A violência simbólica é um tipo de agressão que não se dá no plano físico mas no da significação. Isto quer dizer que, em vez do chicote (démodé), se utiliza habilmente o discurso para dominar o outro.
Claro que este patamar de violência tem que se revestir de uma aparência de verosimilhança para que o outro o aceite muito naturalmente.
Assim, se a câmara não consegue fazer nada de concreto a favor das populações ao longo de um mandato e se, a todo o custo, quer manter os cargos públicos, acusa o Poder Central de a privar dos meios materiais para a consecução dos projectos, sacudindo a água do capote e lançando areia para os olhos dos menos prevenidos.
Nunca dizem, por exemplo, que as candidaturas da Câmara Municipal de Alcochete aos financiamentos comunitários no âmbito da QREN foram reprovadas por incompetência...para não pensarmos noutras causas que nem mesmo ao diabo lembra (cala-te boca).
Eis como, por mão invisível, os eleitores são forçados a condutas que, bem alertados, poderiam não aprovar e, consequentemente, recusar o voto aos comunistas.
2 comentários:
A violência simbólica pode ser doméstica, cultural, racial, política, etc., visando dominar o outro, crendo este que tudo acontece por obra e graça divinas.
Por exemplo, as croniquetas de todos os Boieiros deste mundo são violência simbólica porque contribuem para predispor os espíritos à aceitação do ambiente como valor máximo sem que, quando chegar a hora azada, surja qualquer resistência, tudo se aceitando como desígnio divino.
O comunista italiano António Gramsci (1891-1937) foi talvez o principal teorizador destas práticas maquiavélicas, embora muitos saloios pensem que foi Bourdieu, quando este sociólogo esquerdóide mais não fez do que projectar na sociedade burguesa as técnicas satânicas dos revolucionários. A isto se chama a inversão da realidade.
Os comunistas contam com o facto de a maior parte das pessoas não estar tão prevenida para o mal como estarão dois ou três cidadãos da tribo, mas a verdade é esta: o que o comunismo visa é a revolução, visando-a tanto mais quanto menos fala dela. Ora para a consecução da revolução tudo vale.
Enviar um comentário