A frase que serve de título a este texto não é de minha autoria mas do bispo de Setúbal, D. Gilberto Canavarro dos Reis, tendo sido proferida em entrevista à Rádio Renascença, pouco antes do Natal.
A entrevista teve pouco eco e passou quase despercebida na comunicação social, facto habitual nos dias de hoje quando alguém fala alto e grosso.
O prelado alerta para coisas que exigem mobilização e busca de soluções rápidas e eficientes, porque os problemas existem mesmo: aumento de pobres no distrito, pobreza envergonhada e crianças que apenas tomam a refeição diária fornecida na escola.
Alcochete desconhece isto? Não, infelizmente conhece! Basta falar com meia dúzia de pessoas próximas destes problemas para perceber que o alheamento generalizado é incompreensível.
Parece-me oportuno estranhar a inacção do poder local, que, no mínimo, há muitas semanas deveria ter esboçado alguma reacção de alerta, nomeadamente nos órgãos informativos próprios.
Estes problemas não são de ontem, nem se agravaram somente na semana passada. Sempre existiram e agudizam-se desde há cerca de três meses.
Existem, no âmbito do município, um Gabinete de Acção Social e um grupo de trabalho denominado Conselho Local de Acção Social, os quais presumo transmitirem aos órgãos executivo e deliberativo informação mais que suficiente para agirem em tempo oportuno e em várias frentes.
Consequentemente, creio competir aos autarcas serem expeditos na definição de acções, algumas das quais podem partir da próprias autarquias e constituir exemplos para os cidadãos em geral.
Dar as mãos e contribuir um pouco para a solução pode evitar males maiores que ninguém desejará.
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