10 fevereiro 2009

Qualidade de Vida!

Este é o primeiro texto que submeto neste magnifico centro de reflexão.
Quando cheguei a Alcochete de malas e trabiques aviados, vinha à procura da tão chamada e aclamada "Qualidade de Vida", e muito facilmente me apercebi que aqui nesta bela vila a podia encontrar... Desde a sua beleza natural à beira-Tejo plantada, às suas tradições, seus costumes e gentes.

Como qualquer novo morador, preocupei-me com a integração da minha famiíia na comunidade, o que a princípio não foi fácil, pois não conhecia uma única pessoa em Alcochete... Mas, como sempre fui uma pessoa comunicativa, lá fui a pouco e pouco, interagindo com a comunidade...
Mas só me senti verdadeiramente integrado, quando em Outubro de 2006, depois de uma acalorada reunião na escola do meu filho (EB1 nº 2 Valbom), decidi em conjunto com meia dúzia de pais fundar uma Associação de Pais, naquela escola.
Foi aí que comecei a ter um papel mais activo, talvez quem sabe interventivo, nesta nossa querida vila.
Deve um cidadão perder tempo com este tipo de coisas? Absolutamente...
Senão vejamos, quando o meu filho entrou para a escola do Valbom, a escola parecia decididamente um "Tarrafal", desde o pó e a lama do recreio, ao frio e calor das salas de aula e refeitório, a total falta de investimento do Estado de da CMA, naquelas instalações era por demais evidente...
Diziam-nos, as professoras, que já tinham pedido ajuda a toda a gente, mas nunca tinham sido ouvidas, e que duvidavam, que nós, um "conjunto de maduros", sem experiência na matéria, jamais conseguiríamos mudar o rumo dos acontecimentos...
Enganaram-se redondamente... Graças a uma equipa extraordinária, cheia de entusiasmo, competente e com muita vontade de mudar as coisas, lá fomos batendo às portas, pedindo ajuda, e o resultado está à vista, já existe alguma qualidade de vida na escola do Valbom, acabou-se com o frio e o calor, e estamos quase a acabar com o pó e a lama do recreio...
Há que fazer dois reconhecimentos a duas pessoas que com a sua ajuda e força de vontade também tornaram e muito possível esta mudança, ao Vereador Paulo Machado, que embora muitas vezes atafulhado em burocracias e directrizes partidárias lá nos foi ajudando... e ao Carlos Paixão e à Mondo que há ano e meio atrás ofereceu os dois mini campos de jogos para a escola...Há ano e meio sublinho, mas a Qualidade de Vida é difícil de adquirir... Há que lutar muito, nunca perder a força de vontade, saltar por cima das adversidades e dar tudo de nós sem qualquer reservas...
Assim e em forma de desafio, despeço-me pedindo a todos que se envolvam na vida do nosso concelho, pois todos somos poucos para atingir a verdadeira "QUALIDADE DE VIDA"
Sérgio Silva

1 comentário:

Fonseca Bastos disse...

No primeiro texto editado neste blogue Sérgio Silva levanta duas questões pertinentes, que valeria a pena debater em profundidade: integração das famílias recém-chegadas e "pais-bombeiros" do bem-estar nas escolas básicas.
Sou (e sempre fui) crítico do desinteresse dos autarcas relativamente à integração dos recém-chegados e ao seu envolvimento nos assuntos locais desde o primeiro mês de fixação. Por razões políticas que não vale a pena dissecar agora, nós não formámos uma comunidade porque mais de metade da actual população activa chegou há menos uma década e o seu acolhimento nunca foi bem feito. E, desde há mais de quatro anos, em bom rigor nada se faz. Hoje conheço, por esse país fora, muitos e bons exemplos de autarquias com atitudes diametralmente opostas.
Sou também crítico – porque razoável observador – do estado deplorável das nossas escolas básicas, perceptível até do exterior. E parece-me um pouco estranho que, em 2009, as associações de pais ainda tenham de preocupar-se com coisas elementares, tais como a qualidade e o conforto das instalações. O papel atribuído às associações de pais é um pouco diferente mas não posso deixar de reconhecer que a maioria dos estabelecimentos do ensino básico se assemelha a campos de concentração.
Há um terceiro aspecto complementar que este texto aflora: o facto de certos autarcas minimizarem a cooperação de empresários privados na solução de problemas da comunidade. No lugar deles eu faria o oposto. Mas estejam descansados porque não pretendo nem lhes invejo o lugar.