os potenciais candidatos às próximas eleições locais têm pela frente, um dos que me parece decisivo é o de clarificar a real situação financeira das autarquias.
Os cidadãos têm acesso fácil aos orçamentos municipais de 2008 e 2009, embora, contrariando o legalmente estipulado, ignorem as contas de gestão desde 2004. Parece-me estranho mas como nunca houve qualquer outra reacção política pública – além de várias minhas – presumo que os potenciais candidatos já perfilados no horizonte terão informação privilegiada, estão atentos e em condições de esclarecer o cidadão comum.
Estarão mesmo ou, tal como em 2001 e 2005, por exemplo, continuamos no reino da ficção e, pouco depois da tomada de posse, virão reconhecer que nada sabiam acerca da realidade?
Se conhecem as contas de gestão seria preferível começarem por aí, explicando detalhadamente donde partimos, qual a situação actual e que perspectivas existem para o mandato.
De outro modo, quaisquer ideias e planos dificilmente prenderão a atenção de significativo número de eleitores.
No início de uma crise financeira e económica sem precedentes na actual geração, qualquer candidato(a) a cargos de representação política deve começar por descrever a realidade dos factos e dos números.
Numa democracia madura não há lugar para a demagogia. Sem conhecer o passado, nem o presente, dificilmente alguém acreditará no futuro.

2 comentários:

Unknown disse...

Sem pedir licença ao sr. Bastos, faço questão em ser subscritor deste texto.
Haverá palavras mais evidentes?

Fonseca Bastos disse...

Obrigado. Com mais 50 subscrições talvez as coisas entrassem no rumo certo.