Sempre afirmei que sou um homem de medo.
Eu sou um homem de medo porque, ao fim e ao cabo, não sou idealista.
Mas exactamente porque não sou idealista, também sempre afirmei que sei superar todos os medos, menos o de Deus.
Medo de Deus é o medo de perder o amor de Deus. Aqui eu estou muito atento porque para transvio bastou o que tive a meio do caminho.
Medo dos homens não é sentimento cristão.
Hoje em dia, o tipo de homem que mais devemos temer é o impostor intelectual. Este, no fundo, não leva nada a sério a não ser o próprio interesse que assenta numa grande sede de poder.
Se a revolução do proletariado e a transmutação do homem no super-homem comunista falhou, então aí está o meio ambiente, sucedâneo que se presta à mesma imanentização que brutalmente tinha trazido o marxismo. Neste como na defesa daquele estamos sempre perante um saber efectivo, quer dizer, um saber imediato.
Ora o meu saber é mediato, isto é, eu amo o saber, mas não sei tudo. Só Deus sabe tudo.
Esta visão que tenho do homem e do mundo obriga-me a interpor sempre a regra entre mim e todas as outras criaturas porque reservo o saber último para Deus, Regra suprema. Assim procedendo, controlo a libido dominandi nos meus pensamentos, palavras e obras.
Nesta conformidade, nunca poderia estar do lado de intelectuais ecologistas que defendessem a proibição do proprietário de uma herdade dispor desta legitimamente sob o pretexto de que as terras albergam uma espécie de roedores em extinção.
Este exemplo submete-se à ideia de uma sociedade sem propriedade, o que é tão idealista como a ideia de uma sociedade que seja definitivamente livre do medo. Mas o homem verdadeiramente livre, aquele que orderna a sua liberdade a Deus, supera o medo e denuncia aos quatro ventos todos estes impostores intelectuais, assassinos da Democracia Liberal.
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