19 janeiro 2009

A realidade preterida por narrativas


Ontem, Domingo, 18 de Janeiro de 2009, pelas 17H30, dirigi-me aos Paços do Concelho para assistir à sessão solene do 111º aniversário da Restauração do Concelho de Alcochete que medalhou o contrabaixista notável Armando Crispim, a Associação GilTeatro, o Centro Social de São Brás do Samouco e a Santa Casa da Misericórdia de Alcochete.
Há muitos anos que lá não ia e muitos outros decorreriam se a tal não me visse obrigado pelo meu amigo Armando Crispim, cuja história de vida é uma vitória retumbante sobre as forças cegas desta terra de Alcochete.
Logo após as merecidas honras prestadas ao Armando, senti um impulso que me levaria a sair do salão se isso não fosse uma falta de respeito às entidades colectivas logo a seguir agraciadas.
É que eu estava agoniado pela preterição da realidade a favor da imposição de narrativas, fosse a história de vida do sr. Miguel Boieiro em espaço e tempo tão desaconselhado para tal, fosse a mistificação do dr. Luís Franco sobre a obra da Câmara ao longo destes mais de três anos. Sim, porque eu não vejo, por mais que abra os olhos, nenhuma obra digna de referência levada a cabo por estes autarcas.
NOTA: mas agora penso eu cá comigo: e se a realidade é intencionalmente preterida pela imposição de narrativas que nos oferecem a ilusão dessa mesma realidade? Aqui, a mera alienação seria substituída por um corte fulminante que passaria entre os nossos pés e o chão que pisamos. Assim, tudo nos poderia ser dito, inclusive que as raízes das árvores sobem direitas ao céu e as folhas se entranham no subsolo, que ninguém se lembraria de erguer a voz para a mínima contestação.
O meu amigo ou amiga dirá que o Marafuga está a delirar!
Olhe que não!...Olhe que não!...

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