11 fevereiro 2006

Aprende a lição, mas não perguntes!


"Aprender a lição", no sentido que o povo dá a esta expressão, reclama o reconhecimento do erro e a contrição.
Mas o reconhecimento do erro e a contrição são valores nevrálgicos do cristianismo, isto é, valores de uma velha ordem que urge destruir, segundo pretendem todas as esquerdas à escala planetária.
O reconhecimento do erro e a contrição são valores derivados de perguntas feitas por mim a mim próprio. Ora esta estrutura que eu classificaria da mais lídima antropologia cristã, denuncia implacavelmente a grande mentira marxista, razão por que esta ideologia é, fundamentalmente a proibição da pergunta.
A pergunta faz estremecer os alicerces da mentira. Por isso os esquerdistas de todas as cores riem de quem faz perguntas. O medo destas instala-se como um cancro no coração dos homens porque cada vez mais passa por burro quem as faz.
Faço questão em deixar aqui, mais uma vez, o meu testemunho pessoal porque só assumindo a verdade é que poderemos fazer alguma coisa pela mudança das mentalidades, ainda que, nesta sociedade hipócrita, eu conheça bem os riscos a enfrentar com tais ousadias.
Saibam os meus leitores que desde o 25 de Abril as esquerdas nesta minha terra de Alcochete sempre se riram das minhas perguntas. Inclusive, cheguei a ser atacado no extinto jornal "Nova Gazeta" por defender que a pergunta é percurso para a verdade. Nesse tempo, a minha visão do homem e do mundo não era tão clara como é hoje. Eu atribuía à ignorância as posições dessas pessoas contra mim. Talvez não estivesse absolutamente enganado, mas, na altura, não via que até essa ignorância estava e está ao serviço de uma estratégia global que, a concretizar-se, animalizará o homem. Como assim?
É que o marxismo, mais vivo hoje do que nunca, trabalha para uma nova ordem que assenta na imanentização total. Eu não estou contra a imanência. Eu estou contra que esta não se una à Transcedência e não ascenda a um Princípio de Ordem Superior.

6 comentários:

Anónimo disse...

"É que o marxismo, mais vivo hoje do que nunca (...)", ó João, francamente, o dito cujo está morto e enterrado! Requiescat in pace, não é? Um abraço, da margem direita do rio que nos banha (salvo seja!), o

Ant.º

Unknown disse...

António, de mil espadachins em fila, desejo ver-te no derradeiro lugar para uma troca de lances.
Noutro espaço, muito mais privilegiado que este para o debate, não me lembro de alguma vez ensaiar o despique contigo. Era-me mais fácil fazê-lo com algumas das pessoas que estavam à nossa frente.
Caro amigo, pensar que o marxismo «...está morto e enterrado» é entrar no jogo desse mesmo marxismo, cuja estratégia, hoje em dia, segue caminhos tenebrosos sob o égide da ONU e seu apêndice a Unesco, o Banco Mundial, as ONGs, organizações ambientalistas, etc., etc., etc.
Os marxistas hoje são ecologistas. Quem, por exemplo, não está de acordo que a floresta deva ser preservada? Ora é a partir de plataformas como esta que são transmutados todos os valores da Civilização Ocidental antiga de dois mil anos.
Quando as novas gerações estiverem por completo vazias da herança cultural dos avós, então sim, far-se-á o retorno ao primeiro plano falhado com o aparente colapso do comunismo, vale dizer, o da economia. Esta é a grande estratégia do marxista italiano António Gramsci (1891-1937) que subrepticiamente está a ser implantada em todo o mundo.
No entanto, desde fins do milénio anterior, princípios deste, os ecologistas têm enfrentado sérias dificuldades. É que cientistas de todo o lado, inclusive um ou outro Prémio Nóbel que arrepiou caminho, vêm dizer que isso do Buraco de Ozónio e do Efeito Estufa está longe de ser o que dizem os ambientalistas de todo o mundo. Esta é a esperança que sigo com muita atenção porque eu vi a queda do muro de Berlim e talvez ainda verei o arrasamento da impostura verde.

Anónimo disse...

Caro Marafuga
Em ciência não há "impostura[s]" no sentido que usou... já agora nem o argumento de autoriadade terá tão grande importância como se depreende que o seu texto dá.
A ecologia não se resume ao mero folclore de grupos que atravessam a comunicação social.
O marxismo não é uma metodologia de análise desprovida de utilidade. Convem separá-la de comunismo.
Não percebi a seguinte afirmação: "então sim, far-se-á o retorno ao primeiro plano falhado com o aparente colapso do comunismo, vale dizer, o da economia".
Qual é principal valor actual de Alcochete? ... exactamente ... o Verde... no dia em que a a "impostura verde" desmoronar, Alcochete, tal como conhece deixa de existir... torna-se um maravilhoso Barreiro dos anos 60-70!

Unknown disse...

Renato, sobre imposturas em Ciência, leia http://www.olavodecarvalho.org/convidados/bernardin2.htm e http://www.olavodecarvalho.org/convidados/empeco.htm
Renato, o marxismo depois do cartesianismo, é talvez a maior fraude que se abateu sobre a humanidade. Isto é-me dito por alguma da melhor bibliografia que possuo sobre esta problemática. Leia, por exemplo, Eric Voegelin, nomeadamente a obra CIÊNCIA, POLÍTICA E GNOSE.
Não se pode separar o marxismo do comunismo porque aquele é a filosofia deste. Aqui, não posso deixar de dizer ao colega que dá um erro de palmatória.
A favor de uma maior clareza do meu pensamento, eu poderia ter escrito assim: "então sim, far-se-á o retorno ao primeiro plano falhado com a aparente queda do comunismo, vale dizer, o da economia". Renato, os comunistas, melhor dito, os bolcheviques, entraram em força no princípio do séc. XX para imporem um macro plano económico em todas as Rússias e de seguida, queriam eles, ao mundo inteiro. O primeiro marxista a ver o colapso inevitável desta estratégia foi o italiano António Gramsci (1871-1937). Este homem não tinha nada de parvo, embora dele os comunistas se rissem muito na altura. Defendia Gramsci que antes de se atacar no campo económico, dever-se-ia transmutar os valores culturais dos povos. Só então estes estariam preparados para a recepção das grandes mudanças económicas. Ora esta estratégia, da Perestróica para cá, tem sido lavada a cabo a grande velocidade. "Já me vós is entendendo?"
Renato, finalmente não misture coisas que pertencem a planos diferentes. A Ecologia virou na religião da mera imanência para reduzir o homem a animal, mas a minha fé em Cristo diz-me que isso jamais poderá acontecer.

Anónimo disse...

João,

Sei-te sério e honesto intelectualmente. Sei-te, também, de boa vontade. Só isso chega para não te acusar de teres uma visão do mundo... "conspirativa". As instituições que citas são o q são. Essencialmente dominadas, caso da Unesco, pelso países mais pobres q, como sabes, estão longe de serem "ambientalistas". Muito pelo contrário, por razões q se prendem com o desenvolvimento, leia-se indústria e agricultura, é fartar vilanagem em matéria ambiente. Portanto, daí, ponto final. Quanto ao Banco Mundial, ó João, quem lá manda são os EEUU! O resto é conversa, pá. O q há, agora sim, é um capitalismo selvagem à solta, desenfreado, a fazer lembrar os romances do Dickens em versão asiática, sem horários de trabalho, sem fins-de-semana, sem férias, sem regalias sociais de qualquer tipo ou espécie. E trabalho pago ao preço da chuva, perdão, da uva diurética, q a chuva tá pela hora da morte! Estás a ver... até a chuva. Bem sei q os ambientalistas fazem render o peixe, claro, são mais umas massas para uns estudos, uns pareceres, etc.. Mas há graves (sublinho o "graves") problemas ambientais. Aí mesmo ao pé da tua porta tens umas centenas de toneladas de...mercúrio, sabias? Q saiba não dão saúde, muito menos aos linguaditos fritos com arroz de tomate, papados no Al-Foz. Topas? Voltando ainda ao problema "trabalho". E a Doutrina Social da Igreja? A Rerum novarum ou a Quadragesimo anno, no ambiente q se vive, são quê? Recorda-te da expressão "miséria imerecida". E data de 1891. É a vida.
Um abraço,

António

Unknown disse...

António, quando se diz que são os "EEUU" que mandam no Banco Mundial, é preciso saber de que "EEUU" estamos a falar. "O resto é conversa"!