12 fevereiro 2009

O Partido saía sempre ileso

Quando estava um bocado por fora do negócio, achava estranhíssimo que os comunistas levassem uma pessoa semi-analfabeta a ocupar um cargo autárquico de responsabilidade.
Cheguei a expressar esta minha estranheza a alguns membros do PC local que não escondiam o jogo e me diziam que um candidato comunista à direcção do município poderia até ser o mais bronco dos munícipes sob condição de ter a confiança dos eleitores. O mais importante - explicavam-me - era o cumprimento de um programa. Este meu relato é eufemístico porque as coisas eram-me ditas de uma forma muito atroz.
Eu reparava que nesta maneira de falar havia qualquer coisa de maquiavélico. Ingenuamente, como acontece ainda a centenas e centenas de milhares de pessoas, pensava que o problema não estava no Partido Comunista, mas nalguns indivíduos agarrados a essa formação política por oportunismo.
Assim, o Partido saía sempre ileso.
Sem o suspeitar, eu era vítima da inversão da realidade, quando esta hoje me diz que toda a estratégia comunista de poder procede do pico da pirâmide, tudo valendo, desde que a marcha da revolução não seja barrada.

3 comentários:

Unknown disse...

Por que razão não aparece aqui um dos ditos intelectuais comunistas e não me desmantela analiticamente o meu texto, pondo-me a ridículo perante todos os leitores deste blog?

Rogério P S Silva disse...

Não é necessário... você já é ridículo!

Sérgio Silva disse...

Pelo contrário... é mesmo assim que as coisas se passam nesse partido "Democrático"